Fevereiro de 2023
[NOTA DO WEBSITE: observemos o que uma visão ideológica mostra na dificuldade para haver uma mudança na relação de todos os atuais habitantes planetários com a tal da ‘natureza’ que nos envolve, queiramos ou não. A matéria é sobre um esforço de manter o ‘status quo’ das roupas sintéticas=’plásticas’, e que possa postergar nossa extinção. Percebem o quanto custará essa ‘solução tecnológica’ que só interessa à indústria, que uma universidade se determina a pesquisar? E o mais incrível é que o autor começa com uma afirmativa dramática: estamos ingerindo algo como um cartão de crédito por semana, por essa obsessão do uso de resinas plásticas de todos os tipos, em produtos que consumimos e que são absolutamente desnecessários. No entanto, mantém os interesses financeiros de toda a cadeia da Big Oil, das petroquímicas e da indústria da moda das roupas descartáveis. Mesmo que se diminuísse a dispersão das microfibras pela lavagem, essa roupa que é uma verdadeira ‘bomba relógio’, seria prontamente descartada, e o que ocorreria? Ela, como ‘resina plástica’, continuaria com a mesma premissa de nos levar à uma ingestão de ‘um cartão de crédito’ por semana, mas que pode ir se estreitando para ser por dia? por hora? por minuto? Quando serão os nossos descendentes estarão nesse planeta! A opção das pesquisas mostra a ideologia e a doutrina que leva a que se invista todo o dinheiro que o contribuinte entrega para a sociedade em soluções autofágicas e não libertadoras. Triste e bem de acordo com essa mídia que publicamos que estaria voltada para ‘avanços tecnológicos’. Mas a pergunta é: mas quais avanços?]
Cientistas da Universidade de Toronto desenvolveram um revestimento de tecido que pode reduzir drasticamente o derramamento de microplástico na lavanderia.
Comemos o peso de um cartão de crédito em plástico toda semana.
Os microplásticos – minúsculas partículas de plástico com menos de 5 milímetros de comprimento – estão continuamente se desprendendo de nossas roupas, especialmente quando estão sendo lavadas. Uma única lavagem de rotina pode liberar 700.000 fibras microplásticas, que vazam aos nossos cursos de água, prejudicam a vida selvagem e acabam em nosso abastecimento de água potável (e em nossos corpos).
Pesquisadores do departamento de engenharia mecânica e industrial da Universidade de Toronto descobriram que, à medida que as fibras se esfregam umas nas outras e nas laterais e no tambor da máquina de lavar, pequenas ‘lágrimas’ se formam, liberando minúsculas partículas de plástico. Isso é significativo, pois cerca de 35% dos microplásticos em sistemas aquáticos vêm da lavagem de roupas sintéticas (nt.: destaque dado pela tradução para mostrar a loucura de agora com as roupas de ‘bike’, de esportes em geral e de toalhas de poliéster, tecidos de pvc, roupas íntimas femininas e masculinas e tantas outras ‘barbaridades’ sintéticas que nem temos noção que vestimos e compramos todo dia para nós e nossa família).
Para combater isso, eles desenvolveram um material de revestimento de silicone (nt.: vale saber que hoje se sabe que o silicone não é nada inócuo como normalmente nos impingem, ainda mais como nanoscópico-incompreensível!) nanoscópico de duas camadas. Em testes, o revestimento protegeu as roupas do atrito, reduzindo significativamente a liberação de plásticos de materiais sintéticos durante os ciclos de lavagem. A equipe espera que o produto possa ser adotado em breve pela indústria da moda e relata o interesse inicial de empresas com mentalidade sustentável, incluindo a Patagonia nos EUA e Lululemon e Arc’teryx no Canadá.
A primeira camada do revestimento é de silicone, que tem propriedades escorregadias que permitem que as fibras deslizem umas sobre as outras, explica Kevin Golovin, professor assistente e pesquisador principal do projeto. Uma segunda camada foi adicionada para que o revestimento de silicone realmente aderisse à roupa, usando os mesmos princípios que permitem que os corantes grudem nos tecidos. “Chamamos isso de primer, como quando você está preparando uma parede para pintá-la”, diz Golovin.
O teste foi reconhecidamente trabalhoso. A equipe realizou lavagens reais e filtrou o material da água, depois os alunos contaram lenta e cuidadosamente cada microfibra sob um microscópio. Eles descobriram que o revestimento reduziu o derramamento de microplástico em 93% e permaneceu resiliente em diferentes temperaturas e durações de ciclo.
O silicone é um material relativamente sustentável, pois é feito de areia, ao contrário da maioria dos plásticos derivados do petróleo. “Eu não diria que é o material mais ecológico do mundo porque não se degrada”, diz Golovin. “Mas também é completamente inerte quimicamente.” Não afeta o visual da roupa, pois o revestimento é nanoscópico e os testes de respirabilidade garantem que não obstrui os poros do tecido.
Eles fizeram a pesquisa inicial sobre roupas de náilon, mas esperam que as propriedades do revestimento se estendam a todos os tipos de materiais sintéticos – dos quais dois terços de nossas roupas são feitas. Atualmente, eles procuram preparar um revestimento absorvente de água para o poliéster, outro tecido sintético comum.
Estudos adicionais estão se concentrando em saber se o revestimento impediria o derramamento atmosférico, porque a pesquisa descobriu que os microplásticos também se espalham no ar e os humanos inevitavelmente os inalam.
Embora a equipe não tenha feito uma análise econômica, Golovin diz que os acabamentos de silicone já existem, então provavelmente são economicamente viáveis para as empresas. Ainda assim, para empresas menos motivadas ambientalmente, pode ser necessária mais persuasão. Golovin espera que, se a pesquisa continuar a ser bem-sucedida, os governos possam criar uma regulamentação de microplásticos exigindo que as empresas usem a tecnologia em suas roupas para ajudar a reduzir a poluição por plásticos.
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, fevereiro de 2023.