Mesmo proibido em termos nacionais o uso urbano, o ‘mata-mato’ é aplicado em todos os lugares….
https://news.iu.edu/stories/2018/03/iupui/releases/22-study-pregnant-women-exposure-herbicide.html
INDIANAPOLIS — O primeiro estudo coorte de nascimento deste tipo detectou que mais de 90% do grupo de mulheres grávidas em Central Indiana detectou níveis de glifosato, o princípio ativo no produto comercial ‘Roundup’ (nt.: produto pertencente à transnacional Monsanto), o herbicida mais pesadamente usado em todo o mundo.
Pesquisadores tanto da Indiana University e como da University of California San Francisco reportaram que os níveis de glifosato estão correlacionados significativamente com o abreviamento do tempo de gravidez.
“Há evidências crescentes de que mesmo uma ligeira redução no tempo de gestação pode levar a conseqüências adversas ao longo da vida”, disse Shahid Parvez, pesquisador principal deste estudo e professor assistente no Departamento de Ciências da Saúde Ambiental na Universidade de Indianapolis.
O estudo é o primeiro que examina a exposição ao glifosato em mulheres grávidas nos Estados Unidos utilizando amostras de urina como uma medida direta de contaminação.
Parvez diz que a descoberta principal do estudo foi de que 93% das 71 mulheres no estudo foram detectados níveis de glifosato em suas urinas. “Encontramos maiores níveis de glifosato na urina em mulheres que viviam em áreas rurais e naquelas que consumiram mais bebidas cafeinadas”, disse ele.
“Uma coisa não podemos negar, de que a exposição ao glifosato em mulheres grávidas é real”, afirma Parvez. “A boa nova é que o suprimento público de água potável pode não ser a fonte primária de exposição ao glifosato, como nós inicialmente antecipamos. Nenhuma das amostras de água potável testadas mostraram resíduos de glifosato. É possível que o glifosato tenha sido eliminado no processo de tratamento da água. A má notícia é que a ingestão na dieta de alimentos geneticamente modificados e bebidas cafeinadas são as suspeitas de serem as fontes principais de ingestão de glifosato”.
O glifosato é pesadamente utilizado no Midwest (nt.: a conhecida área produtora de grãos dos EUA, o ‘Meio-Oeste’ ou ‘Centro-Oeste’ ou Corn Belt – Cinturão do Milho) devido à produção de milho e da soja. Seus resíduos são encontrados no ambiente, principais culturas e itens alimentícios que os seres humanos consomem cotidianamente.
“Embora nosso estudo de coorte (nt.: observações de indivíduos classificados ou selecionados, segundo o status de exposição) seja pequeno e regional além de ser limitado em termos raciais e diversidade étnica, fornece evidência direta da exposição maternal ao glifosato e uma correlação significativa com o encurtamento do período de gravidez,” disse Parvez.
A magnitude da exposição ao glifosato em mulheres grávidas e a correlação com o nascimento precoce são preocupantes e exigem investigações posteriores, disse ele. “Estamos planejando, dependendo do financiamento, conduzir um estudo mais amplo tanto com grupos com diversidade geográfica como racial, para determinar se nossas descobertas são as mesmas”.
O estudo, “Glyphosate exposure in pregnancy and shortened gestational length: a prospective Indiana birth cohort study,” foi recentemente publicado no periódico Environmental Health.