Laurence Girard e Jean-Pierre Stroobants (Bruxelas, correspondente)
27 jan 2025
[NOTA DO WEBSITE: Novamente o cloro se faz presente! Esse elemento que surgiu, no século XIX, após a ampliação da eletricidade e as corporações terem condições, através da eletrólise, separarem o cloro do sódio, da água do mar, ele torna-se presente em vários e vários produtos de consumo diário. O que as corporações queriam era o sódio para terem a soda cáustica, produto amplamente utilizado nas fabricações de muitos de seus produtos. Mas aí tem o cloro! E o que descobriram? Que era um potentíssimo gás mortífero. E o que pensaram? Em guerra! No entanto como era tão explosivo que teve que ser tratado com muito cuidado. Entretanto, os franceses resolveram o problema. Criaram a molécula que chamaram de ‘Fosgênio’. E sabem o que aconteceu? Foi o gás de guerra mais utilizado na 1ª guerra e sendo proibido na década de 20. E a indústria fez isso? Eliminou-o? Nunca! De uma reação reação química do fosgênio com -disruptor endócrino- Bisfenol A surge a resina policarbonato, considerado um ‘grande’ substituto do vidro na arquitetura e na engenharia, além de produtos como mamadeiras e embalagens de alimentos. Cinismo ou não?].
Na França, apenas latas de pêssego Fuze Tea e garrafas de Coca-Cola sem açúcar em vidro retornável seriam afetadas. Segundo a multinacional, o risco para a saúde é “muito baixo”.
A Coca-Cola é forçada a retirar massivamente os seus produtos da Europa. A engarrafadora da gigante norte-americana de bebidas reconheceu, segunda-feira, 27 de janeiro, ter de retirar da venda produtos fabricados na sua fábrica em Ghent, na Bélgica, devido ao teor demasiado elevado de clorato – garantindo ao mesmo tempo que o risco para a saúde é, segundo ele, “muito fraco”. Este composto químico resulta da utilização de água clorada para processamento de alimentos ou para desinfecção de equipamentos de processamento de alimentos. Pode perturbar o funcionamento da tiroide e dos rins em indivíduos frágeis (nt,: nunca esquecer que o cloro desloca, junto com o flúor e o bromo, o iodo dos hormônios da tiroide, tiroxina).
A superação do limite foi supostamente descoberta durante testes de rotina realizados em Ghent. Milhões de latas e garrafas seriam afetadas. Eles saíram das linhas de produção entre 23 de novembro e 3 de dezembro de 2024. Segundo a empresa, três países lançaram um recall das latas ou garrafas incriminadas, Bélgica, Holanda e Luxemburgo. A Alemanha e o Reino Unido também poderão ser afetados. “Nesta fase, o recall de produtos não se aplica ao mercado francês”, sublinha, por outro lado, a Coca-Cola Europacific Partners France, subsidiária de engarrafamento da Coca-Cola, ainda que a subsidiária belga tenha indicado na segunda-feira que os produtos também foram exportado para França.
A filial francesa indica que continuam afetados dois lotes, distribuídos em território nacional: as latas Fuze Tea pêssego de 33 cl, com código de produção 335 GE2, e as garrafas de Coca-Cola sem açúcar de 1 litro em vidro retornável com código de produção 337 GE1. Afirma também ter solicitado aos seus clientes distribuidores que retirassem esses lotes dos seus armazéns.
“Procedimentos de automonitoramento funcionam”
Na Bélgica, o recall é muito mais amplo. Trata-se de oito marcas, nomeadamente Coca-Cola, Fanta, Sprite, Fuze Tea, Minute Maid, Tropico, Nalu e Royal Bliss, disponíveis em latas ou garrafas de vidro retornáveis. Lotes de latas e garrafas marcadas com 328 GE a 338 GE são afetados, diz Laura Brems, porta-voz da empresa na Bélgica. Os clientes que desejarem podem devolvê-los ao ponto de venda, disse a empresa.
A Agência Federal Belga para a Segurança da Cadeia Alimentar (AFSCA) publicou esta segunda-feira um comunicado de imprensa evocando a preocupação da Coca-Cola em fazer da qualidade dos seus produtos “uma prioridade absoluta”. “Isto prova que os procedimentos de autoverificação funcionam”, afirmou Aline Van den Broeck, porta-voz da agência, que foi informada pela própria empresa dos resultados da “verificação de rotina” que realizou.
Resta apurar porque é que os resultados dos testes realizados no final de novembro e início de dezembro só foram comunicados há cerca de dez dias. A Coca-Cola informou a Agência Federal na época e teria aguardado sua decisão, por considerar que não era adequado organizar imediatamente um recall dos produtos, dado o baixo risco que apresentavam. O órgão federal só comunicou sua decisão na segunda-feira.
Risco muito baixo
Segundo Jean Tytgat, toxicologista e professor da Universidade Católica Flamenga de Louvain, o risco de intoxicação em caso de consumo dos lotes consumidos é realmente muito baixo. Depende do peso da pessoa e apenas crianças pequenas com peso inferior a 12 quilos podem ser afetadas. Apenas o clorato consumido em grandes quantidades pode ser perigoso.
A Coca-Cola foi obrigada a fazer um recall, na França, no verão de 2024, de latas de 33 cl de Coca-Cola Cherry fabricadas, desta vez, numa fábrica polaca e presentes nas lojas do distribuidor B&M. O revestimento interno dessas latas de resina fenóxi foi produzido a partir de Bisfenol A, substância que pode ser perigosa para o consumidor (nt.: destaque em negrito da tradução e destacamos as latas terem revestimentos de resinas feitas com o disruptor endócrino Bisfenol A. Assim é a formulação da resina fenóxi=a resina fenoxi é um polímero termoplástico derivado do bisfenol A ((CH3 )2 C(C6H4OH)2) e do epóxi, epicloridrina (Cl-CH2-(C2H3O)).
Na Bélgica, o último grande caso de contaminação atingiu a gigante italiana Ferrero e a sua unidade de produção em Arlon, na Valônia. O fabricante de Nutella e Kinder admitiu a presença de salmonela nos seus produtos no final de 2021. Acusada de ter minimizado esta poluição, a empresa rejeitou todas as acusações, enquanto dezenas de casos de gastroenterite tinham sido detetados em vários países europeus.
A instalação de Arlon esteve fechada durante vários dias em 2022, antes de obter luz verde final das autoridades de saúde belgas em setembro. Teve que encerrar novamente a sua produção em julho de 2023, após a descoberta da mesma bactéria em parte das suas instalações.
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, janeiro de 2025