Leite de soja, contaminação com glifosato e as crianças. A exposição subcrônica de pré-adolescentes, gera disfunção hormonal.
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0278691516304896
Food and Chemical Toxicology
Autores: Jessica Nardi a. Patricia Bonamigo Moraes a. Carina Koeppe a. Eliane Dallegrave b. Mirna Bainy Leal c. Luciana Grazziotin Rossato-Grando a.
- a Institute of Biological Sciences, University of Passo Fundo, BR 285, 99052-900, Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brazil
- b Department of Pharmacoscience, Federal University of Health Sciences of Porto Alegre, Sarmento Leite Street, 245, 90050-170, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil
- c Department of Pharmacology, Institute of Basic Health Science, Federal University of Rio Grande do Sul, Sarmento Leite Street, 500/309, 90050-170, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil
Destaques
- • O leite de soja gera efeitos de desfunção endócrina, pelo decréscimo dos níveis de testosterona.
- • O leite de soja também decresce o número de células de Sertoli e aumenta a percentagem de degradação das células de Sertoli e Leydig (nt.: as de Sertoli produzem todo o ambiente para a espermatogênese e as de Leydig produzem o hormônio masculinizante testosterona para o desenrolar da formação dos espermatozoides).
- • Os efeitos da disfunção endócrina são intensificados pela exposição ao leite de soja e aos resíduos de glifosato.
Resumo
A intolerância à lactose caracteriza-se pelo baixo ou inexistência de níveis da enzima lactase e o tratamento principal consiste em alterações dietéticas, especialmente a troca do leite de vaca pelo leite de soja. A soja contém fitoestrogênios, substâncias com conhecida atividade estrogênica. Além disso, herbicidas (nt.: agrotóxicos que matam ervas nativas) à base de glifosato são extensivamente utilizados no seu cultivo, sendo frequentemente um resíduo nas suas sementes colhidas, gerando uma preocupação quanto ao consumo de produtos feitos com soja, especialmente para crianças em período de lactação com intolerância à lactose. Este estudo avaliou a toxicidade puberal de uma alimentação rica em leite de soja (suplementada ou não com glifosato, com doses de 50 e 100 mg/kg) durante o período pré-púbere em ratos machos. Disfunção endócrina foi observada através da diminuição dos níveis de testosterona, decréscimo no número das células de Sertoli e no aumento da percentagem de degradação tanto das células de Sertoli como as de Leydig (nt.: ver este material de 1994 – http://nossofuturoroubado.com.br/saude-agressao-ao-homem-documentario/) em animais que receberam leite de soja suplementado com glifosato (ambas doses) e daqueles que foram tratados comente com leite de soja. Os animais tratados com leite de soja com glifosato (ambas doses) mostraram um decréscimo no número de espermátides e aumento da cauda epidídimo comparados ao controle e decréscimo no diâmetro dos túbulos seminíferos comparados ao grupo controle do leite de soja. Os animais que receberam leite de soja suplementado com 100 mg/kg de glifosato mostraram decréscimo nas espermátides redondas e aumento na anormalidade da morfologia dos espermatozoides quando comparados ao controle.
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, julho de 2017.