Risco de pesquisa com vírus mortal é alto demais, diz agência dos EUA.

Pesquisadores do Painel Consultivo sobre Biossegurança dos Estados Unidos (NSABB, na sigla em inglês) publicaram nesta terça-feira (31) um artigo nas revistas “Science” e “Nature”, no qual se posicionam mais uma vez contra a publicação dos detalhes de uma pesquisa com o vírus H5N1, da gripe aviária, que tem alta taxa de mortalidade entre humanos.

 

http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2012/02/01/79633-risco-de-pesquisa-com-virus-mortal-e-alto-demais-diz-agencia-dos-eua.html
01/02/2012

 

A equipe de Ron Fouchier, do centro médico Erasmus, da Holanda, estuda a transmissão do H5N1 entre mamíferos – inclusive de pessoa para pessoa. O NSABB teme que o conhecimento possa ser usado por bioterroristas para espalhar o vírus mortal.

No momento, a pesquisa está suspensa temporariamente, por iniciativa dos próprios autores. Em um artigo anterior, eles defenderam a publicação dos resultados, alegando que os benefícios desse estudo superam os riscos.

O NSABB reconhece, no artigo, os “claros benefícios” da pesquisa de Fouchier, que deixa os médicos mais preparados para combater a gripe aviária. Ainda assim, acham que não compensa publicar os resultados.
Nós consideramos que o risco potencial é de uma magnitude extraordinariamente alta”
Painel Consultivo sobre Biossegurança dos Estados Unidos

“Nós consideramos que o risco potencial é de uma magnitude extraordinariamente alta”, diz o texto, assinado por 22 especialistas de diferentes universidades norte-americanas.

“É uma recomendação sem precedentes para o trabalho nas ciências biológicas, e nossa análise foi conduzida com consideração cautelosa tanto dos benefícios da publicação quanto da potencial ameaça que poderia ocorrer a partir desse precedente”, afirma.

Ainda segundo o artigo, esse é um momento decisivo para a ciência e a opinião de toda a sociedade é válida. “Físicos enfrentaram uma situação similar na década de 1940 com a pesquisa com armas nucleares, e é inevitável que outras disciplinas científicas também enfrentem”, comparam os cientistas.

(Fonte: G1)