Ribeirinhos do Xingu alimentam a periferia de Altamira com produtos da floresta

Diane Ferreira Barbosa colhe cará na comunidade Volta da Pedra, Resex Rio Xingu.

A fartura das roças ribeirinhas das reservas extrativistas (Resex) da Terra do Meio, no Pará, chega à periferia da cidade de Altamira em ação de combate à fome, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo federal. Produtos das 51 famílias da Reserva Extrativista Rio Xingu resultaram em cestas para combater a fome na periferia de Altamira – de castanha-do-Pará até óleo do coco babaçu, passando por frutas, farinhas e tubérculos .Cerca de 50 toneladas de produtos deverão ser distribuídos até o final de 2022.

Criada em 5 de junho de 2008, a Reserva Extrativista Rio Xingu tem uma área de 303 mil hectares - ou duas vezes a área do município de São Paulo. O território é uma faixa estreita na margem esquerda do médio Xingu, escudado por todos os lados por outras áreas protegidas.

Na outra margem do Rio Xingu ficam as Terras Indígenas Araweté e Apyterewa. Às costas e ao norte, a Estação Ecológica da Terra do Meio. Ao sul, o Parque Nacional do Rio Pardo. E dentro de tudo isso, uma imensa sociobiodiversidade pressionada pelo desmatamento, pela grilagem de terras e pelo roubo de madeira.

Hoje, segundo a Associação de Moradores do Médio Xingu (Amomex), 51 famílias ribeirinhas vivem na reserva extrativista. Vivem e geram vida.

Uma olhada no satélite diz tudo: a floresta está em pé em todo o território porque essas pessoas cuidam dela. Os bichos, as plantas, as atividades se repetem e se reproduzem nas casas e comunidades. É uma economia que cuida do presente e do futuro.