A icônica imagem da mãe japonesa, como uma Madona, com sua filha lesada pelo mercúrio lançado na Baía de Minamata e que se transformou na luta global, a partir dos anos 50, contra o uso descabido, como no garimpo amazônico, desse metal pesado que jamais se degrada. Ver matéria do National Goegraphic, para se entender porque ele irá ficar sempre nos locais onde for lançado.
ClimaInfo, 21de marçode 2022.
Pesquisadores da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) divulgaram na semana passada os resultados de um estudo recente feito com oito comunidades ribeirinhas na Bacia do Tapajós e de moradores da área urbana de Santarém. Exames de sangue detectaram a presença de mercúrio em todos os 462 participantes, sendo que 75% deles apresentaram níveis acima do limite considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com os cientistas, a principal fonte do mercúrio que contamina as pessoas no Tapajós está no garimpo ilegal, que despeja toneladas de metal usadas na extração do ouro. A contaminação por mercúrio pode causar graves problemas de saúde, especialmente nos sistemas respiratório, renal e nervoso; já em mulheres grávidas, a presença de mercúrio no sangue pode comprometer o desenvolvimento do feto, resultando em deformações e até mesmo em seu aborto espontâneo.
“Nós encontramos pessoas com até quase 300 microgramas por litro de mercúrio no sangue, sendo que a Organização Mundial de Saúde recomenda que o nível normal é de dez. Aceitável, né? Porque o normal seria não ter mercúrio no corpo”, disse Heloísa de Meneses, pesquisadora da UFOPA, ao Jornal Nacional (TV Globo).
Por falar em garimpo, forças de segurança pública realizaram operações na semana passada em três estados contra a exploração ilegal de ouro em áreas protegidas. No Pará, a ação aconteceu na região do Xingu, onde os agentes da Polícia Federal e do IBAMA apreenderam e destruíram três máquinas utilizadas no garimpo. Eles identificaram também áreas de exploração mineral no leito do rio Itatá. Uma pessoa foi presa e encaminhada à delegacia da PF em Altamira.
Já no sul de Goiás, a Polícia Militar Ambiental do estado desbaratou um garimpo no rio Corumbá, apreendendo quatro balsas; 15 pessoas foram detidas na ação. Por fim, agentes da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (DEMA) da Polícia Civil do Mato Grosso prenderam três pessoas envolvidas com garimpo em Poconé, além de dragas e outros maquinários utilizados na exploração mineral. Outra ação no MT envolveu mais de 100 agentes da PF, Polícia Rodoviária Federal, Exército, FUNAI, Força Nacional de Segurança Pública e Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER) na Terra Indígena Sararé, entre os municípios de Conquista D’Oeste, Nova Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade. O g1 deu mais detalhes.