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A biologia sintética poderia abrir outra caixa de Pandora.

Haiti, o país mais pobre do ocidente, é o principal produtor mundial de vetiver e é impossível ignorar sua presença no sudoeste da nação caribenha. Porém os agricultores que o cultivam com dificuldades poderiam receber um duro golpe com a chegada de uma nova indústria: a biologia sintética. No caminho de Les Cayes, uma das maiores cidades do sul haitiano, ficamos maravilhados com os campos de vetiver de ambos os lados da estrada. E o mesmo sucede quando vamos daí para Port Salut.

Biologia Sintética, um projeto de desapropriação.

A biologia sintética ou “engenharia genética extrema” representa um avanço na biotecnologia e é algo que vai além da manipulação genética dos transgênicos. Trata da construção artificial de micro-organismos completamente novos, que têm a capacidade de mudar ou “reprogramar” o metabolismo de organismos para realizarem funções que não existem na natureza.

A vida artificial já está aqui.

Trata-se de um cromossomo de levedura, o fungo usado na fabricação de cerveja, pão, biocombustível e em metade das pesquisas sobre organismos eucariontes, como nós. A capacidade de introduzir um cromossomo sintético nesse organismo permitirá melhorar todos os itens anteriores: fabricar biocombustíveis mais sustentáveis para o ambiente ou desenvolver novos antibióticos, além de todo um novo continente de pesquisa sobre a pergunta do milhão: como construir o genoma inteiro de um organismo superior. A reconstrução de um neandertal, por exemplo, seria impossível sem esse passo essencial.

Tecnologia Terminator, de restrição de uso, compromete segurança alimentar, alertam técnicos.

Além da possibilidade da contaminação genética de lavouras não transgênicas, a tecnologia terminator, de restrição de uso, pode comprometer a segurança alimentar, alertam especialistas contrários à adoção dessa prática. Especialistas e representantes da sociedade civil temem que a permissão para aplicar tal tecnologia em sementes usadas na produção de fármacos seja o passo inicial para esterilização de sementes destinadas à alimentação.

MPF debate liberação de soja e milho resistentes a 2,4-D.

A CTNBio se negou a abrir o debate, mas o Ministério Público Federal mostrou-se disposto a ouvir a sociedade e realizou nesta última quinta-feira audiência pública sobre os impactos de uma eventual liberação comercial de variedades de soja e milho resistentes ao herbicida 2,4-D, classificado pela Anvisa como produto de extrema toxicidade.

Biologia sintética e a mercantilização da vida.

Os professores José Antônio Zamora e Jordi Maiso Blasco, do Consejo Superior de Investigaciones Científicas – CSIC, de Madrid, Espanha, defenderam um enfoque humanista para as investigações no campo da biologia sintética durante mesa-redonda realizada na tarde de 10-10-2013 na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no Instituto Humanitas Unisinos – IHU. O evento, denominado Projeto Biologia Sintética e Humanidades - nome do projeto em que ambos participam no CSIC – integra o II Seminário preparatório ao XIV Simpósio Internacional IHU: revoluções tecnocientíficas, culturas, indivíduos e sociedades. A modelagem da vida, do conhecimento e dos processos produtivos na tecnociência contemporânea.

Novos riscos dos transgênicos na agricultura: o herbicida 2,4-D, componente do “agente laranja”.

Nova primavera silenciosa se aproxima? Na pauta da Reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), do próximo dia 19 de setembro de 2013, constam três processos de liberação comercial de sementes transgênicas de soja e milho, da empresa Dow AgroSciences, com adaptação ao herbicida 2,4-D, de alta toxicidade, junto com outros herbicidas, entre eles o glifosato, também tóxico.