Trump se Recusa a Limitar os Nefastos Químicos do Teflon Imiscuídos na Água Potável

Se imaginamos que são só as panelas, ledo engano… o que existe de produtos industriais e até a simples fita ‘veda rosca’, branquinha, que se faz de ‘teflon’ ou PTFE, é algo que nem sonhamos! Infelizmente para todos nós… e pior, para nossos descendentes que ainda nem nasceram!

FEBRUARY 3, 2019

“Eu não posso assumir este compromisso” – palavras da EPA.

A administração da EPA/Environmental Protection Agency (nt.: Agência de Proteção Ambiental dos EUA) do governo Trump, não tem planos de estabelecer um limite legal para dois nefastos químicos sintéticos que se imiscuem na água potável dos EUA. Assim reportou (reported) no início deste ano de 2019, o periódico Politico, de Arlington/Virgínia. 

Elas fazem parte de um grupo de substâncias químicas fluoradas conhecidas como PFAS (nt.: importante se ler este link onde mostra que estas mesmas substâncias estão presentes tanto na água como nos nossos alimentos), e são as per- e polifluoralquil. São químicos que uma vez foram muito apreciados por grande número de indústrias por sua habilidade de fazer as superfícies cobertas por eles serem resistentes ao calor, óleo, manchas, graxas e água (resist heat, oil, stains, grease, and water). Até os EUA começarem a eliminá-los, em 2006, os PFAS foram usados desde todas as panelas com anti-aderentes feitas de ‘Teflon’ (everything from) à embalagens de pipocas para microondas (microwave popcorn bags), indo para embalagens de fast-food (fast-food wrappers), roupas impermeabilizadas à água (water-repellent clothing) até mobiliário. Eles foram também empregadas amplamente em bases militares (widely used at military bases) em espumas para extinguir incêndios em aeronaves. 

Os CDCs/ Centers for Disease Control and Prevention (nt.: Centros de Controle e Prevenção de Doenças, equivalente aos serviços de saúde no Brasil) alertam (warns) que alguns estudos sugerem de que eles “afetam o crescimento, o aprendizado e o comportamento de bebês e crianças mais velhas”, “diminuem a chance da mulher engravidar”, “aumentam os níveis de colesterol” e “afetam o sistema imunológico”, além de “aumentam o risco de câncer”.

Os PFAS são teimosamente persistentes na água e no solo, e continuam sendo uma preocupação no suprimento de água potável.

Infelizmente, os PFAS são obstinadamente constantes tanto na água como no solo e a despeito de terem sido eliminados, eles se mantêm nos suprimentos de água potável. No ano passado, um relatório do Pentágono (Pentagon report) revelou que a água potável de 126 instalações militares em todo o país (126 military installations across the country) continham níveis potencialmente perigosos de PFAS. Em 2017, a gigante petroquímico DuPont e sua subsidiária Chermours, aceitou (agreed) um acordo de 670 milhões de dólares com os residentes de Valley em West Virgínia na região do meio Ohio que clamavam que sua água potável estava contaminada por serem vizinhos de uma de suas fábricas de Teflon (Aqui está uma reportagem aprofundada (deep-dive) sobre este fato, em 2016 feita pelo New York Times Magazine.)

Por anos, os defensores da têm vindo instigando a EPA a estabelecer um “nível máxima de contaminação” (“maximum contaminant level”) para os PFAS sob o que determina a Lei de Água Potável Segura (Safe Drinking Water Act). Tal movimento forçaria as concessionárias a testarem a água e se necessário remover as substâncias químicas dos suprimentos de água potável. 

Mas o governo Trump não planeja estabelecer um limite para dois dos PFAS mais comuns— PFOA e PFOS—na água potável, conforme o website norte americano de notícias Politico reportou (reported), citando “duas fontes familiarizadas com a próxima decisão”. Durante suas audiências de conformação no Senado norte americano em janeiro deste ano, o administrador interino da EPA, Andrew Wheeler, prometeu (vowed) tornar a “água potável segura uma prioridade” e disse (said) que a agência lançaria um plano para lidar com os PFAS em “um futuro muito próximo”. Mas quando pressionado a dizer se a EPA definiria um nível máximo para os produtos químicos dentro de dois anos, ele respondeu: “Não posso assumir esse compromisso”.

A água potável de seis milhões de residentes dos EUA excede o limite voluntário da EPA.

Enquanto isso, a EPA mantém um “aviso de saúde” voluntário de que os dois produtos mais comuns, PFOA e PFOS, não devem exceder 70 partes por trilhão/ppt em água potável. E, em um proposta de relatório (draft report) sobre os PFAS divulgado pelo Department of Health and Human Services (nt.: Departamento de Saúde e Serviços Humanos) no ano passado, pesquisadores da Agency for Toxic Substances and Disease Registry (nt.: Agência de Registro de Substâncias e Doenças Tóxicas) consideraram que o limiar de segurança é realmente muito mais baixo: 7 partes por trilhão/ppt de PFOS e 11 partes por trilhão/ppt para o PFOA (7 parts per trillion for PFOS and 11 parts per trillion for PFOA).

A EPA, então sob o comando do ex-administrador Scott Pruitt, tentou interromper a divulgação deste relatório, “depois que um assessor do governo Trump advertiu que causaria um ‘pesadelo de relações públicas’”, o website de notícias da West Virginia Politico relatou (reported), no ano passado.

A EPA não retorna emails perguntando sobre seu plano a respeito das substâncias: PFOA e PFOS

Um estudo (study) de 2016 realizado por pesquisadores de Harvard, Universidade da Califórnia–Berkeley, Universidade da Carolina do Norte e EPA descobriu que a água potável para seis milhões de residentes nos EUA excede o limite voluntário da EPA. O Environmental Working Group/EWG (nt.: Grupo de Trabalho Ambiental) tem um mapa (map) de locais em todo o país onde a água potável está potencialmente contaminada com níveis preocupantes de PFAS. De acordo com a EPA (EPA), os filtros de tratamento com carvão ativado podem remover efetivamente os produtos químicos. Aqui estão mais informações (more information) sobre filtragem doméstica de PFAS do Department of Environmental Quality (nt.: Departamento de Qualidade Ambiental) de Michigan.

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, outubro de 2019.