Desmasculinização dos machos e outras ameaças à saúde

Desmasculinização dos machos e outras ameaças à saúde. São as substâncias químicas que ameaçam a saúde e a reprodução. Agrotóxicos, venenos ambientais, , artificiais e invasivas, face o desconhecimento dos processos da vida.

 

 

http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2015/10/13/chemical-exposures-threaten-human-health.aspx

 

 

Ultrasonido

Resumo da História

  • De acordo com um relatório da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia, as exposições químicas a agrotóxicos, contaminantes ambientais e às substâncias químicas em produtos plásticos – plastificantes – representam uma grande ameaça para a saúde humana e à reprodução;
  • Um grupo de trabalho da Sociedade de Endocrinologia emitiu uma declaração científica sobre as substâncias químicas que danificam o sistema endócrino e assinalou que todas as pessoas necessitam tomar medidas preventivas para evitá-las; e
  • Os ftalatos podem ser absorvidos de forma transdérmica através da pele e pelo ambiente. Os ftalatos presentes nos pisos de vinil/PVC podem fazer com que as mulheres grávidas sejam mais suscetíveis às variações da pressão sanguínea.

By Dr. Mercola

Segundo um relatório 1,2 recentemente publicado pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia 3 (FIGO), que representa a OB-GYN (nt.: sigla em inglês) em 125 países, a exposição a substâncias químicas é uma grande ameaça à saúde humana.

Os produtos químicos tóxicos estão em nosso entorno; em nossos alimentos, água, ar e num sem número de produtos e bens de uso comum. Este violento ataque está tendo um efeito definitivo, inclusive quando as exposições são relativamente baixas.

Isso é particularmente certo durante a gravidez e a infância. Segundo este informe:

“A exposição a substâncias químicas ambientais e tóxicas durante a gravidez e o  aleitamento é ubíqua e uma ameaça para a reprodução humana saudável.”

O informe foi compartilhado durante a conferência mundial deste ano sobre os temas de saúde das mulheres em Vancouver, Columbia Britânica, Canadá.

O grupo adverte que os acordos comerciais internacionais que nos dias de hoje estão sendo negociados carecem de proteção contra os produtos químicos tóxicos e também convidam os profissionais da área da saúde, de todos os países, a defenderem políticas que ajudem a prevenir a exposição a substâncias tóxicas e a assegurar um sistema alimentício saudável.

As Substâncias Químicas Ambientais Ameaçam a Saúde e a Reprodução dos Seres Humanos

O relatório da FIGO indica um número de tóxicos mais gerais, incluindo:

  • Agrotóxicos;
  • Contaminantes ambientais, como a fumaça de veículos a diesel;
  • Produtos químicos presentes em resinas plásticas, os plastificantes, como bisfenol-A (BPA) e os ftalatos.

Entre os resultados de saúde vinculados a estes produtos químicos tóxicos se encontram:

  • Abortos Involuntários;
  • Natimortos;
  • ;
  • Menor função cognitiva;   e
  • Hiperatividade.

O Custo pela Exposição a Substâncias Químicas é Significativo

Os custos associados a estes resultados sobre a saúde são alarmantes. Por exemplo, na Europa, aqueles associados só à exposição aos disruptores endócrinos químicos são estimados em 157 bilhões de euros por ano.

Em 2008, o custo associado às enfermidades infantis vinculadas à exposição tóxica estimou-se, nos Estados Unidos, em cerca de $77 bilhões de dólares.

Para entender a severidade do que se converteu a exposição a produtos químicos, consideremos isso: cada ano é um total de 4 bilhões de toneladas de produtos químicos que são fabricados ou importados nos Estados Unidos, o que representa 15.000 quilos para cada pessoa.

Todas estas substâncias químicas “se encaixam” em algum coisa … Entram na produção de alimentos, materiais de construção, produtos domésticos, artigos de cuidado e higiene pessoal, móveis, roupa ou o que quer que seja, sendo provável que em cada um destas ‘coisas’ tenha uma certa variedade destas substâncias químicas.

Tanto as emissões como o escoamento das substâncias químicas também contaminam nosso solo, água e ar. Como assinalou o website da ONG Mother Jones:4

“A Dra. Tracey Woodruff, professora associada na Universidade da Califórnia-San Francisco, disse que ainda têm maneiras que as pessoas podem limitar sua exposição– incluindo desenvolver melhores práticas de saúde em geral e ter uma alimentação saudável e livre de agrotóxicos—podendo-se fazer muito para protegermos a todos.

“Podemos fazer algumas coisas para melhorarmos nossa resistência a enfermidades ou diminuirmos a exposição às substâncias químicas”, disse ela, “mas existem muitas coisas que estão acima de nosso controle.”

É por isso que a FIGO… está solicitando aos profissionais de saúde e aos legisladores que apoiem políticas que evitem a exposição e oferecem recomendações que possam ajudar a mitigar os riscos à saúde, incluindo maior acesso a uma alimentação saudável e incorporar a saúde ambiental em nossa atenção à saúde em geral”.

Confirmada a Absorção de Ftalatos Através do Ar Ambiental

A ideia de que os produtos químicos afetam sua saúde não deveria ser uma surpresa. O que poderia ser surpreendente é o grau de sua exposição. A maioria de nós passamos nosso dia a dia, tocando, comendo, bebendo e respirando algo que nem sequer temos ideia.

Vejamos: as pesquisas científicas têm revelado que inclusive coisas como o pó das casas, recibos e tíquetes de compras e o solo sob nossos pés poderiam estar contribuindo para nossos problemas de saúde.

Pesquisa recente 5 mostra que, inclusive quando se trata de usar como plastificante substâncias químicas tipo ftalatos, par os contaminarmos, não precisamos estar em contato direto com esta substância em questão.

Eles podem ser absorvidos transdermicamente, ou seja, através de nossa pele e pelo ar ambiente que respiramos. De fato, esta poderia ser “uma via potencialmente importante de exposição”, afirmam os autores. Os ftalatos também se acumulam no pó das residências, o que representa um risco para as crianças e animais de estimação que passam muito tempo engatinhando ou próximos dos pisos e dos solos.

Como relatou o periódico Environmental Health Perspectives:6

“Faz pouco que os cientistas começaram a analisar a absorção dérmica dos contaminantes presentes no ar dos interiores. ‘Este estudo, como prova de conceito, confirma exitosamente as predições sobre esta via”, disse Gerald Karting… [Que] não participou do estudo.

DEP e DNBP não são os únicos contaminantes orgânicos detectados nos interiores dos espaços que poderiam ter uma absorção significativa através da pele diretamente do ar. Estima-se que mais de 30 compostos orgânicos semi-voláteis, comumente encontrados nos interiores, poderiam ter absorções dérmicas similares ou superiores às de por inalação.

“Nossas descobertas sugerem que os modelos de avaliação de risco não devem ignorar a via dérmica. Existem outras substâncias químicas abundantes na atmosfera dos interiores dos espaços vividos com as propriedades físicas adequadas… que se movem do ar através da pele até o sangue“, disse [o autor do estudo Charles] Weschler.”

Os Pisos de Vinil/PVC Aumentam o Risco de Hipertensão Arterial Induzida pela Gravidez

Pesquisas relacionadas,7,8,9 mostram que os ftalatos, nos pisos de vinil/PVC, podem fazer com que as mulheres grávidas sejam mais suscetíveis à pressão arterial alta e enfermidades cardíacas. As mulheres grávidas que tinham níveis mais altos de metabólitos de ftalatos no sangue eram quase 300% mais propensas a sofrerem pressão arterial alta induzida pela gravidez em comparação com as que tinham níveis mais baixos.

E repito, menos que não se caminhe descalço sobre os pisos de vinil/PVC, os ftalatos podem migrar dos pisos e contaminar o ar que se respira. Os mesmos mecanismos, por trás de associação dos ftalatos com as enfermidades do coração, seguem sendo objeto de investigação, mas se crê que estão relacionados com a atividade inflamatória.

A Alimentação Orgânica Durante a Gravidez Reduz o Risco de Defeitos de Nascimento e Outros Problemas de Saúde

A exposição a agrotóxicos é outra preocupação principal durante a gravidez. Um bom número de estudos tem relacionado os agrotóxicos aos defeitos de nascimento e a recente pesquisa 10 mostra que o risco a dois defeitos comuns de nascimento urogenitais nos filhos varões poderia diminuir ao se consumir alimentos orgânicos durante a gravidez. Como relatou o Institute of Science in Society:11

“O estudo analisou mais de 37.000 mulheres e crianças aos pares, constando que as mulheres que consumiram algum alimento orgânico durante a gravidez tinham 0,42 menos probabilidades de darem à luz a um menino com hipospadia do que aquelas que relataram comer alimentos orgânicos poucas vezes ou nunca. Esta diminuição é modesta mas significativa e se baseia em uma lista crescente de estudos que relacionam os agrotóxicos e outros disruptores endócrinos a estes tipos de defeitos”.

A hipospadia é uma condição em que o meato da uretra se encontra na parte inferior do pênis em lugar de ser na ponta da glande. A prevalência deste defeito de nascimento tem aumentado em muitos países e agora afeta a aproximadamente um em cada 250 meninos nos Estados Unidos (nt.: ver que no link no início deste parágrafo, acima, se constata outro dado quanto à relação que seria de 1 para cada 125, nos EUA).

 

 

De acordo com os dados dos Centers for Disease Control and Prevention/CDC (Centros para o Controle e Prevenção de Enfermidades), as taxas de hipospádias se duplicaram entre 1968 e 1993. Os agrotóxicos não são as únicas substâncias químicas que aumentam o risco deste tipo de defeitos de nascimento.

Detectou-se que os ftalatos também desempenham um papel, que não é tão surpreendente se temos em conta que as anormalidades hormonais foram identificadas como o fator causal chave nesta condição. Além dos ftalatos, uma série de outros produtos químicos presentes nas resinas plásticas são conhecidos por imitarem e alterarem o equilíbrio dos hormônios sexuais, incluindo os Bisfenol-A e Bisfenol-S (BPA and BPS). As substâncias químicas que afetam os hormônios também vem sendo relacionadas a uma série de outros problemas de saúde, incluindo:

 

Diabete Obesidade Enfermidade Cardíaca Infertilidade
Cânceres que sensibilizam os hormônios, como o de seio, endometrial e de ovário Câncer de Próstata Enfermidade da Tiroide (Thyroid disease) Mal desenvolvimento cerebral e menor função cognitiva nos meninos

 

O Grupo de Trabalho Convida a Evitaremos Proativamente os Hormônios que Sejam Disruptores Endócrinos

Com base em revisão de mais de 1.300 estudos, um grupo de trabalho da Endocrine Society publicou recentemente uma nova declaração científica,12,13 sobre os produtos químicos disruptores endócrinos. Ele assinalou de que os efeitos sobre a saúde provocados pelas substâncias químicas, danificam os hormônios, sendo tal que todas as pessoas necessitam tomar medidas preventivas para evitá-las .

A declaração também solicita melhores provas de segurança para se determinar quais são as substâncias químicas que poderiam causar problemas.

O grupo de trabalho, composto por médicos que na realidade tratam de pacientes com problemas relacionados aos hormônios, advertem que os produtos químicos disruptores endócrinos podem ter um impacto nas gerações futuras e solicitam aos médicos que tratam sobre infertilidade, informarem seus pacientes de que evitem os disruptores hormonais para melhorarem suas probabilidades de concepção exitosamente e terem um bebê saudável.

Os médicos também devem advertir às mulheres grávidas e aos pais de meninos pequenos os riscos relacionados com a exposição a substâncias químicas comuns.

Na atualidade, existem uns 85.000 produtos químicos sendo utilizados nos Estados Unidos e ninguém sabe exatamente quais são os que poderiam atuar como disruptores hormonais, já que a grande maioria destes produtos químicos não foram submetidos a provas de seguridade.

Como indicou um dos membros do grupo de trabalho, se tão somente um por cento destes produtos químicos causasse transtornos hormonais, isso representaria cerca de 850 substâncias químicas diferentes, o que dificultaria como evitá-las. Dito isso, alguns dos químicos mais conhecidos por seu potencial de alterarem hormônios, inclusive em baixas doses, são os seguintes:

  • BPA / BPS, encontrados nos plásticos, revestimento interno das latas de alimentos enlatados e recibos e notas de compra termo-impressas;
  • Ftalatos, encontrados nos produtos plásticos macios ou amaciados, pisos de vinil/PVC, perfumes, sabonetes, xampus e cosméticos;
  • Certos agrotóxicos;
  • Triclosan (nt.: produto antisséptico, usado em muitos produtos de uso pessoal), que se encontra em uma ampla gama de produtos antimicrobianos, como sabonetes e desinfectantes para as mãos.

Monsanto É Processado por Seu Herbicida Cancerígeno

O glifosato, o princípio ativo do agrotóxico ‘Roundup‘ de maior venda da Monsanto, é um dos herbicidas mais comumente utilizados no mundo. Estima-se que 500 mil toneladas ao ano sejam aspergidos em nossos cultivos de alimentos, o que causa que cada pessoa em média, por ano, consuma vários quilos de alimentos contaminados com glifosato.

Em março deste ano (nt.: 2015), o glifosato foi reclassificado como “provavelmente carcinógeno” Classe 2 A pela International Agency for Research on Cancer/IARC (Agência Internacional para a Investigação sobre o Câncer), uma divisão da Organização Mundial da Saúde/OMS.

A EPA (Agência de Proteção Ambiental) da Califórnia também emitiu um comunicado de intenção de rotular o glifosato 14 como “reconhecido por causar câncer.”

Seis meses depois de se tornou público o informe da IARC, Enrique Rubio, um trabalhador agrícola e Judi Fitzgerald, uma assistente de horticultura, acionaram a Monsanto, alegando que o ‘Roundup‘ causou-lhes câncer, e que a empresa havia falsificado os dados de seguridade, enganando intencionalmente aos reguladores sobre os perigos do ‘Roundup‘, e falsearam em advertir adequadamente aos usuários sobre seu potencial carcinogênico.

Segundo a agência de notícias Reuters:15

“O advogado Robin Greenwald, um dos advogados que conduziram o caso de Rubio, disse que espera que surjam mais demandas dado que o ‘Roundup‘ é o herbicida mais amplamente utilizado no mundo e a classificação de câncer pela WHO respalda às preocupações desde muito tempo sobre as substâncias químicas. “Creio que com o tempo, haverá centenas de demandas a serem apresentadas”, disso Greenwald. A porta-voz da Monsanto, Charla Lord, disse que as demandas não têm mérito e que o glifosato é seguro para os seres humanos quando se utiliza como indicado pela etiqueta”.

Mais Problemas Legais para Monsanto

Os problemas legais da Monsanto quanto a seus produtos tóxicos não terminam aí. Um tribunal de apelações na França recentemente confirmou uma sentencia de culpabilidade contra Monsanto no caso de envenenamento químico de um agricultor francês que utilizou ‘Roundup‘.

A companhia também está precisando concentrar-se em tribunais em St. Louis, Missouri, onde vários residentes acionaram a Monsanto alegando que desenvolveram câncer linfohematopoiético como resultado da exposição aos PCBs (nt.: policlorados bifenilas – ou Ascarel como é chamado no Brasil – óleo usado em transformadores elétricos. Banido também no Brasil) .16

Monsanto foi o principal fabricante dos PCBs nos Estados Unidos desde 1929 até mais ou menos 1977. Uma série de demandas por contaminação por PCBs foram apresentadas desde que entrou em vigor sua proibição. Em 2002, a Monsanto foi declarada culpada por “atos atrozes de contaminação” por décadas na cidade de Anniston, Alabama.

Os moradores acusaram a empresa de despejar PCBs no rio local e em aterros de lixo. Os documentos judiciais mostraram que a Monsanto tinha conhecimento dos efeitos tóxicos dos PCBs, pelo menos desde há três décadas, mas de que a empresa se negou a tomar medidas corretivas devido aos custos.

Todos os produtos da Monsanto são a base de substâncias químicas e não têm nada de “verde” neles. No início deste ano em curso, San Diego acionou a Monsanto por contaminar a baia de Coronado com PCBs.

A Monsanto sempre foi e segue sendo, uma empresa química. Por outra parte, o foco da Monsanto sempre foi comercializar seus produtos químicos como excepcionalmente seguros e benéficos, só que, décadas mais tarde, mostraram ser excepcionalmente tóxicos. Nos últimos anos, vem tentando criar uma imagem ecológica, alegando que agora é uma empresa agrícola. Mas sejamos sinceros, seu principal ganha-pão é:

  • Roundup‘, um carcinogênico e promotor de resistência aos antibióticos;
  • Sementes transgênicas resistentes ao ‘Roundup‘, que por seu projeto terminam sendo mais fortemente contaminadas com este tóxico;
  • Plantas ‘Bt’ transgênicas, que na realidade estão registradas na agência ambiental dos EUA como um agrotóxico, 17 já que toda a planta está produzida para produzir internamente a toxina ‘Bt’ (nt.: esta toxina é originalmente produzida pelo microrganismo Bacillus thuringiensis, inclusive utilizado na agricultura ecológica).

A Fábrica de Automóveis Maior do Mundo Encontrou Sensores de Contaminação Danosos em 11 Milhões de Automóveis

O informe da FIGO também discute os perigos da contaminação do ar, o que nos leva ao escândalo da Volkswagen. Como informou o periódico The New York Times em setembro, a Volkswagen admitiu equipar 11 milhões de seus veículos a diesel com um ‘software‘ utilizado para falsificar as avaliações de suas emissões.

Segundo o informe do The New York Times:18

“O ‘software‘ detecta quando o carro está sendo testado e logo ativa um sistema que reduz as emissões… Mas ele apaga o equipamento durante la condução normal, o que aumenta as emissões muito acima dos limites legais, possivelmente para poupar combustível ou para melhorar o torque e a aceleração do carro”.

Em artigo tendo por título,19 How Many Deaths Did Volkswagen’s Deception Cause in the U.S.? (Quantas mortes o engano da Volkswagen causou nos Estados Unidos?), o New York Times aborda as possíveis consequências para a saúde pelo engano da Volkswagen.

“Depois de consultar vários especialistas em analisar os efeitos sobre a saúde pelos contaminantes presentes no ar, calculamos uma cifra de mortes nos Estados Unidos que, em seu alcanço superior, não está muito longe daquela que causou o logro da G.M.,” diz o artigo, referindo-se ao engano pregado pela General Motors sobre o defeito de ignição dos veículos que causaram pelo menos 124 mortes.

Na Europa, onde os veículos da Volkswagen são muito mais comuns, o provável efeito foi muito maior. É bem sabido de que a contaminação do ar gerada pelos gases de escape dos automóveis causa tantos problemas de enfermidades cardíacas como respiratórias, e como assinalou em um terceiro artigo do New York Times,20 há uma conexão clara entre o ar mais limpo e uma vida mais longa:

“Numerosos estudos encontraram de que a Lei do Ar Limpo melhorou substancialmente a qualidade do ar e evitado dezenas de milhares de mortes prematuras por enfermidades cardíacas e respiratórias… Se aplicamos esta fórmula aos dados de particulados da EPA entre 1970 a 2012 produz um resultado surpreendente às cidades norte-americanas.

Em Los Angeles, a contaminação de partículas reduziu-se em mais da metade desde 1970. A vida média dos residentes de Los Angeles aumentou em um ano e oito meses mais. Os moradores de Nova York e Chicago aumentaram suas vidas em média de dois anos. Com mais de 42 milhões de pessoas que atualmente vivem nestas três áreas metropolitanas, a esperança de vida rapidamente aumentou”.

Conselhos para Ajudar-nos a Evitar as Substâncias Químicas Tóxicas

Tendo em conta todas as possíveis fontes de substâncias químicas tóxicas, é praticamente impossível evitar a todas. Sem dúvida, pode limitar sua exposição ao manter em mente uma série de princípios fundamentais.

  • Ingerir uma alimentação a base de alimentos frescos, orgânicos e cultivados localmente. Os alimentos processados e pré-empacotados são uma fonte comum de substâncias químicas como o bisfenol-A/BPA. Lavar bem os vegetais, especialmente se não forem orgânicos.
  • Escolher carnes e produtos lácteos de animais criados organicamente e de maneira sustentável para reduzir sua exposição a mais hormônios, agrotóxicos e fertilizantes solúveis. Também evitar leite e outros produtos lácteos que contenham o hormônio de crescimento bovino recombinante (rBGH ou rBST) de origem transgênica.
  • Em lugar de comer pescado proveniente de criatórios, que em geral está altamente contaminado com PBCs e mercúrio, usando um suplemento de óleo de krill de alta qualidade ou comer pescado silvestre, cuja pureza haja sido analisada por um laboratório, como o salmão silvestre do Alasca.
  • Comprar produtos que venham em garrafas de vidro e não de plástico ou enlatados, dado que as substâncias químicas contidas nos plásticos podem se infiltrar em seu conteúdo. O bisfenol-A/BPA é de suma preocupação, assegurar-se de que seus recipientes de plástico e alimentos enlatados que não contenham o BPA.
  • Armazenar os alimentos e bebidas em vidrio e não em plástico, também evitar o uso de filmes plásticos (nt.: normalmente são do perigosíssimo PVC ou de resinas que imitam o celofane, ver este link do celofane para saber como agir) para envolver sua comida.
  • Utilizar mamadeiras de vidro.
  • Trocar os utensílios da cozinha com antiaderente (nt.: tipo da marca ‘teflon) por os feitos de cerâmica ou vidro.
  • Filtrar a água da torneira- tanto para beber como para se banar. De fato, se só se puder filtrar uma, filtrar a água com a que se banhar, esta poderia ser mais importante já que a pele absorbe os contaminantes. Para eliminar o disruptor endócrino atrazina, assegurar-se de que o filtro esteja certificado para fazê-lo. De acordo com a ONG EWG, o perclorato pode ser filtrado por médio de um filtro de osmose inversa.
  • Buscar produtos feitos por companhias comprometidas com o meio ambiente, com os animais, que sejam ecológicas e 100% orgânicas. Isso se aplica desde os alimentos, produtos de cuidado e higiene pessoal até os materiais de construção, tapetes e carpetes, pinturas e tintas, artigos para bebês, tapeçaria, colchões e muito mais.
  • Utilizar um aspirador com o filtro especial ‘HEPA‘ para eliminar o pó doméstico contaminado.
  • Quando comprar produtos novos como móveis, colchões ou a forração dos tapetes considerar comprar as variedades livres de retardantes de chama que contenham materiais que são naturalmente menos inflamáveis como couro, lã, algodão, seda e Kevlar (nt.: fibra sintética de aramida).
  • Evitar roupa, móveis e tapetes resistentes a manchas e água para evitar as substâncias químicas perfluoradas (PFCs).
  • Assegure-se de que os brinquedos infantis não contenham BPA, como chupetas, mordedores e quaisquer coisas que seu bebê possa coloca na boca—incluindo os livros que muitas vezes estão plastificados. É aconselhável evitar todos os plásticos, especialmente as variedades flexíveis (nt.: todos os produtos e principalmente brinquedos ‘fofos’ têm o plastificante ftalato).
  • Utilizar produtos de limpeza naturais nos lares ou fazê-los nós mesmos. Evitar produtos que contenham 2-butoxietanol/EGBE e metoxidiglicol/DEGME (nt.: estes produtos químicos são utilizados como solventes de tintas e em produtos de limpeza e têm sido associados, entre outros problemas de saúde, com a redução na contagem de esperma em pintores) – dois ésteres de glicol tóxicos que podem danificar a fertilidade e causar dano fetal.
  • Trocar para marcas orgânicas de artigos de tocador como o xampu, pasta de dentes, antitranspirantes e cosméticos. A ONG norte-americana EWG (Grupo de Trabalho Ambiental) tem una extensa base de dados 21 que pode nos ajudar a encontrar produtos para o cuidado e higiene pessoal livres de ftalatos e outras substâncias químicas potencialmente perigosas.
  • Trocar a cortina de PVC/vinil de chuveiro para uma feita de tecido ou de vidro.
  • Trocar os produtos de higiene feminina como os tampões e absorventes por alternativas mais seguras.
  • Buscar produtos sem fragrância ou perfume. Uma fragrância artificial pode conter centenas – e mesmo milhares – de substâncias químicas potencialmente tóxicas. Evitar os amaciantes e toalhas para as máquinas secadoras, que contenham uma mescla de substâncias químicas e fragrâncias sintéticas.

Fontes e Referências

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, dezembro de 2015.