Legisladores da UE rejeitam proposta para reduzir o uso de agrotóxicos químicos

Eu

As bandeiras da União Europeia tremulam ao vento enquanto os pedestres passam pela sede da UE em Bruxelas, quarta-feira, 20 de setembro de 2023. Foto: The Canadian Press/AP/Virginia Mayo

https://www.nationalobserver.com/2023/11/22/news/eu-lawmakers-reject-proposal-cut-chemical-pesticides

22 de novembro de 2023

[NOTA DO WEBSITE: A tragédia de mesmo estando em pleno início da propalada ‘era de aquários’ que seria de ‘paz e amor’, estamos sendo levados a viver, pelo avanço incompreensível da direita até seus extremos fascistas e nazistas, uma era de ódio e devastação].

BRUXELAS (AP) – Num golpe para o Acordo Verde Europeu, os legisladores da UE rejeitaram na quarta-feira um plano para reduzir o uso de agrotóxicos químicos em 50% até 2030 e para proibir todo o seu uso em áreas como parques públicos, parques infantis e escolas.

Depois de uma série de alterações diluir a proposta da Comissão Executiva da UE, o projeto foi rejeitado por 299 votos a 207, com 121 abstenções. Enterrou a conta para sempre e qualquer nova proposta teria de começar do zero após as eleições de Junho para os membros do Parlamento Europeu.

A votação ocorreu menos de uma semana depois de o uso do controverso herbicida químico glifosato no bloco de 27 países ter sido prorrogado por mais 10 anos (nt.: por uma decisão unilateral da política direitista, presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, filiada ao partido de direita CDU).

“Este é um dia muito negro para a saúde da sociedade e para o ambiente, e também para os agricultores que precisam de se libertar da agroindústria”, disse Sarah Wiener, deputada verde que foi relatora da proposta. Sem rodeios, a maioria dos eurodeputados coloca os lucros da grande agricultura acima da saúde dos nossos filhos e do planeta.” (nt.: destaque em negrito dado pela tradução para mostrar que a percepção de que existem os ‘eles’ que dão mais importância para o dinheiro do que o ‘nós’ que privilegiamos a vida de todos os seres, incluindo esse eurodeputados!)

“Não haverá uma nova regulamentação sobre o uso sustentável de agrotóxicos”, acrescentou Wiener.

A Comissão Europeia afirmou no ano passado que as regras atuais que limitam a utilização de agrotóxicos eram demasiado fracas e não tinham sido aplicadas de forma consistente em toda a UE.

O principal grupo agrícola da UE, COPA-COGECA, saudou a rejeição do projeto de lei e apelou a um melhor diálogo entre os agricultores e as instituições do bloco de 27 nações.

“Não esqueçamos que esta proposta foi ideológica desde o início, sem qualquer ligação às realidades da agricultura, propondo transições irrealistas sem o financiamento necessário”, afirmou o grupo (nt.: o cinismo de dizer que os que defendem a vida são ‘ideológicos’ e os que defendem o dinheiro não são!). “Não esqueçamos que toda esta polarização poderia ter sido evitada e soluções encontradas sem a obstinação ideológica de alguns legisladores.”

Como parte do seu plano para se tornar neutra para o clima até 2050, a União Europeia adotou uma vasta gama de medidas, desde a redução do consumo de energia até à redução drástica das emissões dos transportes e à reforma do sistema de comércio de gases com efeito de estufa da UE. Mas com a aproximação das eleições do próximo ano para o Parlamento Europeu, alguns líderes e legisladores estão preocupados com a possibilidade de antagonizar os eleitores com legislação vinculativa e requisitos restritivos.

Legisladores da UE rejeitam proposta para reduzir o uso de #agrotóxicos químicos #UniãoEuropeia

O grupo de esquerda no Parlamento culpou os democratas-cristãos, os liberais e os partidos de extrema-direita por enfraquecerem a legislação proposta e por removerem objetivos vinculativos a tal ponto que era impossível aos seus eurodeputados apoiá-la.

“A obrigação de reduzir o uso de agrotóxicos agrícolas em pelo menos 50% até 2030 e a exigência de reduzir o uso de agrotóxicos agrícolas perigosos em pelo menos 65% até 2030 foram rejeitadas”, afirmou o grupo num comunicado. “As restrições ao uso de toxinas em áreas naturais sensíveis foram completamente retiradas da lei pelo bloco de direita.” (nt.: para quem não conhece sugerimos que vejam toda a matéria, com os programas do Globo Rural, como se pode e se deve não reduzir, mas eliminar por serem totalmente desnecessários todos os agrotóxicos, como prova a matéria).

Madeleine Coste, ativista da organização Slow Food que promove a biodiversidade e apoia os pequenos agricultores, lamentou que “a maioria no Parlamento decidiu ficar do lado da agroindústria e dos seus aliados, que fizeram lobby contra esta proposta nos últimos dois anos, ignorando o consenso científico sobre a necessidade de transformar o nosso atual sistema alimentar.”

Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, novembro de 2023.

Gosta do nosso conteúdo?
Receba atualizações do site.
Também detestamos SPAM. Nunca compartilharemos ou venderemos seu email. É nosso acordo.