Lydia Larsen
17 junho 2024
[NOTA DO WEBSITE: É um absurdo que ainda se esteja utilizando certas moléculas sintéticas em produtos de consumo direto da população E QUE JÁ SE SABE SEREM DISRUPTORES ENDÓCRINOS, DESDE OS ANOS 80 do século XX. OU SEJA, A NADA MENOS DO QUE HÁ 30 E TANTOS ANOS, estas moléculas estão agredindo todos os seres vivos da Terra. E pior, nada se tem feito a não ser lastimar os danos que causam às pessoas que ainda nem nasceram! Somos todos criminosos por estarmos de forma omissa, passiva e irresponsável, lesando as gerações que estão nascendo desde as que hoje têm mais de 30 anos. E cinicamente dizemos que amamos nossos descendentes diretos! E mais, a civilização ocidental geradora destas moléculas, inconsequentemente disseminadas pelo planeta, prega como um dogma lapidar de sua ‘religiosidade’, o ‘amor ao próximo’!].
Usando uma nova ferramenta de teste, pesquisadores dos EUA disseram esta semana que encontraram mais de 50 produtos químicos que representam um forte risco à fertilidade, incluindo produtos químicos usados em garrafas plásticas de água e outros produtos comuns.
O estudo, publicado na Reproductive Toxicology, detalhou um método recém-desenvolvido para testar toxicidade química, uma ferramenta que os pesquisadores disseram ser extremamente necessária porque dezenas de milhares de produtos químicos usados em produtos domésticos e comerciais não foram avaliados quanto às suas potenciais toxicidades à saúde humana.
“Esses dados mostram que precisamos agir mais rapidamente em alguns desses produtos químicos aos quais as pessoas estão sendo expostas”, disse Tracey Woodruff, professora da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF) e autora do novo estudo.
As taxas gerais de fertilidade nos Estados Unidos vêm diminuindo, atingindo uma baixa histórica em 2022, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC/Centers for Disease Control and Prevention (nt.: equivalente ao Ministério da Saúde no Brasil).
Os pesquisadores sabem que certos tipos de produtos químicos são, pelo menos em parte, responsáveis pelo declínio da fertilidade, mas entender as causas básicas do problema tem sido difícil.
No novo estudo, os autores disseram que avaliaram 199 produtos químicos, incluindo bisfenóis, ftalatos, agrotóxicos, substâncias perfluoroalquílicas e polifluoroalquílicas (PFAS) e outros compostos. Eles descobriram que 57 impactaram fortemente negativamente o sistema reprodutivo e também encontraram evidências de que muitos novos substitutos do BPA, que são usados em garrafas plásticas de água e outros produtos plásticos, são na verdade mais tóxicos do que o bisfenol A original e que quando certos produtos químicos como o BPA e/ou que sejam semelhantes aos BPAs, foram combinados, os resultados reprodutivos pioraram.
“Uma das razões pelas quais é tão desafiador determinar a toxicidade reprodutiva é que os efeitos adversos que ocorrem em fetos femininos no útero não são observados até a idade adulta”, disse a autora sênior Jennifer Fung, professora de ciências reprodutivas na UCSF, em um comunicado à imprensa (nt.: aspecto importante porque sendo estas moléculas citadas, disruptores endócrinos, sua aparente ação mais direta é de serem mimetizadores de hormônios feminizantes como estrogênios).
Avaliar a toxicidade reprodutiva de produtos químicos é difícil e caro em modelos animais, então os pesquisadores se voltaram para uma espécie de levedura comumente usada para estudar o desenvolvimento de células reprodutivas.
Ao adicionar os produtos químicos às culturas de levedura, os pesquisadores avaliaram o efeito que cada produto químico teve no desenvolvimento dos gametas. Dos 57 produtos químicos que os pesquisadores descobriram que impactam negativamente a reprodução, os compostos que estão presentes em tecidos de tingimento e impressão e em suprimentos de limpeza desinfetantes tiveram algumas das maiores toxicidades.
Woodruff disse que pesquisas anteriores mostraram que certos compostos amplamente usados em produtos de limpeza são tóxicos, mas ela ficou surpresa com o quão potentes esses compostos realmente parecem ser quando testados usando a nova metodologia (nt.: jamais esquecer que os químicos sintéticos utilizados como perfumes em todos os produtos ‘cheirosos’, são na verdade, na maioria dos casos, os ftalatos, outros disruptores endócrinos e como tal, xenoestrogênios. Sem contar os surfactantes não iônicos de detergentes e sabões em pó e outros produtos de limpeza, pertencentes à família dos nonilfenóis, também disruptores endócrinos).
“Isso realmente precisa de um foco dos governos para olhar mais de perto e garantir que as pessoas não estejam sendo expostas a níveis prejudiciais”, disse Woodruff.
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, julho de 2024