“Tomados em conjunto, os nossos resultados sugerem um impacto negativo do glifosato na saúde reprodutiva humana e possivelmente na descendência”, escreveram os autores.
https://www.theguardian.com/environment/article/2024/may/17/glyphosate-weedkiller-sperm
17 de maio de 2024
[NOTA DO WEBSITE: Basta se conhecer a entrevista que o pesquisador norte americano, Anthony Samsel, deu ao Dr. Mercola, para se saber que produto é esse. Relata sua relação com esse herbicida e mais, denuncia de que a Monsanto já sabia de que ele era cancerígeno desde 1981. Ou seja, muito antes da IARC/OMS/ONU tivesse declarado de que era isso mesmo, em 2015. Para tanto leia a tal entrevista: “Os perigos do Glifosato“. E se puder ver também o documentário que está destacado logo abaixo no texto, numa da nota do tradutor, será imprescindível. Se ainda persistir em usar ou ficar omisso, a responsabilidade, daqui para frente, será só sua!].
Glifosato encontrado em amostras de clínica francesa de infertilidade levantando questões sobre o polêmico impacto do produto químico na fertilidade.
Mais de 55% das amostras de espermatozoides de uma clínica francesa de infertilidade continham altos níveis de glifosato, o herbicida mais comum do mundo, levantando novas questões sobre o impacto do produto químico na saúde reprodutiva e na segurança geral, descobriu um novo estudo.
A nova investigação também encontrou evidências de impactos no ADN e uma correlação entre os níveis de glifosato e o stress oxidativo no plasma seminal, sugerindo impactos significativos na fertilidade e na saúde reprodutiva.
“Tomados em conjunto, os nossos resultados sugerem um impacto negativo do glifosato na saúde reprodutiva humana e possivelmente na descendência”, escreveram os autores.
Produto vendido como água com açúcar…Livremente disponíveis em prateleiras de lojas especializadas.
O artigo surge num momento em que os investigadores procuram respostas para a razão pela qual as taxas de fertilidade globais estão caindo, e muitos suspeitam que a exposição a produtos químicos tóxicos como o glifosato é um fator significativo do declínio.
O glifosato é usado em uma ampla variedade de culturas alimentares e em ambientes residenciais nos EUA (nt.: e em todo o mundo). O produto à base de glifosato mais popular é o herbicida Roundup da Monsanto, que tem estado no centro de batalhas legais e regulatórias nos últimos anos. Uma pesquisa do governo dos EUA de 2023 encontrou genotoxicidade em agricultores com altos níveis do herbicida no sangue, sugerindo uma associação entre ele e o câncer (nt.: se algum leitor tiver interesse, ver o documentário da tevê alemã: “Glifosato: povos e campos envenenados“, e constatará de que ser cancerígeno já é declarado pela IARC/OMS/ONU, há quase dez anos!).
Em dezembro, um grupo dos principais grupos de defesa da saúde pública dos EUA apresentou uma petição à Agência de Proteção Ambiental/EPA para proibir o produto, embora os seus defensores tenham afirmado que não há provas definitivas da sua toxicidade para os seres humanos. Ainda assim, dezenas de países proibiram ou restringiram o seu uso.
Os níveis que os investigadores franceses encontraram nos espermatozoides eram quatro vezes mais elevados do que no sangue dos homens, o que os autores escreveram ser a primeira vez que a comparação foi feita. Eles chamaram a descoberta de “preocupante” e sugere que o produto químico é particularmente perigoso para os sistemas reprodutivos.
O estresse oxidativo “é considerado um dos fatores mais importantes na fertilidade masculina, regulando a vitalidade e a funcionalidade dos espermatozóides dos mamíferos”, escreveram os autores, e encontraram uma “correlação positiva significativa” entre o estresse e os níveis de glifosato.
Os trabalhadores agrícolas registaram os níveis mais elevados de glifosato e 96% dos agricultores incluídos no estudo tinham pelo menos algum. Um paisagista também apresentou níveis entre os mais altos, e os fumantes normalmente apresentavam níveis elevados, muito mais elevados do que aqueles que não fumavam. Comer produtos orgânicos não teve um impacto claro nos níveis.
Os autores do estudo escreveram que “seria sensato que os reguladores aplicassem um princípio de precaução” na regulamentação, o que significa errar por excesso de cautela para proteger a saúde humana até que mais investigação possa ser feita para confirmar os problemas identificados no estudo.
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, maio de 2024.