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Brasil lidera consumo de agrotóxicos no mundo e Inca pede redução do uso.

Relatório divulgado nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Nacional de Câncer, o Inca, pede a redução do uso de agrotóxicos no país. O texto cita que o Brasil se tornou o maior consumidor desses produtos no planeta, ultrapassando a marca de 1 milhão de toneladas em 2009, equivalente a um consumo médio de 5,2 kg de veneno agrícola por habitante. A informação é do estudo “Agrotóxicos no Brasil: um guia para ação em defesa da vida”, publicado em 2011 pela pesquisadora Flavia Londres.

Agência Reuters publica reportagem especial sobre o mercado brasileiro dos agrotóxicos proibidos.

Uma reportagem especial publicada pela agência Reuters, nesta quinta-feira 2 de abril, mostra a realidade do uso de agrotóxicos no país, com destaque para o município de Limoeiro do Norte, no Vale do Jaguaribe. Segundo trabalho do repórter Paulo Prada, enviado especial ao local, o Brasil superou os Estados Unidos como o maior importador de agrotóxicos em todo o Mundo. Por esse motivo, o país se tornou um mercado atraente para substâncias proibidas ou que tiveram a produção suspensa em países mais ricos por riscos à saúde e ao meio ambiente.

Alimentos e agrotóxicos.

Os agrotóxicos são inseticidas, herbicidas e fungicidas, dentre outras substâncias, estas são as mais comuns, que são aplicados em lavouras ou em cultivos vegetais em geral. Cerca de 15 a 20 por cento dos alimentos que se consome no país, tem nível de agrotóxicos acima do permitido. Não se está fazendo qualquer libelo condenando ou estigmatizando agrotóxicos. Se estas substâncias não existissem em nosso atual contexto a segurança alimentar geral da população estaria comprometida.

A fragilidade da Anvisa e o uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil. Entrevista especial com Victor Manoel Pelaez Alvarez.

Imagine um órgão que tem responsabilidade de fiscalizar o uso de agrotóxicos. Esse mesmo departamento sofre com a falta de corpo técnico qualificado e infraestrutura. É gerado pouco conhecimento cientifico – e há pouco material – que garanta análises de qualidade que poderiam banir substâncias que causem danos ao ser humano e ao meio ambiente. Do outro lado do balcão, multinacionais produtoras de agrotóxicos que lutam com alta tecnologia e grande corpo técnico qualificado contra esse frágil órgão.

Comissão entregará sugestões ao governo para resguardar fungicidas.

Diante da preocupação com a perda de eficiência de fungicidas para o combate dos fungos que causam a Ferrugem Asiática em lavouras de soja no Brasil, a Comissão de Defesa Sanitária Vegetal de Mato Grosso realizou reunião no dia 27, em Cuiabá (MT). A finalidade foi construir um documento com sugestões baseadas em constatações de técnicos e pesquisadores sobre a necessidade de preservação dos fungicidas que já existem e apresentá-lo ao governo do estado, demonstrando a preocupação com o cultivo de soja sobre soja ou “soja safrinha” (Nota do site: a maior tragédia não é a 'perda' dos fungicidas, mas sim a falta de percepção dos 'técnicos' é que a monocultura e o o uso dos 'insumos modernos' é que são os grandes vilões e não a 'doença' que é só um bioindicador da 'modernização da agricultura' do pós guerra!).

O agronegócio mata.

"Sob tensão está em andamento neste momento a PEC 215, que pretende transferir para o Legislativo a demarcação das terras indígenas, quilombolas e unidades de conservação. É uma covarde tentativa de impedir a demarcação das terras indígenas. Enquanto isso os ruralistas, o agronegócio continua sua ação violenta e truculenta de impedir os povos indígenas de retornarem a suas terras tradicionais. O relatório da Comissão Nacional da Verdade foi entregue à presidente Dilma. A questão indígena não pode ser analisada em profundidade e por isso nas recomendações se pede que seja criada uma comissão específica para apurar os mais de 8 mil mortos indígenas neste período", escreve Egon Heck, do secretariando nacional do Cimi, ao enviar o artigo que publicamos a seguir.

Estudo mostra que exposição a agrotóxicos pode causar distúrbios reprodutivos.

Um estudo elaborado pelo aluno de doutorado em Saúde Pública e Meio Ambiente da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Cleber Cremonese, observou que grande parte dos agrotóxicos apresenta capacidade de desregulação do sistema endócrino humano, o que altera os níveis de hormônios sexuais e causa efeitos adversos, principalmente sobre o sistema reprodutor. Câncer de mama e ovário, desregulação de ciclo menstrual, câncer de testículo e próstata, infertilidade, declínio da qualidade seminal e malformação de órgãos reprodutivos são alguns dos exemplos dessas complicações. Segundo Cleber, com o aumento do consumo nacional de agrotóxicos, tanto no agronegócio como na agricultura familiar, crescem as evidências de que a utilização destas substâncias não está apenas relacionada especificamente à produção agrícola, mas se transforma em um problema de saúde pública.