Saúde: Estudo de Yale – Radiação sem fio aumentou a expressão de genes relacionados ao autismo em modelos de laboratório.

Imagens via Envato

https://www.ehn.org/wireless-radiation-autism-related-genes

Equipe de Ciências da Saúde Ambiental

05 dez 2025

[Nota do Website: Outra notícia estarrecedora! E o mais incrível é vermos nenês com celulares, inclusive ‘brincando’ e colocando na boca! Essa informação deveria ser imediatamente tornada pública para que todos os usuários e mais os pais que entregam celulares para seus filhos, desde a mais tenra idade, para terem condições de protegerem seus descendentes. No entanto, a irresponsabilidade dos gestores de todos os níveis de todos os países de todo o mundo, além de não terem ideia sobre esse fato, não têm buscado conhecer esses trabalhos científicos que tornam não só os celulares, mas os equipamentos wifi, interferirem na saúde neurológica de crianças e mesmo de embriões e fetos. Terrível não se fazer nada pelo que se vê no mundo real!].

Um estudo recente realizado por pesquisadores de Yale e publicado na revista Cell Reports descobriu que a exposição à radiação de radiofrequência (RF) sem fio — emitida por celulares, torres de celular e Wi-Fi — interfere no neurodesenvolvimento e aumenta a expressão de genes relacionados ao autismo em modelos laboratoriais do cérebro fetal.

Este foi um estudo de ponta que utilizou organoides corticais humanos — minúsculos modelos de cérebro humano em desenvolvimento, cultivados em laboratório. Criados a partir de células-tronco, esses organoides formam muitas das mesmas estruturas cerebrais iniciais observadas em um feto. Eles não são cérebros completos e não possuem consciência, mas mimetizam de perto o desenvolvimento cerebral fetal inicial, e os cientistas os utilizam para estudarem como exposições ambientais, como poluição do ar, microplásticos e combustível diesel, podem impactar o cérebro.

Os experimentos utilizaram um transmissor sem fio operando na frequência e potência do Bluetooth, em níveis de exposição 4.000 vezes menores (0,025%) do que o limite da FCC para exposição humana permitida à radiação sem fio de radiofrequência.

Resumidamente:

  • A exposição à radiação de radiofrequência interrompeu e atrasou a diferenciação das células nervosas e cerebrais que ocorre durante o desenvolvimento fetal.
  • Os neurônios expostos à radiação de radiofrequência apresentaram alterações na função e na morfologia.
  • Os neurônios expostos também apresentaram aumento na expressão de genes associados ao transtorno do espectro autista.

Citação principal:

“Nossos resultados revelaram que os neurônios corticais expostos à radiofrequência apresentaram aumentos na expressão de genes associados ao Transtorno do Espectro Autista e na densidade de espinhas dendríticas, características de pacientes com transtorno do espectro autista.”

Por que isso é importante:

Este estudo contribui para um crescente corpo de pesquisas que relatam os riscos do uso de celulares para a saúde, particularmente durante a gravidez e a primeira infância, quando o cérebro está em rápido desenvolvimento e é especialmente vulnerável aos impactos ambientais. A Academia Americana de Pediatria tem reiteradamente solicitado uma atualização à Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC), destacando como as crianças absorvem taxas proporcionalmente maiores de radiação sem fio em seus cérebros e corpos durante estágios sensíveis do desenvolvimento. Numerosos especialistas e grupos médicos recomendam a redução da exposição, especialmente para crianças.

Os pesquisadores destacam que estudos anteriores em modelos animais mostraram comportamentos semelhantes ao autismo, além de aumento da hiperatividade e impactos na memória. Eles afirmam que os paralelos traçados a partir desses estudos “reforçam a relevância de nossas descobertas em um contexto humano”. Alguns estudos em humanos associaram a exposição pré-natal e pós-natal à radiação de radiofrequência com  pontuações cognitivas mais baixas e problemas comportamentais.

“Os pais entregam um celular aos filhos presumindo que seja seguro, mas o que eles não sabem é que existe um conjunto substancial de evidências científicas relatando danos, e ainda assim nossas regulamentações estão desatualizadas há décadas”, afirmou Theodora Scarato, Diretora do Programa de Radiação Sem Fio e Campos Eletromagnéticos da EHS. “A exposição à radiação sem fio deve ser reduzida — especialmente para crianças e durante a gravidez.” Em 2021, o Tribunal do Circuito de DC ordenou especificamente que a FCC explicasse como seus limites de radiação sem fio de 1996 protegem as crianças e abordasse as evidências científicas que relatam impactos neurológicos, reprodutivos e de desenvolvimento. No entanto, a FCC ainda não respondeu ao tribunal.

O que você pode fazer:

  • Reduza a exposição em casa: Mantenha distância entre seu filho e os dispositivos sem fio e mantenha os telefones desligados e longe do corpo — especialmente durante a gravidez. Reduza a exposição ao Wi-Fi conectando seus aparelhos por cabo. Saiba mais sobre como reduzir a exposição aqui.

As crianças são mais vulneráveis ​​à radiação dos telefones celulares.www.ehn.org

Cakir, Bilal et al. para Cell Reports vol. 44, 10. 28 de outubro de 2025

Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, dezembro de 2025

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