“A inteligência artificial pode significar o fim humanidade”, afirma Hawking.

O astrofísico britânico Stephen Hawking, que se comunica por intermédio de um computador por causa de uma doença, faz um alerta sobre o desenvolvimento da inteligência artificial. Em uma entrevista à BBC, o cientista afirma que esse tipo de tecnologia poderia evoluir rapidamente e ultrapassar a humanidade, um cenário semelhante ao apresentado em filmes como O Exterminador do Futuro.

 

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A reportagem está publicada no jornal francês Le Monde, 03-12-2014. A tradução é de André Langer.

Fonte: http://bit.ly/1CFLROn

Os humanos, limitados

“As formas primitivas de inteligência artificial que nós temos já se mostraram muito úteis. Mas penso que o desenvolvimento de uma inteligência artificial completa poderia significar o fim da humanidade”, afirmou o professor nesta entrevista. “Uma vez que os homens teriam desenvolvido a inteligência artificial, ela alçaria voo sozinha e se reinventaria sozinha em um ritmo cada vez mais rápido”, declarou. “Os humanos, limitados por uma lenta evolução biológica, não seriam capazes de competir e seriam ultrapassados”, prossegue Hawking, considerado um dos cientistas vivos mais brilhantes.

Com doença de Charcot, também chamada de esclerose lateral amiotrófica ou SLA, Stephen Hawking desloca-se em cadeira de rodas e fala com a ajuda de um computador. Ele é a favor das novas tecnologias de comunicação e declarou ter sido um dos primeiros a estar “conectado” no começo da internet.

Riscos ligados à internet

Hawking declarou que a internet trouxe ao mesmo tempo perigos e benefícios, citando uma advertência do novo chefe do Government Communications Headquarters – a agência de espionagem eletrônica britânica –, para quem a internet tornou-se um centro de comando para criminosos e terroristas. “As empresas de internet precisam fazer mais para combater a ameaça, mas o desafio é fazer isso sem sacrificar a liberdade e a privacidade”, disse o astrofísico de 72 anos.

Stephen Hawking anuncia que seu sistema de comunicação, melhorado pelo grupo americano Intel, estará acessível gratuitamente à comunidade científica em janeiro próximo. Congratulando-se com os progressos, o cientista afirma não quer mudar sua voz robótica, que vem de um sintetizador originalmente projetado para um serviço telefônico. “Esta voz é muito clara, embora um pouco robótica. Tornou-se a minha marca e eu não quero mudá-la para uma voz mais natural com um sotaque britânico”, disse à BBC. “Aparentemente, as crianças que precisam de uma voz artificial querem uma como a minha”.