(CNN) — O número de crianças com autismo nos EUA continua crescendo de acordo com o novo relatório liberado nesta quinta-feira (nt.: dia 29.março.2012) pelos Centers for Disease Control and Prevention/CDC (nt.: Centros para o Controle e a Prevenção das Doenças – órgão governamental que lida com a saúde nos EUA). Os últimos dados estimam que 1 em cada 88 crianças norte-americanas estão tendo alguma forma de desordens do espectro autista. Representa então um aumento de 78% quando comparados com uma década atrás, de acordo com o relatório.
As crianças dos EUA e o autismo.
No totalidade: 1 em 88 crianças norte-americanas tem autismo; 78% acima do que 2002.
Total: Estimado serem 1 milhão de crianças com autismo.
Meninos: 1 em 54; 82% acima do que 2002.
Meninas: 1 em 252; 63% acima do que 2002.
Crianças brancas não-hispânicas: 1 em 83; 70% acima do que 2002.
Crianças negras não-hispânicas: 1 em 98; 91% acima do que 2002.
Crianças hispânicas: 1 em 127; 110% acima do que 2002.
Sintomas tipicamente aparente antes da idade de 3 anos.
Fonte: Centers for Disease Control and Prevention.
http://edition.cnn.com/2012/03/29/health/autism/index.html
Desde o ano 2000, o CDC tem baseado suas estimativas sobre o autismo pelo acompanhamento dos relatórios de sua Autism and Developmental Disabilities Monitoring Network (nt.: Rede de Autismo e Monitoramento de Incapacidades de Desenvolvimento). Cada dois anos, os pequisadores contam quantas crianças de 8 anos de idade têm autismo em quase uma dezena de comunidades em todo o país. (O número de locais varia de seis a 14 por ano, dependendo da disponibilidade de recursos em dado ano.)
Em 2000 e 2002, o autismo estimado foi em torno de 1 em 150 crianças. Dois anos depois 1 em 125 crianças de 8 anos de idade tinha autismo. Em 2006, o número foi de 1 em 110, e agora os dados mais recentes — de 2008 — sugerem 1 em 88 crianças tem autismo.
Leia o Relatório do CDC (PDF) – em inglês (http://i2.cdn.turner.com/cnn/2012/images/03/29/ss6103.ebook.pdf)
Meninos com autismo continuam a superar as meninas numa relação de 5-para-1, de acordo com o relatório do CDC. Ele estima que 1 em cada 54 meninos tem autismo nos EUA.
Mark Roithmayr, presidente do grupo ativista pelo autismo Autism Speaks (http://www.autismspeaks.org/), diz que mais crianças estão sendo dignosticadas com autismo em razão de haver “melhores e mais amplos diagnósticos, melhor percepção e cerca de 50% de ‘Nós não sabíamos’.”
Diz que os números mostram que há uma epidemia de autismo nos EUA.
Reconhecimento precoce dos sinais do autismo — um distúrbio do neurodesenvolvimento que leva a um prejuízo na expressão da linguagem, na comunicação e nas habilidades sociais — é vital porque pode levar a um intervenção precoce, diz o Dr. Gary Goldstein, especialista em autismo e presidente do Kennedy Krieger Institute, em Baltimore/Maryland.
“Tem havido estudos — duplo-cego — para mostrar que intervenção comportamental precoce muda os resultados para as crianças”, afirma Goldstein.
O casal Roy Sanders e Charlie Bailey perceberam que alguma coisa estava errada com seu filho Frankie Sanders quando ele tinha 9 meses de idade.
“Nosso pediatra naquele momento que era um amigo nosso, tentou nos dizer que estávamos muito cautelosos e muito ansiosos”, diz Sanders.
O pediatra de Frankie julgava que seus pais estavam vendo atrasos em seu desenvolvimento que realmente não existiam. Mas Frankie não falava, diz Sanders. “Ele não tinha fala, não apresentava nenhum tipo de habilidade de comunicação. Ele não apontava. Ele se agitava só um pouco. Ficava fixado nos ventiladores, nas luzes. Ficava sempre enfurecido’ se não tivesse o brinquedo ‘Thomas the [Tank] Engine’ porque estava obsecado por ele”.
Seus pais se mantiveram sewmpre exigindo dele e agora Frankie que joga num time de futebol americano Decatur Bulldogs, na cidade de Decatur, Georgia, foi diagnosticado com autismo quando tinha 15 meses de idade.
iReport: Have a child with autism? Sign up to participate in a project with CNN. (http://ireport.cnn.com/topics/767905)
“Detecção precoce está associada com melhores resultados”, diz o diretor do CDC, Dr. Thomas Frieden. “As crianças que cedo foram detectadas, cedo puderam pegar um serviço e menos comprometimento têm em seus aprendizados e em suas vidas em termos de longo prazo. Este sendo o nosso melhor entendimento sobre o autismo”.
O CDC está trabalhando com a Academia Americana de Pediatria no sentido de recomendar que as crianças sejam avaliadas quanto ao autismo, entre as idades de 18 a 24 meses, diz Frieden.
CDC: What you should know about autism (http://www.cdc.gov/ncbddd/autism/index.html)
No entanto, de acordo com o relatório do CDC, a maioria das c rianças foram diagnosticadas entre as idades de 4 a 5 anos, quando seu cérebro já está mais desenvolvido e mais duro nas mudanças.
“Os médicos estão mais aptos no diagnóstico do autismo; as comunitades estão levando melhores serviços [providenciando] às crianças com autismo e os cientistas do CDC estão muito melhores no acompanhamento com elas nas comunidades onde estamos estudando”, informa Frieden.
“Quanto deste aumento é resultado de melhor acompanhamento e quanto dele é de um aumento atual, nós ainda não sabemos. Hoje conhecemos mais sobre o autismo do que em qualquer outro tempo”, diz ele, “mas há ainda muito que desconhecemos e desejamos que já fosse sabido”.
Uma criança ou um adulto com desordens do espectro autista pode:
–Repetir mais e mais as ações ;
–Não olhar para objetos quando outra pessoa aponta para eles;
–Evitar o contato com os olhos e querer ficar só;
–Preferir não ser pega ou afagada, somente quando ela quer; e
–Parecer inconsciente quando outras pessoas falam com ela, mas responde a outros sons.
Fonte: Centers for Disease Control and Prevention.
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, dezembro de 2012.