Químicos domésticos podem causar obesidade, infertilidade e QI baixo, mostra pesquisa

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https://gizmodo.uol.com.br/quimicos-domesticos-causar-obesidade-infertilidade-pesquisa

por Dharna Noor

22 de julho de 2020

Uma nova análise publicada nesta terça-feira (21) na seção de diabetes e endocrinologia da revista Lancet constatou que um número crescente de produtos químicos domésticos está ligado a desregulação endócrina e pode causar problemas de saúde generalizados, incluindo infertilidade, diabetes e desenvolvimento cerebral prejudicado.

Os pesquisadores examinaram centenas de estudos publicados nos últimos cinco anos para chegar a suas conclusões, que também incluem uma lista de ácidos perfluorooctanessulfônicos (PFAS) como um disruptor endócrino.

Um conjunto crescente de literatura médica tem analisado como os produtos químicos do cotidiano afetam o sistema endócrino. Um grande catalisador para o crescente interesse em produtos químicos que perturbam o sistema endócrino foi um estudo de 2015 encomendado pela Endocrine Society, que levou à identificação de 15 diferentes problemas de saúde que foram ligados aos .

Em 2017, as Nações Unidas publicaram uma lista de 45 produtos químicos que os estudos mostraram seres disruptores hormonais, incluindo os encontrados em pesticidas, no revestimento de latas de alumínio, cosméticos e produtos eletrônicos.

Mas nenhum desses estudos incluiu informações sobre um grupo de produtos químicos que os cientistas entendem muito melhor agora do que naquela época: os PFAS.

O grupo de produtos químicos conhecidos coletivamente como PFAS são usados para fornecer toneladas de artigos domésticos que vão desde panelas e frigideiras antiaderentes até embalagens de alimentos. Os produtos químicos já são um problema enorme porque estão sendo cada vez mais encontrados em algumas fontes de água potável e são comumente chamados de produtos químicos “eternos” porque não se quebram. A nova análise mostra que há amplas evidências de que os PFAS são disruptores endócrinos.

Os autores também procuraram outros produtos químicos que perturbam o sistema endócrino, incluindo vários produtos químicos usados em agrotóxicos, bem como os bisfenóis, que são um grupo de produtos químicos usados na fabricação de plásticos e outros produtos.

Eles descobriram que, nos últimos cinco anos, os cientistas relacionaram esses produtos químicos a uma lista de questões de saúde que está ficando mais longa. Nos últimos cinco anos, houve evidências ligando os produtos químicos a 17 outras condições médicas, incluindo a , endometriose e a síndrome do ovário policístico, que é uma causa significativa de infertilidade.

Os autores dizem que uma nova síntese também encontrou pesquisas emergentes ligando a exposição a PFAS, bisfenóis e alguns agrotóxicos à produção de sêmen infértil, enquanto outros estudos ligaram tanto os retardadores de chamas que perturbam o sistema endócrino quanto os agrotóxicos às preocupações com a saúde mental, como a perda de QI e o transtorno do déficit de atenção.

Tudo isso apenas fornece mais evidências de que precisamos ter o uso desses produtos químicos sob controle. Mas os Estados Unidos estão fazendo um péssimo trabalho. Em uma análise também publicada na terça-feira, os cientistas observam que os regulamentos atuais visam apenas limitar a exposição a grandes doses de produtos químicos, o que está longe de ser suficiente.

“Múltiplos estudos revisados por pares documentaram efeitos consistentes em níveis baixos”, disse Leonardo Trasande, professor de medicina ambiental e saúde da população na Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York e principal autor das duas novas análises, em um e-mail para o Gizmodo.

Para remediar isso, os autores pedem que os Estados Unidos revisem sua abordagem para regulamentar esses produtos químicos. Trasande disse que o país poderia olhar para a União Europeia, que tem feito um trabalho melhor. Os países poderiam estabelecer um programa internacional para identificar os perigos. Dessa forma, o mundo pode regulamentá-los efetivamente antes que eles cheguem ao mercado.

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