Emergência climática (Pág. 3 de 12)

Emergência climática: Na China, 242 mil pessoas evacuadas devido às chuvas torrenciais

Para os negacionistas de todas as estirpes e que consideram que o que tem acontecido no Brasil de norte a sul, com cheias e secas despropositadas e criminosas queimadas, basta ver essa imagem dessa cidade da China. Será uma réplica de Porto Alegre? Ainda os que acreditam que estamos sob os efeitos devastadores da emergência climática, somos muito tímidos e acanhados. Mesmo os que perderam tudo parecendo acuados, se enquistam, se encolhem. Mas será que não chegou a hora de exigirmos dos que têm os poderes, político econômico e social, que alterem sua fome insaciável de fantasmas famintos, por mais poder, mais dinheiro e que é a população em massa que vive os danos irreversíveis? A escolha e a ação estão nas mãos da população que deve ir às ruas e clamar por mais solidariedade, não de doações, imprescindíveis, mas por potíticas públicas que alterem definitivamente esse descalabro climático que o planeta vive exatamente pelas ações destes insaciáveis insanos e cruéis nababos.

Emergência climática: Análise mostra que quase todos os corais do norte da Grande Barreira australiana morreram

Como não nos sensibilizamos com essa perda de um patrimônio ambiental da humanidade de todo o seu passado e que deveria ser de todo o seu futuro? Realmente fato como este mostram que nossa geração decidiu realmente gerar o extermínio de si mesma e de todas as gerações que poderiam vir no futuro. Quando afirmamos que somos uma civilização autofágica e suicida pode parecer meio dramático e derrotista. Mas ver uma realidade que se escracha aos nossos olhos, como não ter esse sentimento, triste e arrasador? Fica aqui mais uma denúncia que a Vida nos faz. E daí? Faremos alguma coisa? Parece que não!

Emergência climática: Cerrado enfrenta a pior seca em pelo menos 700 anos

Enquanto a União Europeia dá uma reviravolta civilizatória na busca de caminhos mais 'verdes', o Cerrado brasileiro é o maior palco do espetáculo da devastação global e da expressão explícita do que é o abandono de uma visão de mundo mais harmônica das relações ser humano-natureza. Mas todos estamos cegos, planetariamente, perdidos no nosso individualismo escrachado nos cliques e nos afundando nos tique-toques da vida. E isso não está contecendo somente no Brasil onde nos afogamos nas águas poluídas das enchentes do sul do país como na sede do centro-oeste, Amazônia e Cerrado. Nunca tantos morreram no hemisfério norte pelas ondas de calor que invadem todo o planeta nesse seu verão escaldante. Será que esses clamores que o clima nos dá não são suficientes para revermos o que estamos conosco mesmos?

Emergência climática: Cientistas provam que o arco do desmatamento é o mais afetado pelas secas

Essa matéria demonstra o que a ditadura militar, com sua sanha de 'proteger' o país, com seu discurso falacioso de 'integrar para não entregar', fez com uma das nossas maiores joias, a Amazônia. Foi a partir da inescrupulosa tentativa de transferir os 'sem-terra', expulsos pela modernização da agricultura, fundada na agroquímica, na monocultura da soja e na voracidade dos invasores, oriundos do sul do Brasil para uma ambiente totalmente desconhecido e sensível. O mesmo que os imigrantes europeus vieram fazendo desde o século XV com todas as florestas por onde passaram, devastando toda a floresta atlântica e de araucárias dos estados do sul, agora fazem o mesmo com a Hileia Amazônica. E agora, diferente da Europa e do sul brasileiro, o resultado está aí. E tudo não em séculos como anteriormente, mas em décadas. Décadas que se magnificaram em uma destruição de milênios de um ambiente harmônico e equilibrado. E o reflexo está se dando onde? Não só nas secas e nas enchentes sem medida por lá mesmo, mas exatamente no seio de onde chegaram os primeiros colonizadores germânicos, no Rio Grande do Sul. E para entender isso vale ler o texto do historiador Eduardo Relly, também publicado pelo nosso site, no dia de hoje; Agora tudo se fecha e isso está nos levando a um sufocamento real e verdadeiro.

Tradições: Os orgulhosos neogaúchos híbridos se transformaram em refugiados climáticos.

Há algumas publicações atrás que fizemos sobre a ação, dos agora definidos como 'neogaúchos' pelo historiador aqui presente nessa matéria, em nosso território brasileiro, demonstra que foram, provavelmente de forma inconsciente, dominados pela mesma ideologia dos ibéricos que aportaram por aqui no século XV em diante. A mesma prepotência, a mesma visão, mesmo nos mais empobrecidos, de sua superioridade étnica e ambiental. Tudo o que viram foram recursos de cunho econômico e nunca se conectaram, mesmo com a dificuldade da comunicação verbal, com os que aqui já habitavam há séculos. E em função de seu supremacismo, hoje vivemos em todo o país, de sul a norte, o mesmo desprezo e a mesma ignorância que arrasa com tudo e todos os seres vivos, incluindo os humanos. Deprezam ainda hoje, e vemos isso fortemente no centro-oeste, no norte e no nordeste, de tal forma a paisagem e seus habitantes racionais ou não, que devastam todos os ambientes para tentarem saciar sua voraciada insaciável e como Fantasmas Famintos, há 200 anos fazem do restante do pais, o que fizeram no sul. E são seus eurodescendentes de hoje que colhem os amargos e deprimentes frutos dessa arrogância e voracidade sem limites. E isso está tão candente que mesmo em seu continente de origem, a Europa, hoje vivem tempos de tensão com a escalada vertiginosa do neofascismo e do fundamentalismo da direita dura ou extrema direita que tem por objetivo, abocanhar qualquer palmo de terra e de vida que representar dinheiro. Mesmo que isso leve à derrocada de toda a sociedade global. Assim, o que se vive aqui é fruto dessa doutrina do capitalismo indigno, filho espúrio do supremacismo branco eurocêntrico que contamina todas as etnias planetárias.

Emergência climática: ‘Brancos viram o que aconteceu no RS e, agora, têm que se juntar a nós’

Como outros homens ilustres de nosso país como José Lutzenberger, Antônio e Calos Nobre, Prof. Enéas Sallati e tantos e tantos outros, cidadãos honorários, juntamos o honrado e venerável líder Raoni Metuktire. Tem há décadas sido um grande batalhador não só na defesa exclusiva dos Povos Orignários, mas de todos os seres humanos que habitam nosso Planeta. Mais um voz que clama por um coração mais inclusivo e abrangente de todos os nossos conterrâneos para sermos mais sábios e reconhecermos que a escolha que a Humanidade tem feito nos dois últimos séculos com a expansão vertiginosa do capitalismo com seus egocentrismo e individualismo, que se manifesta fortemente pelo supremacismo branco eurocêntrico, está de forma intensa levando a todos nós à auto extinção. Sim, ainda temos chances de alterarmos esse direcionamento, mas como humildade temos que abrir mais do que os olhos, os corações principalmente para os que estão vindo depois de nós. Mas com as atuais eleições na União Europeia ratificando um expressivo crescimento da extrema direita e do neo nazifascismo, esta esperança ainda pode ser verdadeira?

Emergência climática: Números da cheia no RS revelam dados alarmantes, mas são incapazes de traduzir o cenário apocalíptico pós-enchente

Aqui estão as lágrimas ao não termos ouvido os clamores do José Lutzenberger quando nos apresentava o que poderia acontecer quando chegassem os efeitos das mudanças climáicas. Ver as imagens da reportagem da MetSul, 'VALE DO TAQUARI: UMA REGIÃO ARRASADA QUE PARECE TER SIDO BOMBARDEADA', é de suspender a respiração. Pois essas são as lágrimas da população gaúcha por não termos tido a humildade de acolher a amorosidade desse gaúcho e sim o canto das sereias dos supremacistas brancos eurocêntricos que contaminaram a agricultura com a monocultura das commodities e de sua devoção à ideologia da colonialidade. E ao se ver que essa região é de onde saíram exatamente os mentores brasileiros do 'agronegócio', pode-se entender as secas amazônicas, as cheias por aí e os desequilíbrios climáticos que estão grassando por todo esse país. Depois de terem destruído as relações humanas e saudáveis dos agricultores familiares e sua produção de alimentos, para dominarem com seus latifúndios com a monocultura da soja, e com devastação das florestas de araucária de todo o sul do Brasil, RS, SC e PR, invadem o centro-oeste e a Amazônia e agora o Cerrado com sua voracidade de Fantasmas Famintos. Está na hora de colocar o chamado 'agro' no seu devido lugar de aniquilador da paz no campo e na cidade. Está na hora de nos reconectarmos com os pequenos agricultores, com a agricultura familiar e a produção de alimentos honestos para vivermos a abundância que a agricultura verdadeira sempre nos deu de forma equânime para todos os filhos da Terra.

Emergência climática: Em meio a enchentes mortais, Alemanha se afasta de metas climáticas

A mensagem que o Planeta tem nos dado é definitiva e explícita. Vale uma correlação que poderá soar para muitos como exagerada, mas talvez não. Na linguagem planetária, não adianta os fatos serem sentidos por locais tão longe do Umbigo Civilizatório porque o individualismo do supremacismo branco, está convicto de que as fatídicas calamidades acontecem somente no mundo subdesenvolvido. Mas pasmem! Olhem o que, por uma segunda vez nos últimos anos, está se passando no centro da dispersão colonialista do século XIX, a Alemanha. Já se deram conta de que a enchente do Rio Grande do Sul aconteceu no 'berço' da colonização alemã no Brasil, a partir de 1824? São Leopoldo, no vale do Rio dos Sinos, e dali para cima no vale do rio Taquari com Estrela, Lajeado, Arroio do Meio e assim por diante? O que será que a Terra está querendo nos dizer quando a cheia do sul do Brasil se dá, poucas semanas antes da cheia que ocorre agora no sul da Alemanha? Pura coincidência ou grande conexão antropológica? Lembram todos de que foram os chamados colonos alemães, antes dos italianos, que 'colonizaram' essa região e depois 'subiram' para a região das Missões, onde chega a soja na década de 60? E que ali se dá o berço do hoje agronegócio com sua visão de mundo da colonialidade das 'commodities' e da devastação ambiental de todo o oeste brasileiro indo depois para a Amazônia e agora no Cerrado? Será que não está nos dando alguma informação dessa conexão climática com a visão de mundo da apropriação dos ambientes para satisfazerem suas crenças civilizatórias? Quem sabe? Será que não é o tempo de nos reavaliarmos como nos relacionamos com todos os biomas planetários? Com humildade e humanidade?

Emergência climática: Mais chuva e seca = Terra está virando ‘bomba climática’

Percebe-se que nas informações que são mais clamores do que simples partilhas, que os cientistas climáticos têm lançado ao mundo, as situações extremas não são isoladas nem desconectadas. Não importa se são secas, cheias, tornados, furacões etc., os efeitos devastadores, por serem extremos são os gritos que a Terra tem nos trazido. Infelizmente, 'distraída e infantilmente', temos sido negligentes, inconsequentes e irresponsáveis quando nos negamos a acolher essa amorosa fala daqueles que olham e captam muito além dos seu tempo o que egoicamente temos desprezado. Chorar depois como temos visto as populações ao sofrerem os resultados objetivos dessa 'burrice' global, demonstra como somos despresíveis nas nossas relações com a alteridade, seja ela qual for. Paciência, estamos colhendo o que viemos plantando a partir de nossos cegos e individualistas umbigos doentios

Emergência climática: Dados mostram que Brasil perdeu 55% da região do agreste e está se tornando sertão

Passarão alguns meses ou anos e todos diremos: "Puxa! Por que não acolhemos e agradecemos a cientistas como os irmãos Nobre que vêm, há anos, nos mostrando a loucura desses tempos em que não 'ouvimos' nem honramos os alertas que a Natureza tem nos dado?". Talvez possa ser tarde demais como todas as famílias arrasadas pelas cheias de maio de 24, no Rio Grande do Sul, estão plasmadas. Mas não foi o fizemos com os clamores, no verdadeiro sentido da expressão, que, furiosamente muitas vezes, José Lutenberger, o 'velho Lutz', 'berrava' nos nossos ouvidos? E nós, impassíveis, fazíamos ouvidos moucos. Pois bem... aí está o que amorosamente, com veemência, o Lutz nos instigava. Mas agora, não adianta 'chorar sobre o lenho seco', nem 'o leite (sic!) derramado'. A tristeza e a solidão é a herança que nós, os supremacistas brancos e os invasores, legamos para os conterrâneos gaúchos deserdados de hoje. Quem serão os de amanhã?