Reunião, novembro de 2023, Lyon/França, sobre ‘forever chemicals/químicos eternos’.
Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer/OMS/ONU
7 a 14 de novembro de 2023 em Lyon/França
[NOTA DO WEBSITE: Enfim! Agora não haverá mais nenhum juiz, no mundo, que não condene os CEOS, acionistas, stockholders, cientistas corporativos, políticos e administradores públicos, de todos os tempos, desde que souberam na década de 60 que essa família dos perfluorados causava problemas de saúde. Principalmente agora depois da sentença da IARC. Honrar o advogado Robert Billot e o filme ‘Dark Waters’ que desvelaram essa omissão e daí a comprovação do crime corporativo que agora definitivamente se torna inquestionável!].
Monografias da IARC avaliam a carcinogenicidade do ácido perfluorooctanóico (PFOA) e do ácido perfluorooctanossulfônico (PFOS).
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC/INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER), a agência de câncer da Organização Mundial da Saúde/OMS (WHO/WORLD HEARTH ORGANIZATION), avaliou a carcinogenicidade do ácido perfluorooctanóico/PFOA (nt.: principal uso em produtos de consumo diretamente de alimentos – panelas antiaderentes TEFLON) e do ácido perfluorooctanossulfônico/PFOS (nt.: outra molécula perfluorada, conhecidas hoje como ‘forever chemicals/químicos eternos’ porque não se sabe quantas décadas ficarão incólumes passando entre corpos dos seres vivos. Por mil anos?? Perguntam alguns cientistas!).
PFOA e PFOS são produtos químicos amplamente utilizados em um grande grupo de compostos fluorados chamados substâncias per- e polifluoroalquil (PFAS), às vezes chamados de “químicos para sempre” porque não se degradam facilmente (nt.: para se conhecer um pouco como essas moléculas surgem no planeta ver o link, mesmo que algumas observações não estejam ainda de acordo com a atual avaliação da IARC).
Um grupo de trabalho de 30 especialistas internacionais de 11 países foi convocado pelo programa de monografias da IARC para uma reunião de 7 a 14 de novembro de 2023 em Lyon.
Depois de revisar minuciosamente a extensa literatura publicada, o Grupo de Trabalho classificou o PFOA como cancerígeno para humanos (Grupo 1) e o PFOS como possivelmente cancerígeno para humanos (Grupo 2B) (nt.: quando a OMS classifica como carcinogênico para humanos como está sendo com o PFOA, NÃO HÁ MAIS DISCUSSÃO. A molécula é cancerígena e os criadores dela DEVEM SER IMEDIATAMENTE PUNIDOS POR ESTAREM, HÁ ANOS, E SABIAM DISSO, CONTAMINANDO TODOS OS SERES VIVOS DO PLANETA!!! Quando está como com a molécula PFOS, a expressão ‘possivelmente’, é porque ainda não há PESSOAS COM CÂNCER SUFICIENTEMENTE IDENTIFICADAS QUE A CAUSA FOI ESSA MOLÉCULA. Vale ressalvar que a molécula PFOA já havia sido anteriormente tida como ‘possivelmente’ cancerígena. E AGORA QUE É… como a Humanidade vai conviver com essa realidade. IMAGINA-SE OUTRAS MOLÉCULAS COMO O GLIFOSATO E TANTAS OUTRAS SINTÉTICAS, classificadas como ‘possivelmente’???!! Isso sem contar que os perfluorados como os halogênios, CLORO E BROMO, deslocam o halogênio IODO do hormônio das tiroides, TIROXINAS, provocando o nascimento de crianças com retardo mental – ver o documentário nesse website – ‘Amanhã, seremos todos cretinos?‘).
Um resumo das avaliações finais foi publicado online no The Lancet Oncology. A avaliação detalhada será publicada em 2024 como Volume 135 das Monografias da IARC .
Resultados da avaliação
O Grupo de Trabalho realizou uma avaliação do perigo de cancro do PFOA e do PFOS.
O PFOA é cancerígeno para humanos (Grupo 1), com base em evidências suficientes de câncer em animais experimentais e fortes evidências mecanísticas (de alterações epigenéticas e imunossupressão) em humanos expostos. Houve também evidências limitadas de câncer em humanos (carcinoma de células renais e câncer testicular) e fortes evidências mecanicistas em células primárias humanas e sistemas experimentais (para alterações epigenéticas e imunossupressão, bem como várias outras características-chave dos agentes cancerígenos).
O PFOS é possivelmente cancerígeno para os seres humanos (Grupo 2B), com base em fortes evidências mecanísticas em todos os sistemas de teste, incluindo em seres humanos expostos (para alterações epigenéticas e imunossupressão, bem como várias outras características-chave dos agentes cancerígenos). Houve também evidências limitadas de câncer em animais experimentais e evidências inadequadas sobre câncer em humanos.
Exposição ao PFOA e ao PFOS
O PFOA e o PFOS estão onipresentemente no ambiente, mesmo nas zonas mais remotas. Eles também foram encontrados especificamente em uma ampla gama de produtos, como embalagens de alimentos, tapetes, materiais de construção, cosméticos, utensílios de cozinha, roupas impermeáveis e espumas de combate a incêndios, e têm muitas outras aplicações industriais. O PFOA e o PFOS também foram encontrados em fontes de água potável, especialmente perto de locais onde são produzidos ou utilizados extensivamente (nt.: destaque em negrito da tradução para ressaltar para o leitor, onde estão presentes em nosso dia a dia, essas moléculas cancerígenas).
Prevê-se que as exposições sejam mais elevadas entre os trabalhadores envolvidos na produção de PFOA ou PFOS ou na utilização destes produtos químicos diretamente no fabrico de outros produtos. Acredita-se que a inalação seja a principal via de exposição dos trabalhadores, embora a exposição cutânea seja possível. Desde que entraram em vigor restrições à utilização destes agentes em alguns países, é provável que a exposição profissional tenha diminuído, embora seja provável que continue em países que não introduziram restrições. Há exposição contínua na gestão de resíduos.
O PFOA e, em uma extensão muito maior, o PFOS têm sido amplamente utilizados em algumas espumas de combate a incêndios (também conhecidas como espumas formadoras de filme aquosas, AFFFs/Aqueous film-forming foam), que são utilizadas particularmente em operações aeroportuárias e militares de combate a incêndios, bem como em treinamento. A utilização de PFOA e PFOS nestas aplicações foi proibida em muitos países, mas a exposição dos bombeiros (nt.: destaque em negrito feito pela tradução) ao PFOA e PFOS é possível quando são utilizados stocks antigos de AFFF.
A população em geral está exposta principalmente através de alimentos e água potável e, potencialmente, através de produtos de consumo. Em locais contaminados, a água potável é a principal fonte de exposição da população em geral.
Classificação das monografias da IARC
A classificação das monografias da IARC indica a força da evidência de que uma substância ou agente pode causar câncer. O programa de Monografias da IARC procura identificar os perigos do câncer, ou seja, o potencial do agente para causar câncer. Por exemplo, o Grupo 1 é a categoria de maior força de evidência, indicando que um agente pode causar câncer. Contudo, a classificação não indica o nível de risco de câncer associado à exposição a diferentes níveis ou em diferentes cenários. O risco de câncer associado a substâncias ou agentes aos quais é atribuída a mesma classificação pode ser muito diferente, dependendo de fatores como o tipo e a extensão da exposição e a dimensão do efeito do agente num determinado nível de exposição.
Zahm S, Bonde JP, Chiu WA, Hoppin J, Kanno J, Abdallah M, et al. – Carcinogenicidade do ácido perfluorooctanóico (PFOA) e do ácido perfluorooctanossulfônico (PFOS).
Lancet Oncol , publicado on-line em 30 de novembro de 2023; https://doi.org/10.1016/S1470-2045(23)00622-8
Veja vídeos de cientistas apresentando a avaliação das Monografias
Baixe os videoclipes, fotos e infográfico em alta resolução
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, dezembro de 2023.