Anversos da crença
Não vislumbro um futuro humano plástico,
mas muito plástico no futuro desumano.
E não falo de monturos,
falo de montanhas de plástico impuro.
Falo de futuro suástico, inseguro, iconoclástico.
Plásticos grandes e pequenos, moles e duros,
que se amontoam.
Nanoplástico que se respira,
que se bebe e se come,
se adoece, se morre e se consome.
Presente fantástico de futuro hiperplástico,
plástico para sempre,
para sempre espúrio, infértil e inseguro.
Acuro todos os sentidos
e arrepio em presságios.
Agouros de agora,
tempos adentro,
mundo afora.
Improvável um futuro fúlguro!
Provavelmente escuro e obscuro.
Assim, esconjuro e abjuro!
João Marino