
Um grupo de crianças pequenas (foto de arquivo). Crédito: Pancake Pictures/Getty
06 jul 2025
[Nota do Website: Um estudo no mínimo estarrecedor. Quando se observa que está aumentando o número de doenças em maior quantidade em jovens do que em velhos, talvez essa seja uma das razões].
“Nosso estudo mostra que a exposição infantil a produtos químicos potencialmente nocivos é generalizada”, disse a principal autora do estudo, Deborah Bennett.
Antes mesmo de pisar em uma sala de jardim de infância, crianças pequenas em todo o país já estão expostas a uma grande quantidade de produtos químicos possivelmente tóxicos, sugere uma nova pesquisa.
O estudo, publicado na Environmental Science and Technology na segunda-feira, 30 de junho, analisou a exposição a substâncias químicas em 201 crianças de 2 a 4 anos entre 2010 e 2021, utilizando amostras de urina das crianças e da maioria de suas mães durante a gravidez. Os pesquisadores se concentraram em 111 substâncias químicas.
“Nosso estudo mostra que a exposição infantil a substâncias químicas potencialmente nocivas é generalizada. Isso é alarmante porque sabemos que a primeira infância é uma janela crítica para o desenvolvimento do cérebro e do corpo”, disse a principal autora do estudo, Deborah Bennett, em um comunicado da UC Davis, onde é professora.
“Sabe-se ou suspeita-se que muitos desses produtos químicos interferem nos hormônios, no desenvolvimento do cérebro e na função imunológica”, acrescentou Bennett.
Os pesquisadores descobriram que, das 111 substâncias químicas, 96 foram detectadas em pelo menos cinco crianças e 48 foram encontradas em mais de 50% delas. Além disso, 34 foram encontradas em mais de 90% das crianças — incluindo nove substâncias “que não foram incluídas no biomonitoramento nacional dos EUA”.
“Este estudo revela exposição frequente a múltiplas substâncias químicas em crianças pequenas nos EUA, muitas vezes excedendo os níveis pré-natais”, escreveram os autores em um resumo. “É necessária uma ampliação do biomonitoramento de substâncias químicas emergentes preocupantes e estudos sobre seus efeitos na saúde dessa população vulnerável.”
De acordo com a UC Davis, o estudo descobriu que crianças foram expostas a ftalatos, parabenos, bactericidas e vários outros produtos químicos por meio de “atividades cotidianas, como comer, beber, respirar o ar interno e externo e tocar superfícies contaminadas”.
“A exposição a certos produtos químicos na primeira infância, como agrotóxicos, plastificantes e retardadores de chamas, tem sido associada a atrasos no desenvolvimento, distúrbios hormonais e outros problemas de saúde a longo prazo”, disse o primeiro autor do estudo, Jiwon Oh, à UC Davis.
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, julho de 2025