Relações humanas: Os 200 anos da saga alemã no Brasil
É sabido que a história é contada pelos ‘vencedores’ e os litígios ficam por conta dos vencidos. Esse texto publicado pela mídia pública alemã DW procura, dentro de um aparente esforço, mostrar ‘todos’ os aspectos que poderíamos considerar como positivos e negativos da imigração de etnias germânicas desde as primeiras décadas do século XIX. Sob o aspecto historiográfico, este material é importante, mesmo que, por menos que se queira, seja parcial. Infelizmente há um certo vício de origem na história das Américas que remonta à Bula do Papa Alexandre Vl, chamada de ‘Inter Coetera’ ou ‘Inter Caetera’, exarada no final do século XV e que deu origem ao afamado Tratado de Tordesilhas.. Nela era determinado que todas as terras Além Mar seriam dos Reis da Espanha e de Portugal. Ou seja, terra sem gente para gente ‘esfomeada’ por terra e por recursos, na época chamados de ‘especiarias’. E mais, de preferência que fossem ‘economicamente ‘interessantes’. E assim, como o mito de Erisícton da antiga Grécia, nada nem ninguém mereceria ser considerado a não ser os interesses dos Impérios Coloniais de então. E esta ideologia foi se fortalecendo a ponto de ser a verdadeira face da história da maioria das nações que se formaram nas Américas. Assim, haver no Brasil uma pressão para que se pudesse alterar a constituição no sentido de podermos ter duas nacionalidades, abriu as portas para os eurodescendentes de hoje se consideram mais de lá do que de cá. E estarmos vivendo a doutrina do supremacismo branco eurocêntrico com a prática e a fé na colonialidade, passa a ser o paradigma inclusive da invasão nas últimas décadas das ‘novas fronteiras agrícolas’ e da produção desesperada e avassaladora de ‘commodities’, um fato atual, corriqueiro e ‘louvável’. Constata-se tristemente que é a mesma visão de mundo do século XVI até às imigrações, fomentada pelos prepostos dos Impérios, que se espraia, nos dias de hoje, pela Amazônia, pelo Pantanal, pelo Cerrado como já foi na costa atlântica e nos interiores e sertões do Oiapoque ao Chuí. A pergunta é: quando seremos, todos, responsáveis pelas terras que a Humanidade nos colocou como guardiões como os povos originários foram, são e serão desde o passado mais remoto até o futuro mais longínquo de nossos descendentes? Leia mais