Incrível: Urina Humana Tem Mostrado Ser um Efetivo Fertilizante na Agricultura.

By Dr. Mercola

Os fazendeiros que procuram um meio natural para fertilizarem seus cultivos, podem precisar de olhar bem especial voltado nada menos do que para sua urina humana. Ela é naturalmente rica em nitrogênio, potássio e fósforo – os mesmos nutrientes presentes nos fertilizantes convencionais.

Embora o uso da urina como fertilizante seja raro nos dias de hoje (mesmo sem ser inédito), foi, na verdade, utilizada como tal desde tempos antigos. Isso é o que uma nova pesquisa sugere e que pode ser uma forma muito inteligente de se retornar a esta tradição novamente.

Beterrabas Fertilizadas Com Urina Tornaram-se 27% Maiores.

Em um experimento, pesquisadores compararam beterrabas crescidas de quatro formas diferentes: uma com fertilizante mineral convencional, outra com urina, uma terceira com urina e cinza de madeira e finalmente a última na forma de um grupo controle que cresceu sem fertilização.¹

As beterrabas fertilizadas com urina ficaram 10% maiores e aquelas com urina/cinza foram 27% maiores do que as crescidas com fertilizantes minerais. Quanto ao teor de nutrientes, todas as beterrabas eram semelhantes e em um teste cego de gosto, foram classificadas como igualmente saborosas.

Os pesquisadores concluíram que a urina é uma fonte perfeitamente viável de fertilizante, realmente disponível e sustentável (a média americana urina 500 litros por ano):

“ … a urina com ou sem cinza pode aumentar o rendimento da beterraba vermelha além do mais a qualidade microbiana e química assemelharam-se à situação dos produtos fertilizados com minerais solubilizados”.

Quanto ao ‘fator nojo’, a urina humana não é assim tão ‘grosseira’ como pode parecer, uma vez que ela é praticamente estéril quando sai de nosso corpo. Também não leva bactérias como fazem as fezes (e o esterco tem sido empregado como fertilizante por séculos).

Mais adiante, a pesquisa sugere que qualquer resíduo hormonal ou farmacêutico são possivelmente insignificante e basicamente não existente nas culturas fertilizadas com urina^2.. Ela também pode ser utilizada para fertilizar alface, tomates, pimenta doce e pepino com resultados favoráveis semelhantes e é grátis – diferente dos fertilizantes sintetizados que alguns agricultores, em várias partes do mundo, mal podem pagar.

Por que a Urina não é Utilizada Amplamente como Fertilizante?

Para começar, os sistemas de esgoto sanitário devem ser reavaliados para separarem o resíduo líquido do sólido, uma prática que requer a separação dos vasos sanitários e as tubulações serem independentes para separarem a urina.

Existem outros benefícios na separação dos banheiros também, tais como gasto de menos água utilizada e menos energia para o tratamento do esgoto sanitário. No entanto, nem os banheiros nem os sistemas de tratamento de esgoto são de uso generalizado. .

Se se quiser utilizar a urina para fertiliza o quintal dos fundos, sinta-se livre. Mas saiba que a urina pode ser diluída em água pelo menos na relação 10:1 para a maioria das plantas, podendo ser separada dos resíduos sólidos para evitar contaminações (assim coletar a urina em u recipiente qualquer, num balde ou investir em vasos separados para captar a urina). Pode-se também colocar a urina na pilha do composto para enriquecer seu conteúdo nutricional.

Interessante é que não é só a agricultura que pode ser beneficiada deste recurso sustentável; ela também pode ser utilizada para desenvolver células de combustível capazes de carregarem um telefone celular e ainda quem sabe, ser usada para mover um carro (power a car)!

São os Microrganismos Mais Importantes do que o Fertilizante?

A premissa de utilizar urina como fertilizante é certamente preferível aos fertilizantes químicos sintetizados que são conhecidos poluentes ambientais. Por exemplo, muitas áreas de Minnesota, que é por excelência agrícola, agora enfrenta o problema de ter níveis perigosos e elevados de nitrogênio (nitrogen) em sua água de beber. Riscos quanto à saúde pelo nitrogênio excessivo incluem a conexão potencial ao câncer, como também a problemas da tireoide e aparelho reprodutivo tanto em humanos como em de animais de criação.

O fertilizante moderno consiste de variadas quantidades de nitrogênio, fósforo e potássio (nt.: conhecido entre nós como o adubo NPK). Acredita-se que estes três elementos são os nutrientes essenciais para as plantas produzirem (nt.: processo atribuído ao químico alemão Justus von Liebig, no século XIX, que teria descoberto que estes eram os chamados macronutrientes). É por isso que os fazendeiros aplicam fertilizantes sobre suas culturas, para recolocarem os nutrientes perdidos. Isso certamente não é o ideal nem sustentável maneira de cultivar, mas é tido como sendo a forma mais eficiente para monoculturas em larga escala. No entanto, estes três elementos podem não ser necessários como pensamos, conforme afirma a dra. Elaine Ingham (Dr. Elaine Ingham), uma especialista internacionalmente reconhecida sobre os benefícios da ciência do solo.

Auxiliar as Plantas a Terem os Nutrientes que Precisam do Solo, Naturalmente.

http://www.youtube.com/watch?v=UrYcH-Z7IOk

A real nutrição que nossas plantas exigem é, na verdade, derivada dos microrganismos no solo. Estes organismos capturam o material mineral que está no solo e então o convertem em forma disponível às plantas. Sem estes bio-organismos, as plantas não poderiam acessar aos nutrientes que elas necessitam. Assim, o que precisamos não é mais aditivos químicos ao solo, precisamos é um equilíbrio próprio de organismos benéficos do solo.

De acordo com a Dra. Ingham:

“É muito necessário que o solo tenha estes organismos. Eles irão suportar nossas plantas com o correto equilíbrio de todos os nutrientes de que ela requer. Quando começamos a perceber que um dos maiores papéis e função da vida no solo é prover nutrientes às plantas em sua forma apropriada, então não necessitamos de fertilizantes inorgânicos. Nós certamente não temos que ter plantas geneticamente alteradas ou utilizarmos fertilizantes se temos esta adequada biologia no solo”.

Bastante interessante, podemos empregar uma cultura precursora para impulsionar fortemente a fermentação e a geração de bactérias benéficas, da mesma maneira que podemos impulsionar os probióticos em nossos vegetais fermentados (fermented vegetables). Para a compostagem, esta estratégia é usada se queremos compostar mais rapidamente. Neste caso, podemos usar um precursor inoculando um conjunto específico de organismos que nós precisamos incrementar neste composto.

Os minhocários (Worm farmers) também criaram um produto natural conhecido como “vermicomposto”, que melhora enormemente o crescimento das plantas e as torna mais resistentes a doenças e insetos do que plantas crescidas com outros compostos e fertilizantes. Para uma ótima saúde física, necessitamos alimentos originários de plantas que contenham completo conjunto de nutrientes que irão permitir à planta a crescer de uma maneira saudável, porque este é também o equilíbrio adequado de nutrientes para nós os seres humanos. A Dra. Ingham escreveu uma série de livros sobre este tópico, incluindo os The Field Guide for Actively Aerated Compost Tea e The Compost Tea Brewing Manual.

Recursos para Manter uma Agricultura Sustentável.

Se queremos otimizar nossa saúde, simplesmente devemos retornar às escolhas de alimentos básicos saudáveis e isso inclui normalmente comprar nossos alimentos de fontes responsáveis, de alta qualidade e sustentáveis. É por isso que eu encorajo a que apoiemos as propriedades de agricultura familiar (support the small family farms) em nossa área de moradia e que empreguem fontes naturais de fertilização. Além disso devem tentar serem ativos no enriquecimento dos conteúdos microbianos e nutricionais do solo, em lugar de esgotá-lo. Faz parte disso, não só visitá-los em sua propriedade, se viverem perto de nós, mas também participarmos dos espaços de comercialização em feiras além de apoiar os programas comunitários dos agricultores.

Os alimentos não só ficam muito mais saborosos e saudáveis quando se tem este produto de processos sustentáveis, de fontes que não venham de sistemas de criação de animais confinados (nt.: em inglês conhecidos como CAFO-Concentration Animal Feeding Operation), como existe algo a mais na compra destes alimentos frescos, produzidos em ambiente social e ao ar livre. Simplesmente exala uma ação correta. Num supermercado artificialmente iluminado e deprimente — o lar para todos os alimentos originários de processos agrícolas com animais presos e confinados — que não há como competir. Se quisermos experimentar alguns destes benefícios em primeira mão, aqui (nt.: espaços alternativos nos EUA, MAS NO BRASIL TEMOS EM QUASE TODAS AS CAPITAIS E GRANDES CIDADES AS FEIRAS DOS AGRICULTORES ECOLOGISTAS) estão alguns destes grandes recursos para se obter alimentos integrais que cuidam não só de nós, mas do ambiente como um todo:

1. Alternative Farming Systems Information Center, Comunidade de Agricultura Assistida (Community Supported Agriculture/CSA).
2. Farmers’ Markets — Lista nacional de comércios de agricultores.
3. Local Harvest — Este website auxiliará a encontrar as feiras e comércios de agricultores, suas propriedade e outros recursos de fontes locais de produção sustentável, onde se pode comprar carne de animais criados em pastos além de muitas outras opções.
4. Eat Well Guide: Wholesome Food from Healthy Animals — É um catálogo de opções para várias carnes, ovos, restaurantes, pousadas e hotéis sustentáveis além de vários tipos de varejo nos EUA e Canadá.
5. Community Involved in Sustaining Agriculture (CISA) –A CISA é uma organização dedicada à agricultura sustentável e à promoção de produtos de pequenos agricultores.
6. FoodRoutes — O sistema de mapas ‘The FoodRoutes’ “Find Good Food” pode nos auxiliar a conectarmos com pequenos proprietários onde se encontra possíveis alimentos mais frescos e mais saudáveis, localmente. Em seu mapa interativo pode-se encontrar todas listas destas opções.

Fontes e Referências

• Cell Regeneration July 30, 2013
• Journal of Agricultural and Food Chemistry February 10, 2010
• Scientific American July 23, 2010
• National Geographic July 31, 2013

• ¹ Journal of Agricultural and Food Chemistry February 10, 2010
• ² Yahoo Voices April 24, 2013

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, em dezembro de 2013.