Procte&Gamble renuncia ao desmatamento.

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Após semanas de protestos, a empresa Procter and Gamble (P&G) se comprometeu com uma nova política de não desmatamento que prevê a rastreabilidade total da cadeia de produção para excluir óleo de palma e derivados provenientes da destruição florestal. Este foi um importante passo para a proteção das da Indonésia e comunidades que dela dependem. Mas para que esse anúncio se transforme em ação, ainda é preciso trabalho.

 

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por Redação do Greenpeace

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Áreas de extração de óleo de palma para a P&G devastam grandes porções de floresta na Indonésia. Foto: © Ulet Ifansasti / Greenpeace

Sob pressão popular, P&G recua e se compromete a erradicar o desmatamento de sua cadeia produtiva.

Aproximadamente 400 mil pessoas enviaram seu recado a empresa para mudar suas ações que colocam em risco a vida de diversos animais como o tigre-de-sumatra e o orangotango. Protestos ao redor do globo chamaram a atenção para a má conduta da P&G, inclusive em sua sede internacional, na cidade de Cincinnati, Estados Unidos, cujos ativistas participantes enfrentam sérias e descabidas acusações.

Em resposta, a P&G se comprometeu a remover o desmatamento de sua rede de fornecimento de óleo de palma até 2020. O acordo vai além de critérios existente da Mesa Redonda sobre Sustentável (RSPO em inglês) e exige que os fornecedores garantam que não haverá conversão de turfeiras, que os direitos das comunidades locais serão respeitados e que as áreas de alto teor de carbono e alto valor de conservação serão protegidas.

“A política recém anunciada da P&G foi um passo importante para que a empresa encerre a sua participação na destruição das florestas da Indonésia. No entanto a política ainda não é perfeita, pois só garantirá a completa rastreabilidade da cadeia em 2020, permitindo desmatamento por mais seis anos”, diz Areeba Hamid, da campanha de florestas do Greenpeace internacional.

“O Greenpeace encontrou evidências de fornecedores da P&G como a Musim Mas e a KLK utilizando da prática do desmatamento para produzir óleo de palma. Isso mostra que a empresa precisa tomar medidas urgentes em relação a esses fornecedores problemáticos”, afirma Hamid.

Um estudo publicado pelo Greenpeace em fevereiro de 2014 mostrou diversas violações cometidas por fornecedores de óleo de palma da P&G, e isso contribuiu para atingir quase meio milhão e-mails enviados diretamente ao presidente da empresa exigindo a mudança de postura por parte da P&G.

A política de não desmatamento anunciada hoje pela P&G segue o mesmo caminho de outras empresas e fornecedores como a L'Oreal, Colgate-Palmolive, Wilmar e GAR que também se comprometeram a limpar suas cadeias do desmatamento por óleo de palma. O posicionamento dessas empresas indica uma mudança significativa para a indústria do óleo de palma, que tem forte ligação com impactos como a destruição florestal, deslocamento de comunidades locais e destruição de espécies raras e ameaçadas.

“A política da P&G serve como mais um exemplo da transformação da indústria do óleo de palma, onde o consumidor demanda produtos livres de desmatamento, exigência que chega até os fornecedores desse produto, que também precisam adotar políticas urgentes de não desmatamento. E, dessa forma, o óleo de palma responsável vai rapidamente virando norma”, conclui Hamid.

Notas:

1) A nova política da P&G pode ser lida em inglês aqui.

2) As denúncias do Greenpeace que ligam a P&G ao desmatamento na Indonésia podem ser lidas aqui (em inglês).

* Publicado originalmente no site Greenpeace.

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