
A taxa foi um aumento em relação a 1 em 36 crianças com autismo em 2020 e quase cinco vezes maior que a prevalência em 2000, quando a agência começou a coletar dados sobre autismo em crianças. Crédito: David Dee Delgado para o The New York Times
https://www.nytimes.com/2025/04/15/health/autism-children-cdc.html
15 abr 2025
[NOTA DO WEBSITE: Tema que vem se tornando cada dia mais presente nas mídias convencionais, demonstrando que a realidade está mais dramática do que queriam os meritocratas e oligarcas que dominam a vida planetária. Já faz algum tempo que cientistas traziam a possibilidade, agora escrachada, de que certos agrotóxicos, por exemplo, poderiam ampliar as crianças com autismo. Logicamente, mesmo pela ciência convencional, foram ridicularizados e desqualificados. E agora, o que estariam defendendo esses acusadores?].
Embora a agência tenha enfatizado que o aumento dos exames provavelmente foi responsável por grande parte do aumento, o secretário de saúde, Robert F. Kennedy Jr., chamou isso de “epidemia”.
A porcentagem de crianças americanas com transtorno do espectro autista aumentou em 2022, continuando uma tendência de longa data, de acordo com dados divulgados na terça-feira pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (nt.: mais ou menos equivalente ao Ministério da Saúde no Brasil).
Entre crianças de 8 anos, uma em cada 31 foi diagnosticada com autismo em 2022 (nt.: destaque em negrito dado pelo nosso website para se ter uma noção do que estamos fazendo com nossas crianças com esse frenético progresso tecnológico na agricultura/medicina/digitalização/plásticos etc.), em comparação com 1 em 36 em 2020. Essa taxa é quase cinco vezes maior que a registrada em 2000, quando a agência começou a coletar dados.
A agência de saúde observou que o aumento provavelmente foi motivado por uma melhor conscientização e triagem, não necessariamente porque o autismo em si estava se tornando mais comum.
Isso divergiu fortemente da retórica do secretário de saúde do país, Robert F. Kennedy Jr., que disse na terça-feira: “A epidemia de autismo está se alastrando”.
O Sr. Kennedy tentou repetidamente relacionar o aumento das taxas de autismo com as vacinas, apesar de dezenas de estudos ao longo de décadas não terem conseguido estabelecer tal ligação. O secretário da saúde, no entanto, iniciou um estudo federal que revisitará essa possibilidade e contratou um conhecido cético em relação às vacinas para supervisionar o esforço (nt.: uma lástima que por questão dos interesses das corporações petroagroquímicas, além das Big Tech, estamos tergiversando de fatos já, cientificamente, sabidos e que deveriam ser imediatamente reavaliados e banidos. Mas é o ‘dinheiro’ que está sendo nosso guia).
O Sr. Kennedy anunciou recentemente um esforço do Departamento de Saúde e Serviços Humanos para identificar as “origens da epidemia” até setembro, uma iniciativa que foi recebida com ceticismo por muitos especialistas em autismo.
“Parece muito improvável que seja uma epidemia, na forma como as pessoas definem epidemias”, disse Catherine Lord, psicóloga e pesquisadora de autismo na Escola de Medicina David Geffen da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
Uma parte significativa do aumento pode ser atribuída à expansão do diagnóstico ao longo dos anos para capturar casos mais leves, disse o Dr. Lord, bem como à diminuição do estigma e à maior conscientização sobre os serviços de apoio.
Ainda assim, ela deixou em aberto a possibilidade de que outros fatores estejam contribuindo para que mais crianças desenvolvam autismo. “Podemos ser responsáveis por grande parte do aumento, mas talvez não por tudo”, disse a Dra. Lord.
Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de interação social e comunicação, problemas sensoriais e interesses e comportamentos repetitivos.
Embora as causas permaneçam em grande parte desconhecidas, os pesquisadores acreditam que haja um forte componente genético (nt.: outra forma de tornar as coisas vagas e difusas e com isso se desvia das corporações). “É muito improvável que seja uma causa única ou mesmo um pequeno número de causas”, disse o Dr. Lord.
Os novos dados foram coletados pela Rede de Monitoramento de Autismo e Deficiências de Desenvolvimento do CDC , que usou registros de saúde e educação de mais de 274.000 crianças em 16 locais no país para estimar as taxas de autismo.
A prevalência do transtorno tem aumentado constantemente desde o ano 2000, quando a rede começou a monitorá-lo.
Outras tendências ficaram evidentes na nova pesquisa. Embora crianças brancas e crianças de áreas socioeconômicas mais ricas tenham apresentado as maiores taxas de autismo nos Estados Unidos por muito tempo, essa tendência se inverteu em 2018.
A partir de 2020, porcentagens maiores de crianças negras e latinas foram identificadas como portadoras de autismo, e a associação com comunidades mais ricas não foi mais observada nos dados.
O CDC relatou taxas de prevalência de 3,7% entre crianças negras, 3,3% entre crianças hispânicas e 3,8% entre crianças asiático-americanas, em comparação com 2,8% entre crianças brancas.
Embora o autismo tenha sido associado aos meninos por muito tempo, uma diferença que pode estar ligada à genética, as meninas agora são diagnosticadas em taxas mais altas, (nt.: este aspecto será que não amplia de que a situação não é ‘só’ genética e ligada aos meninos?) à medida que cresce a conscientização sobre as formas mais sutis em que o transtorno pode se manifestar, muitas vezes surgindo mais claramente na adolescência.
O autismo era 3,4 vezes mais prevalente em meninos do que em meninas em 2022, abaixo das 3,8 vezes maiores em 2020, disse o CDC.
Os dados também mostraram uma variabilidade surpreendente nos diagnósticos de autismo por região geográfica, variando de 5,3% em crianças de 8 anos na Califórnia (nt.: será que não estaria ligado de que a Califórnia é o estado em que se usa mais agrotóxico e em produtos que consome crus?) a pouco menos de 1% no Texas.
A disponibilidade de certos recursos médicos e educacionais aumenta a probabilidade de essas crianças serem identificadas. A Califórnia, por exemplo, possui um programa que treina pediatras locais para identificar sinais de autismo em idade precoce, além de centros regionais que oferecem serviços para autismo.
A Pensilvânia, que teve a segunda maior prevalência, tem um programa estadual Medicaid que garante cobertura para crianças com deficiências de desenvolvimento, independentemente da renda dos pais.
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, abril de 2025