Globalização (Pág. 22 de 39)

A desigualdade está na moda.

As muito contemporâneas novelas medievais do galês Ken Follett transportam a um tempo em que os ricos tinham tudo e os pobres não tinham nem a si mesmos. Essas histórias ambientadas nos séculos 12, 13 e 14 reconfortam de certo modo o leitor contemporâneo, rodeado de comodidades, liberdades e garantias. A marca daquela época era a pobreza. Com diz o próprio Follett, “o príncipe mais rico vivia pior do que, digamos, um recluso em uma prisão moderna”.

O capitalismo selvagem está de volta e não irá se domesticar.

"O que aconteceu na Europa ocidental e na América do Norte entre aproximadamente 1917 e 1975 – quando o capitalismo criou, de fato, um crescimento alto e uma desigualdade menor – foi algo como uma anomalia histórica. Há uma percepção crescente entre os historiadores da economia de que este foi, de fato, o caso", escreve David Graeber, antropólogo, em artigo publicado pelo jornal The Guardian, 30-05- 2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

O porquê das desigualdades: uma crítica do livro de Thomas Piketty.

"O problema do livro é que parece não perceber que não é possível entender o mundo do capital sem entender o mundo do trabalho, nem tampouco como os dois se relacionam entre si. Aí está o ponto fraco do livro", afirma Vicenç Navarro, catedrático de Ciência Política e Políticas Públicas na Universidade Pompeu Fabra, e Professor de Public Policy na The Johns Hopkins University, em artigo publicado por Carta Maior, 17-05-2014.

Lucros dos bancos crescem.

A temporada de divulgação dos lucros trimestrais dos bancos brasileiros mostra uma verdade recorrente: os principais atores do sistema financeiro do país não têm do que reclamar. Com R$ 4,419 bilhões, o banco Itaú obteve gigantesco crescimento de 27,3% no lucro líquido nos três primeiros meses de 2014 na comparação com o mesmo período do ano passado. O lucro do Bradesco, de R$ 3,473 bilhões no trimestre, expandiu-se em 18% na comparação com os primeiros três meses de 2013.

Confissões de um banqueiro arrependido.

O executivo Rainer Voss (foto) conta, em um documentário, os segredos das empresas de investimentos que provocaram a crise atual. O arranha-céu está vazio. Em uma sala transparente, um homem se aproxima de uma grande janela, da qual se vê outros edifícios que compõem o distrito financeiro de Frankfurt. O homem vira: “Em uma sala como esta, um lugar sagrado, uma ‘trade room’, caberia uma centena de ‘brokers’”. Assim se inicia o documentário ‘Master of universe’, o ‘Eu confesso’ deRainer Voss, executivo alemão de um banco. Um homem que diante de uma câmara conta – sem dizer nomes, nem concretizar dados, para não quebrar a cara – como veio a crise financeira de um ponto de vista único: o de um poderoso trabalhador de um banco de investimento

O rock star da economia. Entrevista com Thomas Piketty.

Em seu modesto escritório na Escola de Economia de Paris, quase na periferia da capital francesa, Thomas Piketty, o economista mais famoso do momento, não demonstra qualquer afetação e parece reagir genuinamente com humildade ao estrondoso sucesso de seu livro. "O Capital no Século XXI" é uma obra (de 970 páginas em francês e 685 em inglês, mas de idêntico conteúdo) sobre a história do dinheiro, do patrimônio e do aumento da desigualdade no mundo, que tende a se tornar incontornável no debate econômico.

O capitalismo, divino filho do cristianismo.

O cristianismo parecia, durante muito tempo, mais distante da esfera mercantil. Mas, ao contrário de Max Weber, podemos argumentar que sem o cristianismo tout court, não haveria capitalismo. É este lado obscuro, ou negado, da religião cristã, que gostaríamos aqui de destacar.

PIB, conceito ultrapassado.

Indicador alternativo desafia ideia essencial ao capitalismo, ao sugerir que riqueza monetária não equivale a bem-estar. Novos critérios produzem resultados surpreendentes. A divulgação da pesquisa sobre Indicadores de Progresso Social 2014 (IPS) [leia o relatório principal, o resumo e a metodologia] vem agregar peso à transformação de como calculamos os resultados econômicos e o desenvolvimento.

10 números sobre a fome.

A FAO, a organização das Nações Unidas que luta contra a fome e a desnutrição, por ocasião da sua sessão anual de conferências realizadas em Roma, entre os dias 15 a 22 de junho, divulgou alguns dados que fornecem um quadro da situação alimentar no mundo.