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A agricultura despossuída da terra.

Para aqueles que decididamente questionam a agricultura industrial, ou seja, aquela agricultura que se organiza com o único propósito de gerar rendimentos econômicos e que para isso, como uma patrola, explora pessoas e terras, a decisão da Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) de dedicar este ano de 2014 à agricultura familiar produziu sentimentos opostos. É o apelativo familiar a melhor definição para traçar a linha que separa a agricultura das sociedades anônimas, das cotizações em bolsa e das sementes esterilizadas da agricultura camponesa dos mercados locais e da biodiversidade cultivada? Basta defini-la como aquela atividade agrária operada por uma família e que depende principalmente da mão de obra familiar, incluindo tanto mulheres como homens?

Agricultura familiar é protagonista na produção de alimentos saudáveis.

A vida corrida e agitada levada por grande parte dos brasileiros faz com que poucos se preocupem com a alimentação saudável. Em virtude disso, o número de pessoas com problemas de saúde, como diabetes, hipertensão e colesterol alto tem crescido assustadoramente. Além disso, no Brasil, mais de 65 milhões de pessoas – 40% da população – estão com excesso de peso, enquanto 10 milhões são considerados obesos, segundo dados da Associação Médica Brasileira (AMB).

Como Devolver os Minerais para o Solo e os Alimentos.

Se estivermos comendo alimentos processados, estaremos então sendo expostos a herbicidas tóxicos que, face miríades de evidências, demonstram ser meios de promoção de doenças crônicas. A contínua depleção de minerais em alimentos está relacionada à progressiva implementação de práticas agrícolas como a mecanização agrícola, fertilizantes pesadamente nitrogenados e ao emprego de agrotóxicos—todos agressores dos solos.

A agricultura camponesa e ecológica pode alimentar o mundo?

Para a jornalista Esther Vivas, ativista social e política, “a agricultura camponesa e ecológica não só pode alimentar o mundo, como também é a única capaz de fazer isso. Não se trata de um retorno romântico ao passado, nem de uma ideia bucólica do campo, mas, sim, de fazer confluir os métodos campesinos de ontem com os saberes do amanhã e de democratizar radicalmente o sistema agroalimentar”. O artigo é publicado por Publico.es, 20-05-2014. A tradução é do Cepat.

A segunda revolução verde e o combate à fome.

Novas formas de produção de alimento estão sendo desenvolvidas. Algumas são resistentes às inundações, outras às secas, às salinidades ou aos calores extremos, problemas enfrentados pelos pequenos e pobres produtores (nota do site - apesar de todas as mazelas que a agroquímica vem trazendo à sobrevivência tanto física como econômica da humanidade, o discurso continua ufanista, desenvolvimentista e com profunda abertura para a tecnocracia representada das imensas transnacionais e do agronegócio. Quem será que 'apoiou' a elaboração deste artigo?).

Com o selo da Reforma Agrária, assentamentos plantam e colhem de tudo pelo país.

Seu Antônio carpina a terra. São 60 anos de experiência – aos 8, começou a ajudar os pais. Já foi meeiro, hoje é assentado. “Nunca trabalhei empregado em firma”, conta Antônio Paulino Santo, que trabalha na Agrovila III, uma área de assentamentos em Itapeva, no sudoeste paulista, a 270 quilômetros da capital e já perto da divisa com o Paraná. Sete agrovilas espalhadas na região reúnem 450 famílias, aproximadamente 1.800 pessoas, em 17.000 hectares. Em todo o país, há 54 cooperativas produzindo, segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), que completa 30 anos neste 2014. A produção é diversificada, de itens in natura a beneficiados. Parte vem de cooperados, parte de produtores individuais.

Ruralismo de fronteira.

"O esvaziamento programático dos partidos acaba favorecendo uma maior visibilidade pública da bancada ruralista". O comentário é de Márcio Santilli em artigo no portal do Instituto Socioambiental – Isa. Segundo ele, "com essa gente, a agenda ruralista de expressão pública foi relegando a um plano secundário as demandas relativas à produção para priorizar uma plataforma reacionária, fundada na exclusão de direitos dos demais atores sociais do Brasil rural: admissão legal de relações desumanas de trabalho, privatização de assentamentos de reforma agrária, ameaça a direitos de índios e de quilombolas, desobrigação com o meio ambiente, desinformação aos consumidores, ceticismo e desprezo à ameaça das mudanças climáticas como se fosse uma questão meramente ideológica".

“O avanço do cultivo transgênico inviabiliza a produção orgânica e agroecológica”. Entrevista especial com Katya Isaguirre

Na manhã de quarta-feira, 19-02-2014, foi suspenso o julgamento da Ação Civil Pública que pedia a anulação da Resolução Normativa de nº 4 da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, que determina as atuais regras para o cultivo de sementes transgênicas de milho no Brasil. O julgamento ocorreu no Tribunal Regional Federal da 4ª região - TRF4, em Porto Alegre, e foi acompanhado pela advogada da Terra de Direitos, Katya Isaguirre, que conversou com a IHU On-Line, por telefone, logo após a sentença.

Pequenos agricultores sofrem pressão para abandonar terra, diz pesquisadora.

Os pequenos agricultores e as comunidades tradicionais brasileiras sofrem constante pressão para abandonar a terra. Isso ocorre porque ela é um bem valioso, disputado com o agronegócio e seus interesses, e ainda, em razão de dificuldades econômicas e falta de políticas públicas que assegurem a permanência no campo, como oferta de saúde e de educação. A avaliação é da pesquisadora Leonilde Medeiros, professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). De acordo com ela, o perfil do campesinato brasileiro é migrante. Diferentemente dos camponeses europeus, mais enraizados, no Brasil, o homem do campo’ precisa esforçar-se para permanecer na terra.