Comer alimentos orgânicos livres de agrotóxicos está fortemente relacionado com uma dramática redução dos riscos de câncer (dramatic reduction in the risk of cancer), de acordo com uma pesquisa inovadora publicada no dia 23 de outubro pp, no periódico da Associação Norte Americana de Medicina (American Medical Association Journal/JAMA).
Este estudo de observação (observational study), conduzido por uma equipe de cientistas do governo francês, rastreou as dietas de quase 69 mil pessoas. Quatro anos depois, aqueles que consumiram mais alimentos orgânicos tiveram uma probabilidade 25% menor de desenvolver câncer.
Para as pessoas que consomem maiores quantidades de alimentos orgânicos, o estudo encontrou um risco significativamente menor de linfoma não-Hodgkin, todos os linfomas e cânceres de mama pós-menopausa. Os autores concluem: “Embora nossos resultados precisem ser confirmados, promover o consumo de alimentos orgânicos na população em geral pode ser uma estratégia preventiva promissora contra o câncer”.
Os agrotóxicos que estão conectados com o câncer (nt.: conforme classificação de 2015 da IARC/International Agency for Reseatch on Cancer – Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer da OMS/ONU) onde se encontram o mata-mato glifosato, princípio ativo do herbicida da Monsanto ‘Roundup‘, e os que têm como princípio ativo substâncias organofosforadas, malathion e diazinon.
“Este estudo fornece mais evidências sugerindo de que agrotóxicos em alimentos podem ser prejudiciais “, disse o Toxicologista do EWG/Environmental Working Group, Alexis Temkin, Ph.D. “Mesmo em baixos níveis, os agrotóxicos sintéticos, incluindo aqueles ligados ao câncer e outros problemas graves de saúde, estão sendo encontrados em alguns frutos e hortaliças, cultivados convencionalmente (nt.: quando se usa esta expressão ‘convencional‘ está-se dizendo que são cultivados com adubos solúveis e agrotóxicos, os dois sintetizados artificialmente). Especialmente para esses itens, escolher orgânicos é melhor para a saúde, bem como para o ambiente.”
Os cientistas concentraram-se em 16 bebidas e alimentos orgânicos diferentes, incluindo frutas e hortaliças, alimentos à base de soja, ovos, laticínios, grãos, carne e peixe, dentre outros.
Cada ano, o EWG/Environmental Working Group lança (nt.: para os EUA e disponível sempre em seu website) o Guia do Comprador sobre Agrotóxicos na Produção (Shopper’s Guide to Pesticides in Produce™), que inclui a lista dos ‘Doze Sujos’ (Dirty Dozen) de frutas e vegetais convencionais que efetivamente apresentam os mais altos níveis de resíduos de agrotóxicos, bem como a lista dos ‘Quinze Limpos’ (Clean Fifteen) mostrando quais alimentos convencionais têm menos venenos.
“Ninguém quer comer venenos e rastrear o crescimento explosivo da indústria dos alimentos orgânicos nos EUA indo contra as vendas subsidiadas de seus concorrentes convencionais mostra esta evidência que se confirma”, disse o presidente do EWG, Ken Cook. “Os cientistas estão tocando o alarme dos riscos que os agrotóxicos representam para a saúde humana. E por isso os consumidores estão respondendo.”