
Crédito: Nathan Dumlao/Unsplash
30 mar 2025
[NOTA DO WEBSITE: Cada vez está mais claro que estamos ficando acuados com a questão das resinas plásticas agora tratadas como micro e nanoplásticos. E o mais aterrador é que não há perspectiva de que de fique somente em micro e nanoplástico. As partículas das resinas não poderão cada vez mais irem se fragmentando a picoplásticos, femtoplásticos e assim por diante, na na escala decrescente? O que não é nada estranho de que assim possa ocorrer].
Recipientes e embalagens de plástico estão por toda parte, pois muitas pessoas dependem deles para armazenamento, conveniência e hidratação de alimentos. Os plásticos melhoraram a vida moderna de inúmeras maneiras, mas o preço final dessa conveniência só agora está se tornando claro.
Chegamos ao ponto como sociedade em que os pesquisadores começaram a olhar além dos riscos ambientais da poluição plástica para descobrir conexões ocultas entre a exposição ao plástico e o bem-estar humano.
Estão surgindo questões sobre como os microplásticos podem estar afetando nossos corpos e se isso é algo que devemos abordar.
Alguns itens do dia a dia, como garrafas d’água, podem contribuir muito mais do que o lixo. Eles podem estar liberando pequenas partículas de plástico que entram em nossos corpos.
Estudos iniciais sugerem que partículas de plástico estão influenciando a pressão arterial humana, uma condição associada a sérios problemas cardiovasculares.
De acordo com a Dra. Johanna Fischer, do Departamento de Medicina da Universidade Privada do Danúbio, na Áustria, algumas descobertas recentes geraram novos debates sobre o que acontece quando microplásticos fluem pela nossa corrente sanguínea.
Pequenos pedaços de plástico causando estragos
Os microplásticos medem menos de 5 mm e surgem da fragmentação de plásticos maiores ou de fontes cotidianas, como pneus de carro e roupas sintéticas.
Eles foram detectados em alimentos, água e ar. Cientistas os identificaram na placenta, em certos órgãos e até mesmo na corrente sanguínea.
Sua presença tem levantado preocupações, pois podem desencadear inflamações ou desequilíbrios hormonais. Ao entrarem na rotina diária sem serem notados, esses fragmentos microscópicos podem representar riscos à saúde que ainda estão sob investigação.
Trabalhos recentes apontaram para um culpado inesperado pela pressão alta. Suas investigações indicam que garrafas de água comuns podem liberar partículas no líquido que bebemos.
De acordo com informações preliminares, os microplásticos podem migrar para o nosso sistema, com potenciais efeitos nas medições da pressão arterial.
Os investigadores também descobriram esses pequenos fragmentos em recipientes de vidro, o que complica os esforços para evitá-los completamente.
Isso aponta para uma questão mais ampla que vai além do desperdício visível e exige abordagens inovadoras para monitorar a exposição.
Plásticos associados à pressão arterial
Oito adultos saudáveis participaram de um projeto que visava explorar quaisquer ligações entre plásticos e pressão arterial.
Eles foram orientados a consumir água da torneira em vez de bebidas engarrafadas por cerca de um mês. As leituras de pressão arterial foram coletadas no início, após duas semanas e ao final de quatro semanas.
As descobertas indicaram que as mulheres apresentaram uma queda perceptível nos níveis de pressão arterial, particularmente nas leituras diastólicas, enquanto os homens não apresentaram as mesmas alterações.
Uma explicação pode ser que apenas três homens participaram. Esse pequeno número dificulta a formulação de conclusões gerais.
Ainda assim, os dados gerais sugerem que reduzir o consumo de plástico pode influenciar a saúde cardiovascular, reduzindo o número de partículas plásticas presentes na corrente sanguínea.
O grupo de pesquisa enfatiza a necessidade de ensaios mais amplos. Eles visam medir a concentração real de microplásticos no sangue, fornecendo uma imagem mais clara de como a exposição ao plástico pode estar relacionada a alterações na pressão arterial.
Pressão arterial e plásticos – os resultados
“Concluímos, após uma extensa pesquisa, que bebidas embaladas em garrafas plásticas devem ser evitadas”, alertou a equipe de pesquisa.
As mudanças observadas na pressão arterial sugerem que a redução da ingestão de partículas de plástico pode diminuir o risco cardiovascular, enfatizando como essas descobertas podem se encaixar em um cenário mais amplo.
Para esses cientistas, uma menor exposição a plásticos parece estar correlacionada a melhorias em alguns marcadores de pressão arterial.
Ao afirmar que “partículas de plástico presentes na corrente sanguínea podem contribuir para o aumento da pressão arterial”, a equipe destacou uma possível ligação entre microplásticos e problemas cardiovasculares.
Embora o estudo tenha envolvido apenas um pequeno grupo, eles veem os resultados como uma motivação para investigar mais profundamente essas interações.
Embora os caminhos precisos ainda não estejam claros, a perspectiva de que pequenos fragmentos de plástico possam afetar a pressão arterial e a saúde cardiovascular geral deve encorajar todos nós a repensar esses hábitos comuns.
O que acontece depois?
Como a hipertensão é uma das principais causas de complicações cardíacas, qualquer fator que possa aumentar a pressão arterial merece análise.
Os humanos já enfrentam vários riscos de doenças cardiovasculares, então identificar um que possa ser evitado é importante.
Limitar o consumo de bebidas engarrafadas ou optar por água da torneira em recipientes reutilizáveis não plásticos certamente ajudará a reduzir a exposição, embora seja necessária uma verificação adicional para confirmar os impactos a longo prazo.
Analisando muitos estudos diferentes, fica muito claro que os microplásticos se infiltraram em todos os cantos dos nossos corpos, nos ambientes naturais e nos ecossistemas globais em geral.
Além da pressão alta e outros problemas de saúde cardiovascular decorrentes do consumo de microplásticos, cientistas e médicos estão preocupados com inflamações, problemas endócrinos e estresse oxidativo, todos os quais podem prejudicar a saúde geral.
Embora a conveniência dos produtos descartáveis seja tentadora, fazer uma escolha pessoal de remover plásticos de uso único de nossa vida cotidiana sem dúvida trará benefícios, tanto para nossa saúde quanto para o meio ambiente global.
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, abril de 2025