#Somostodosambientalistas.

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Persiste entre formadores de opinião o uso do termo ambientalista de forma pejorativa, para depreciar os cidadãos que lutam pela causa ambiental, além de também esconder outras intenções, menos ingênuas, como fazer o jogo dos poderosos, dos poluidores, que têm seus interesses contrariados pela persistência daqueles que defendem a preservação do meio ambiente e das condições de vida no planeta.

 

 

http://envolverde.com.br/ambiente/somostodosambientalistas/

 

 

por Heitor Scalambrini Costa*

Sustentabilidade #Somostodosambientalistas

Os últimos relatórios dos grupos de trabalho do Painel Intergovernamental sobre (IPCC) mostram inquestionavelmente que a ação humana é a principal causa da elevação da temperatura média da Terra, do . Mesmo assim, interesses poderosos das indústrias de combustíveis fósseis e nucleares, da agroindústria, dentre outros, continuam a negar este fato, financiando campanhas que atacam aqueles que propõem mudanças no atual estilo de vida perdulário, no consumo e na produção de matérias primas e .

O crescimento sempre foi um objetivo da política econômica. Acreditava-se que o aumento da renda de um país fosse suficiente para proporcionar uma vida melhor a seus habitantes. Portanto, a partir de uma análise simplificada, geralmente utilizando como indicador o Produto Interno Bruto (PIB), anunciava-se que bastava seu aumento para que fosse interpretado que os indicadores de bem estar também o acompanhariam. O que de fato não acontece.

Já há alguns anos, verificam-se os danos causados pelo atual modelo de atividade econômica sobre o planeta. Em nome do crescimento a qualquer preço, tudo é permitido, inclusive a destruição do meio ambiente. As evidências são incontestes de que não é possível mais crescer e enriquecer para atender à melhoria da qualidade de vida da maioria da população. Ou seja: consumir e produzir nos padrões atuais esbarram nos limites físicos do nosso planeta.

Estamos recebendo sinais de que a Terra vem reagindo à quantidade de gases emitidos, denominados de “efeito estufa”, em particular o CO2 (dióxido de carbono), principalmente pelo uso massivo dos combustíveis fósseis. Ao desmatamento desenfreado das para diferentes finalidades. Ao e das fontes de água doce, reduzindo assim sua disponibilidade, principalmente pelo uso irracional desse bem fundamental à vida. Qualquer vida. Todas as vidas.

O IPCC, através de seus relatórios e pareceres, tem chegado a conclusões científicas irrefutáveis de que o aquecimento global tem provocado aumento significativo na frequência e na intensidade dos “desastres naturais”. A concentração de CO2 na tênue atmosfera que nos protege atingiu os 400 ppm (parte por milhão) em abril de 2014, superando o limite histórico. Valor emblemático, pois é o nível considerado limite pelos cientistas para evitar os piores cenários do .

Segundo o IPCC, acima de 400 ppm de CO2 a temperatura média do planeta poderá subir entre 2 e 5 graus centígrados até o final deste século, o que poderá provocar a aceleração do degelo, tempestades mais violentas, graves impactos sobre a , com a inevitável extinção de espécies, e milhões de refugiados ambientais que terão de buscar outro lugar pra viver.

Portanto, mesmo com as evidências, com os alertas científicos, ainda continuamos a não dar a atenção devida a este que é o maior desafio de nosso tempo: as mudanças climáticas. Ela já esta entre nós e se acelerando.

Daí os que lutam pela vida no planeta Terra, por um mundo melhor, por uma sociedade mais igualitária, menos injusta socialmente, onde a renda seja mais distribuída, serem também responsáveis pela . Ou seja, somos todos ambientalistas (obviamente, com exceção dos que querem manter seus privilégios).

Saiba mais sobre o Fórum Social temático Energia de 10 a 17 de agosto em Brasília aqui.

Heitor Scalambrini Costa é professor da Universidade Federal de Pernambuco.

** Publicado originalmente no site Correio da Cidadania.

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Anversos da crença (João Marino)

Não vislumbro um futuro humano plástico,
Mas muito plástico no futuro desumano.
E não falo de monturos,
Falo de montanhas de plástico impuro.
Falo de futuro suástico, inseguro, iconoclástico. Plásticos grandes e pequenos, moles e duros,
Que se amontoam.
Nanoplástico que se respira,
Que se bebe e se come,
Se adoece, se morre e se consome.
Presente fantástico de futuro hiperplástico,
Plástico para sempre,
Para sempre espúrio, infértil e inseguro.
Acuro todos os sentidos
E arrepio em presságios.
Agouros de agora,
Tempos adentro,
Mundo afora.
Improvável um futuro fúlguro!
Provavelmente escuro e obscuro.
Assim, esconjuro e abjuro!