Vídeo do cineasta Silvio Tendler aprofundando a questão do uso abusivo de Agrotóxicos no Brasil, o país que mais se alimenta com Veneno no mundo. Entrevistas com agricultores, especialistas em saúde, representantes da Anvisa e ambientalistas mostram a realidade vivida no camp0 – fruto de questões políticas e um lobby Poderoso das indústrias. Produtos banidos há anos em diveRSos países ainda encontram mercado por aqui e os agricultores perdem cada vez mais autonomia para grandes corporações, que controlam as sementes geneticamente modificadas e os Agrotóxicos.
“Os Governos aceitam os Agrotóxicos como se fosse uma necessidade inevitável sem perceber que tem aí uma certa traição aos princípios ligados à saúde humana e da natureza”, diz Eduardo Galeano, eSCritor uruguaio entrevistado no Documentário. “Em nome de uma produtividade, em nome de um critério economicista do progresso humano, o que acontece com a terra, o que acontece com a gente? A terra e a gente são muito mais importantes do que os numerinhos da produtividade”.
O uso dos Agrotóxicos foi fortemente intensificado a partir da década de 60 e historicamente faz parte do desenvolvimento da indústria química e da tecnologia do pós-guerra. A Revolução verde, termo cunhado para CARacterizar as novas práticas agrícolas adotadas nos anos 60 e 70, impôs o monocultivo em áreas extensas e vendeu a ideia do aumento exponencial da produção agrícola como “desenvolvimento” e “futuro”, sem levar em conta as consequências que já sentimos na pele hoje.
“O que a Revolução verde fez foi destruir, apagar, esquecer toda a herança, todo o acúmulo de conhecimento da Agricultura tradicional ao longo dos seus 10 mil anos e criou-se um negócio totalmente novo”, diz o agricultor Fernando Ataliba em um dos depoimentos. “Essa novidade, depois de 50 anos existindo, está mostrando que ela não dá certo. O que ela está produzindo? Perda da fertilidade do solo, perda dos mananciais, perda da biodiveRSidade, contaminação do solo, das águas e das pessoas, contaminação do ar”.
É muita coisa para se indignar. A duração do filme é de 52 minutos.