Química Sintética (Pág. 14 de 16)

A INSENSATEZ DA AGROQUÍMICA.

Desde milênios, desde que inventou a agricultura – um passo muito sério e talvez fatal na história da evolução orgânica – o homem vem enfrentando os problemas das enfermidades e pragas, ou parasitas, das plantas e animais domésticos. Para citar apenas um caso extremo, basta lembrar a grande fome na Irlanda no séc. XVIII, quando a Phytophtera acabou com as lavouras de batata, causando a morte por inanição de uma quarta parte da população do país e obrigando outra quarta parte a emigrar. A população da Irlanda ficou reduzida à metade. Em menor escala, quem, entre os que apreciam o seu jardim, ainda não se incomodou com a saúva, pulgões e lesmas ou com enfermidades criptogâmicas?

Químicos nos alimentos.

Os métodos modernos de produção de alimentos têm aberto imensas avenidas para a exposição a carcinogênicos ambientais e compostos disruptores endócrinos. Agrotóxicos espargidos sobre os cultivos, antibióticos empregados na avicultura e hormônios dados aos bovinos, expõem os consumidores involuntariamente a contaminantes que acabam se tornando parte integrante de seus organismos. Algumas destas exposições podem aumentar o risco ao câncer de mama.

O que retardantes de chama estão fazendo na sua manteiga?

Ao passar manteiga em seu pão, você pode estar espalhando por ele pequenas quantidades do retardante de chamas PBDE (éter difenil polibromado). Em estudo que será publicado amanhã no Environmental Health Perspectives, pesquisadores descobriram que todas as dez amostras de manteiga compradas em supermercados em Dallas, Texas, continham vários tipos de PBDEs.

Estudo brasileiro liga composto presente no plástico a ganho de peso.

O bisfenol A, composto presente em alguns tipos de plástico, pode ter um impacto sobre os hormônios da tireoide, segundo um estudo desenvolvido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresentado nesta quinta-feira (28) na XXIX Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), em Caxambu, Minas Gerais. Os resultados sugerem que a ingestão da substância, presente em vários tipos de embalagem de alimentos e bebidas, pode levar ao ganho de peso (nota do site: substância considerada obesogênica conforme várias matérias do site).

A indústria química não quer que saibamos sobre os perigos do estireno.

Uma das maiores organizações de trabalhadores nos E.U.A., um grupo de advogados ambientalistas e um dos médicos mais destacados em medicina ocupacional, apresentaram documentos legais para assegurar que o governo deva alertar o público norte americano quanto ao perigo potencial do estireno. Esta é uma substância química amplamente empregada na manufatura de produtos plásticos como também de barcos, automóveis, banheiras e outros produtos feitos com borracha como pneus e correias transportadoras.

BHA e BHT: substâncias nocivas à saúde estão presentes em alimentos e cosméticos.

O BHA (2,3-terc-butil-4-hidroxianisol) e o BHT (2,6-diterc-butil-p-creso) estão presentes nos batons, sombras para os olhos (maquiagem em geral), cosméticos para os cabelos, protetores solares, desodorantes, antitranspirantes, perfumes, cremes, medicamentos, motores a óleo, produtos feitos de borracha, plásticos e também em alimentos como manteiga, toucinho (bacon), carnes, doces, cervejas, farofas prontas, batatas desidratadas e fast foods.

Contaminantes emergentes na água: “A cada ano temos mais de mil novas substâncias sendo introduzidas no nosso dia a dia”. Entrevista especial com Wilson Jardim

Análise recente da água de 20 capitais brasileiras demonstra que há altos índices de contaminantes emergentes, substâncias “não legisladas”, presentes na água utilizada para consumo. Entre os contaminantes, foram encontrados fármacos, produtos de higiene pessoal, hormônios naturais e sintéticos, agentes antichamas, protetores solares, nanomateriais e pesticidas. O coordenador da pesquisa, Wilson Jardim, professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, explica que existem mais de mil substâncias que se encaixam nessa categoria e que, “nas últimas décadas, por uma série de fatores, como padrão de consumo, falta de saneamento e adensamento populacional, entre outros, aumentaram sua concentração no ambiente e podem fazer com que a exposição humana a elas seja preocupante”.