Chorume de aterro sanitário: por que o tratamento deve ser uma prioridade?

Localidades que têm como intuito servir para a deposição ou descarte de resíduos sólidos urbanos, os aterros sanitários são a evolução da antiga prática de aterramento, buscando acomodar detritos no solo no menor espaço possível e causar o mínimo impacto ao meio e à . Tais preocupações não são em vão: ainda que sejam o método sanitário mais simples para destinação final de resíduos urbanos, os aterros muitas vezes são alvos de críticas por não terem como meta a reciclagem ou tratamento dos materiais presentes no lixo, altamente poluentes para o ecossistema e nocivos ao ser humano.

 

 

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Foto: site Dinãmica Ambiental

Localidades que têm como intuito servir para a deposição ou descarte de resíduos sólidos urbanos, os aterros sanitários são a evolução da antiga prática de aterramento, buscando acomodar detritos no solo no menor espaço possível e causar o mínimo impacto ao meio e à saúde pública. Tais preocupações não são em vão: ainda que sejam o método sanitário mais simples para destinação final de resíduos urbanos, os aterros muitas vezes são alvos de críticas por não terem como meta a reciclagem ou tratamento dos materiais presentes no lixo, altamente poluentes para o ecossistema e nocivos ao ser humano.

A ideia, no entanto, não é que estes ambientes sejam visualizados como “vilões” ou técnicas ultrapassadas de deposição. Definidos pela CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) como a “saída atualmente empregada para o descarte disciplinado de resíduos no solo”, os aterros sanitários cumprem um papel importante e necessário no processo de descarte atual de rejeitos sólidos e, ainda de acordo com a Companhia, têm como objetivo melhorar as condições relacionadas aos resíduos urbanos, evitando as consequências de sua degradação desenfreada.

Diante desta função fundamental para a sociedade, vale ressaltar a grande responsabilidade ambiental a ser observada por estes espaços. O processo de decomposição de todo o volume de lixo armazenado nos aterros libera efluentes líquidos denominados “percolados de aterro sanitário”. Em junção com a água da chuva, este material forma o líquido percolado, conhecido também como “chorume”, substância de coloração escura, forte odor e que, ainda, apresenta alta carga orgânica em sua composição.

Acompanhe nosso artigo e descubra conosco por que a adequada destinação deve ser considerada uma prioridade neste gerenciamento!

Chorume: a grande importância do tratamento
Se descartado de forma inadequada no solo, esse efluente ocasiona graves danos ao meio ambiente e à saúde pública. Com baixa biodegrabilidade, alta carga de materiais na composição e compostos orgânicos tóxicos, este líquido residual, se não devidamente tratado, é capaz de atingir e contaminar o lençol freático, prejudicando desta forma os cursos de água da região. Com isso, perceber-se que os danos ambientais provocados pelo manejo inconsequente desse efluente alcançam sérias proporções, culminando em um ciclo completo de poluição da água (contaminação que vai desde sua origem até os corpos abastecidos, tornando-se nocivo aos animais e ao ser humano).

Definitiva por si só, a questão das consequências para o ambiente, no entanto, não é o único argumento a favor do necessário tratamento do chorume: diante da gravidade destes possíveis desdobramentos, a norma NBR 8419/1992 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) dispõe sobre as condições mínimas estabelecidas para a construção de um aterro sanitário, exigindo que o projeto inclua um sistema de coleta, drenagem e tratamento de líquidos percolados. É isso mesmo: o tratamento do chorume é questão de lei, sujeitando os descumpridores a arcarem com punições que vão desde multas à paralisação dos serviços do aterro.

A complexidade do tratamento e a opção pela terceirização
O líquido percolado proveniente dos aterros sanitários é um efluente que apresenta grande dificuldade e complexidade para tratamento. Alguns fatores que provocam a alta variabilidade de qualidade deste líquido, dificultando o processo de tratá-lo, são:

  • Elevada carga bioquímica na composição;
  • Volume muito variável de geração pela combinação da precipitação (chuvas) e do processo de degradação dos resíduos sólidos;
  • Atendimento aos padrões ambientais exigidos;
  • Resistência aos métodos convencionais de tratamento.

Esta dificuldade inerente torna difícil determinar as técnicas de tratamento que serão efetivas para o resíduo – as características dos compostos são complexas de serem previstas. Desta forma, as técnicas aplicadas para tratar o percolado em determinado aterro, por exemplo, podem não surtir resultados em outros, comprometendo muitas vezes o sucesso esperado. Os compostos de difícil degradação ou que apresentam resistência aos modelos tradicionais de tratamento também são dificuldades a serem contornadas quando o assunto é tratar corretamente esse resíduo líquido.

Neste contexto de problemáticas, a opção por construir uma estação própria de tratamento in loco, ou seja, nos próprios aterros sanitários, torna-se um opção complicada para muitos gestores. A complexidade de tratar o material, aliada às exigências da legislação ambiental, os altos custos para instalação dos procedimentos adequados e contratação de mão de obra qualificada, tem aumentado a busca por uma alternativa que une eficiência, expertise e adequação ambiental a um só tempo: a terceirização do tratamento do chorume.

O sistema de tratamento de efluentes líquidos vai depender da composição do chorume e deve atender os padrões de lançamento de efluentes em cursos d’água vigentes pela legislação ambiental. A opção por terceirizar o tratamento do líquido percolado (ao invés de investir em um sistema de tratamento in loco) tem se tornado cada vez mais difundida – a questão financeira e a complexidade do tratamento desse efluentes isoladamente, têm se apresentado como importantes argumentos a favor desta terceirização. Nesse caso, o aterro sanitário deixa de ter despesa com a construção, a operação e a manutenção de uma estação própria, assegurando-se que a empresa contratada irá cumprir todas as normas e padrões requisitados pela legislação no tratamento.

Tratamento por processo biológico
O tratamento biológico (o mais comum nos aterros brasileiros) se insere como a opção mais eficiente e indicada para o processo, O tratamento biológico tem o objetivo de remover a matéria orgânica dissolvida e em suspensão ao transformá-la em sólidos sedimentáveis (flocos biológicos) e gases. Basicamente, o tratamento biológico reproduz os fenômenos que ocorrem na natureza, mas em menor tempo. .

A partir destas informações, fica evidenciada a grande importância de encaminhar o chorume proveniente dos aterros sanitários para tratamento e a contratação de uma empresa competente para realizar o processo, em conivência com o ambiente e à legislação vigente.

Fonte: Tera Ambiental.

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