Toneladas de lixo nas instalações do aterro sanitário regional de King County Cedar Hills, operado pela King County Solid Waste Division (abrange 920 acres) perto de Maple Valley, Washington, Estados Unidos. (Foto de Wolfgang Kaehler/LightRocket via Getty Images)
https://thehill.com/policy/energy-environment/4740816-garbage-dumps-PFAS-forever-chemicals-study/
26/06/24
[NOTA DO WEBSITE: Mais um desastre que nem poderíamos imaginar que ocorreria. Claro que nos percolados, ou seja, os líquidos que saem dos aterros, já que miríades de produtos descartados, principalmente pelas embalagens dos ‘deliveries’, era esperado, mas sair como gás? Isto é aterrorizante. Mas novamente procurar destacar que isso acontece porque quem causa o verdadeiro problema ambiental de saúde pública é, na verdade, o consumidor. Sim, porque a indústria poderia produzir o que lhe der seu bel prazer, mas quem compra e incentiva a produção, é quem compra e quem descarta negligentemente. E é isso que estamos fazendo! Cada um e todos nós os consumidores. No nosso ponto de vista, é chegado o tempo de mostrarmos que estamos discordes com esta irresponsabilidade tanto das corporações como dos comerciantes que nos colocam estes produtos como se inócuos fossem. E isso só com nossa absoluta renúncia de todos estes produtos].
Um novo estudo descobriu que, à medida que muitos aterros sanitários municipais expelem gases da decomposição de matéria orgânica, eles também liberam “químicos eternos/forever chemicals” tóxicos no ar.
Cientistas mediram níveis inesperadamente altos de substâncias perfluoroalquílicas e polifluoroalquílicas (PFAS) transportadas pelo ar em três lixões que eles pesquisaram — demonstrando a capacidade desses contaminantes persistentes de escaparem para o meio ambiente.
Essa invasão pode estar ocorrendo em capacidades semelhantes por meio de gases liberados e subprodutos líquidos, conhecidos como lixiviados, de acordo com o estudo, publicado na quarta-feira na Environmental Science & Technology Letters.
Os PFAS são conhecidos por sua capacidade de permanecer no ambiente e no corpo e são encontrados em certas espumas de combate a incêndio, descargas industriais, panelas antiaderentes, cosméticos e tecidos impermeáveis, bem como outros produtos domésticos.
Alguns desses compostos sintéticos, dos quais existem milhares, já estão associados a vários tipos de câncer e outras doenças graves.
“Embora inúmeras indústrias estejam sendo confrontadas com desafios de gestão relacionados a PFAS, o ônus da remediação e remoção de PFAS frequentemente recai sobre as indústrias posteriores — ou seja, o setor de resíduos sólidos”, declararam os autores.
Os pesquisadores, liderados por Timothy Townsend, da Universidade da Flórida, mostraram anteriormente que águas residuais carregadas de PFAS podem vazar dos aterros sanitários — mas que esse chorume normalmente é capturado e tratado antes de entrar no meio ambiente.
Embora os locais de despejo também gerem gás que podem ser capturados e controlados, os cientistas determinaram que ele geralmente é liberado sem tratamento.
Embora o gás “regurgitado” seja composto principalmente de metano e dióxido de carbono, pesquisas recentes identificaram a presença de tipos de PFAS transportados pelo ar, chamados álcoois fluorotelômeros.
Esses compostos, explicaram os pesquisadores, podem ser tóxicos quando inalados e são capazes de viajar longas distâncias. Assim, Townsend e sua equipe decidiram medir sua presença em gás ventilado em três lixões da Flórida.
Para fazer isso, eles bombearam gás de aterro de canos através de cartuchos cheios de material capaz de capturar PFAS transportados pelo ar. Após liberar os compostos dos cartuchos com solventes orgânicos, eles analisaram o resíduo para 27 tipos de ‘químicos eternos/forever chemicals‘.
Eles descobriram que alguns dos níveis de álcool fluorotelômero eram até duas ordens de magnitude maiores do que estudos anteriores haviam mostrado em outros aterros sanitários.
Comparando esses resultados com amostras de lixiviado coletadas em paralelo, os cientistas descobriram que a quantidade anual de flúor — frequentemente usada para rastrear a presença de PFAS — que emana de aterros sanitários via gás pode ser semelhante ou maior do que a quantidade que escapa em resíduos líquidos.
“Essas descobertas sugerem que o gás de aterro, um subproduto menos examinado, serve como uma via importante para a mobilidade de PFAS do aterro”, declararam os autores.
Descrevendo os lixões como “repositórios para PFAS”, os pesquisadores concluíram que o gás ventilado deve “ser considerado em futuras estratégias de mitigação e gestão”.
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, julho de 2024