
Homens com níveis mais elevados dessas substâncias químicas no corpo tinham quase 1,8 vez mais probabilidade de apresentar dificuldades cognitivas, especialmente na memorização imediata de palavras e na velocidade de processamento. (Crédito da foto: iStock by Getty Images)
02 mai 2025
[NOTA DO WEBSITE: Ainda precisamos ‘saber’ mais de que moléculas sintéticas que estão presentes em nosso cotidiano e IMPOSTAS pelas corporações da Big Oil, já que todas são originárias do petróleo, são definitivamente VENENOSAS para os seres vivos? Aqui estão os velhos, mas nos materiais publicados ou sendo publicados, nos últimos tempos, mostram tanto aqui como em jovens, o mal que elas fazem a todos nós. Por que continuar com esse crime corporativo contra a humanidade e todos os outros seres vivos não-humanos no Planeta?].
Adultos mais velhos expostos a uma mistura de produtos químicos encontrados em produtos do dia a dia — como embalagens de alimentos, cosméticos e recibos impressos — podem enfrentar um risco maior de perda de memória e declínio cognitivo, de acordo com um estudo publicado no mês passado (abril de 2025) no Journal of Affective Disorders .
Usando dados de quase 900 adultos dos EUA com idade média de 69 anos, pesquisadores descobriram que a exposição combinada a fenóis (nt.: aqui estão todos como o Bifenol A, nonilfenol dentre outros), parabenos (nt.: aqui está a família dos parabenos) e especialmente ftalatos (nt.: molécula que já é conhecida como disruptora endócrina há mais de 30 anos!) estava associada a pontuações mais baixas em testes padrão de função cerebral, especialmente entre homens.
Quanto mais substâncias químicas havia no corpo dos participantes, pior era o desempenho em testes que medem cognição, como memória, aprendizagem, resolução de problemas e atenção. Mas mesmo níveis baixos, como os detectados em amostras de urina, foram associados a sinais de declínio cognitivo, afirmam os pesquisadores.
As principais descobertas incluem:
- Homens com níveis mais elevados dessas substâncias químicas no corpo tinham quase 1,8 vez mais probabilidade de apresentar dificuldades cognitivas, especialmente na memorização imediata de palavras e na velocidade de processamento. Isso significa que uma tarefa que normalmente leva 5 minutos levou 9.
- Os ftalatos (PAEs), particularmente MECP e MEHP, mostraram a ligação mais forte com a função cerebral prejudicada, principalmente em homens.
- Os efeitos nocivos foram significativamente mais pronunciados em homens, possivelmente devido a diferenças biológicas.
A maioria dos padrões de segurança química ainda avalia as substâncias individualmente, embora as pessoas sejam expostas a misturas todos os dias. O estudo alerta que essas exposições combinadas podem se acumular e interagir no corpo.
Isso pode ter efeitos mais fortes e nocivos à saúde cerebral do que substâncias químicas isoladas — especialmente em adultos mais velhos, em uma época em que as doenças de Alzheimer e Parkinson relacionadas ao envelhecimento são distúrbios neurodegenerativos comuns. De acordo com um estudo de 2022, quase um em cada 10 adultos americanos com 65 anos ou mais sofre de demência, enquanto outros 22% apresentam comprometimento cognitivo leve.
“A exposição crônica a elementos nocivos pode interromper os processos neurais, danificando o cérebro e causando perda de memória”, afirmam os pesquisadores. “Considerando que os idosos são um grupo vulnerável em termos de saúde, o declínio cognitivo pode impactar severamente sua qualidade de vida e independência.”
Produtos químicos combinados estão associados a pontuações mais baixas em testes cognitivos
Ftalatos, parabenos e fenóis — comuns em produtos de consumo como embalagens plásticas e xampus — são conhecidos disruptores endócrinos (nt.: destaques em negrito e itálico dados pela tradução). Esses produtos químicos interferem na função hormonal e têm sido associados a problemas reprodutivos, atrasos no desenvolvimento, obesidade, asma, disfunção metabólica, câncer e outros problemas graves de saúde. Mais recentemente, surgiram novas evidências de que polímeros plásticos e seus aditivos químicos contribuem para doenças cardiovasculares.
Em 2018, mais de 356.238 mortes em todo o mundo foram atribuídas à exposição ao DEHP, o plastificante ou “amaciante” de plástico mais utilizado (nt.: exemplo icônico é o do filme plástico que se envolve alimentos, inclusive orgânicos, de PVC. Crime pelo ftalato e pelo cancerígeno PVC!), representando cerca de 13% de todas as mortes cardiovasculares entre indivíduos de 55 a 64 anos. Destas, a grande maioria (349.113) foi atribuída ao uso de plásticos (nt.: destaques em negrito e itálico dados pela tradução para demonstrar o que o nosso website vem repisando há mais de 20 anos!), de acordo com um estudo [abril de 2025] publicado na revista eBioMedicine.
Nosso estudo sugere que a exposição a fenóis, parabenos e ftalatos pode afetar negativamente a cognição em adultos mais velhos, particularmente na população masculina.
Os pesquisadores analisaram dados de 856 pessoas (417 homens e 439 mulheres) que participaram da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição (NHANES) entre 2011 e 2014. Amostras de urina foram analisadas para nove substâncias químicas:
- Bisfenol A (BPA), usado em plásticos e resinas para itens como recipientes de armazenamento de alimentos e revestimento de alimentos enlatados;
- Triclosan (TCS), um antibacteriano usado em produtos como sabonetes líquidos, cosméticos, detergentes, roupas e utensílios de cozinha (o FDA proibiu seu uso em produtos de limpeza antissépticos para o consumidor em 2016);
- Metilparabeno (MPB) e etilparabeno (EPB), usados como conservantes em alimentos e produtos de higiene pessoal, incluindo xampus e cosméticos;
- Subprodutos químicos, formados quando o corpo decompõe ftalatos:
- mono(2-etilhexil) ftalato (MEHP)
- ftalato de monoisobutil (MiBP)
- ftalato de monobenzila (MBzP)
- Produtos químicos industriais metilciclopentadienil (MeCP) e metanol (álcool metílico ou MeOH), usados para fazer produtos como revestimentos metálicos, tintas e fluido de limpeza de para-brisas.
Os participantes também completaram quatro testes cognitivos avaliando memória, atenção e velocidade de processamento:
- Teste de Recordação Imediata (TRI): recordar 10 palavras não relacionadas de uma só vez, logo após ouvi-las;
- Teste de Fluência Animal (AFT): nomear o maior número possível de animais em um minuto;
- Teste de Substituição de Dígitos e Símbolos (DSST): correspondência de números e símbolos em dois minutos;
- Teste de recordação tardia: recordar palavras do TRI anterior após um atraso.
Os pesquisadores então usaram três tipos de modelos estatísticos para examinarem a relação entre exposições químicas e desempenho cognitivo. Todos mostraram que exposições químicas combinadas estavam significativamente associadas a pontuações mais baixas em testes, com os declínios mais fortes e consistentes observados em homens.
De todos os produtos químicos, o ftalato MEHP — um produto da decomposição do DEHP — apresentou a maior associação negativa com as pontuações cognitivas, embora possa interagir com outros fatores. O MEHP é mais tóxico que o DEHP e mais facilmente absorvido pelo corpo, afirmam os pesquisadores.
Estudos anteriores sugerem que o MEHP pode contribuir para a inflamação, um fator conhecido no declínio cognitivo, e ter efeitos tóxicos em órgãos como fígado, testículos, hipófise e coração, afirmam os pesquisadores. A exposição pré-natal a ftalatos pode estar associada a um processamento de informações mais lento e menor capacidade de memória de reconhecimento em bebês, mostra um estudo (nt.: destaques em negrito feito pela tradução, face a ser um dado importantíssimo porque afeta o futuro de nossas crianças, definitivamente. Além dos ftalatos sempre associar o que mostra o documentário ‘Amanhã, seremos todos cretinos?‘).
O MPB, comumente usado para prolongar a vida útil de alimentos em conserva, como geleias e bebidas, apresentou os maiores níveis de exposição entre os participantes. Níveis mais altos de MPB e EPB foram associados a um menor risco de problemas cognitivos em certos testes. Mas esses resultados foram inconsistentes, observam os pesquisadores, e podem refletir interações mais complexas entre substâncias químicas, saúde geral e função cerebral.
Os autores também sugerem que diferenças biológicas podem ajudar a explicar por que homens mais velhos foram mais afetados por substâncias químicas ambientais do que as mulheres. Um estudo anterior mostrou que meninos expostos a ftalatos antes do nascimento obtiveram pontuações mais baixas em testes de linguagem, enquanto um estudo com animais relacionou ftalatos a comportamentos semelhantes à ansiedade e alterações cerebrais em camundongos machos. As diferenças de gênero no cérebro também tornam os homens vulneráveis a distúrbios neurológicos, de acordo com outro estudo.
Mais estudos são necessários sobre os impactos químicos mistos no cérebro
Pesquisas anteriores com 835 participantes do NHANES/National Health and Nutrition Examination Survey indicaram que a exposição mista a ftalatos pode ser um fator de risco para declínio cognitivo.
Os autores deste estudo alertam que ele também não prova definitivamente que essas substâncias químicas causam diretamente problemas cognitivos — apenas que existe uma forte associação. Mais pesquisas, especialmente de longo prazo e focadas em homens, são necessárias para confirmar essas descobertas e esclarecer como as misturas químicas afetam o cérebro.
Entre outras limitações, o estudo não se ajustou para múltiplas comparações estatísticas, o que aumenta a chance de resultados falso-positivos, afirmam os autores. Também foram utilizados dados de apenas dois ciclos da NHANES, o que pode limitar a abrangência dos resultados. Além disso, condições de saúde como AVC ou histórico de tabagismo também foram autorrelatadas, o que pode introduzir erros, afirmam.
Referência
Du H, Wang Q, Chen Y, Wu X, Jiang J, Zhao Y. Associação entre exposição mista a fenóis, parabenos, ftalatos e função cognitiva em idosos nos EUA . J Affect Disord . Publicado online em 19 de abril de 2025. doi:10.1016/j.jad.2025.04.079
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, maio de 2025