O vídeo de 16 minutos é inspirado na série de filmes da norte-americana Annie Leonard, que começou com “A História das Coisas”. Produzido pelo Instituto Nina Rosa, mostra os processos que estão por trás da indústria de carnes e defende que mudar o padrão alimentar da sociedade está nas mãos dos consumidores.
O desmatamento da Amazônia e outros biomas para originar pastos, o consumo de água e grãos usados na produção de carne, o poder da indústria agropecuária e a saúde dos consumidores são alguns dos temas abordados.
“É mito dizer que esses animais são criados pra alimentar a população do planeta”, explica o vídeo, já que metade dos grãos e hortaliças que são usados para alimentar os animais seria o suficiente para acabar com a fome no mundo. “Pode parecer uma conta simplista e ingênua, mas ela é real. (…) Na verdade, essa engrenagem não deixa acabar com a fome”.
Para não assustar os consumidores, o que acontece dentro de um frigorífico é fechado a sete chaves. “E isso é interessante para a indústria. Quanto menos você percebe, mais você consome (…) A gente está falando de uma linha de produção. Os animais, sozinhos, nunca se reproduziriam nessa escala. Esses modelos foram baseados nos modelos das fábricas e só se tornaram viáveis depois que surgiram as vitaminas, os antibióticos e as vacinas para reduzir as doenças provocadas por essas condições de vida”.
Um exemplo citado no filme é a produção de gado leiteiro. “Os bezerros machos de raças leiteiras não têm valor comercial. Então, a maioria é vendida ao salsicheiro ou criado para a produção de vitela. Nessa engrenagem, o lucro está acima de qualquer compaixão. As vacas recebem hormônios de crescimento, hormônios para sincronizar o cio, para produzir muito mais leite do que o normal. Suas tetas ficam enormes e inflamadas. Aí, precisam tomar antibióticos. E todas essas substâncias podem passar para nós, através do leite e seus derivados”.