Países comemoram a entrada em vigor do Protocolo de Nagoya. O Brasil, não.

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Entrou em vigor neste domingo, 12 de outubro, o Protocolo de Nagoya, o acordo internacional que regulamenta o acesso aos recursos genéticos e o compartilhamento de benefícios da . Foi uma vitória e tanto para a Convenção da Biodiversidade Biológica – CDB das Nações Unidas, que está reunida em Pyeongchang, na Coreia do Sul. O anúncio foi bastante comemorado, pois é uma sinalização clara de que os países começam a dar valor à sua biodiversidade. O , porém, não pode participar da festa.

 

 

http://envolverde.com.br/ambiente/paises-comemoram-entrada-em-vigor-protocolo-de-nagoya-o-brasil-nao/

 

 

por Redação do WWF Brasil

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E mais que isso. As nações cobertas pelo acordo vão começar a definir regras de funcionamento para pesquisa, acesso e repartição de benefícios da biodiversidade. E isso interessa a todos: governos, empresas, comunidades, cientistas.

O Brasil, porém, não participa desta festa. Apesar de ter sido um dos principais articuladores do documento, o país não o ratificou sob pressão do , que enxergou no protocolo uma ameaça aos seus interesses comerciais, sobretudo em relação à , cana e gado. Foram esses os motivos que os ruralistas usaram para pressionar o Congresso Nacional para vetar a ratificação. Puro fantasma. O protocolo, assim, como qualquer outro acordo internacional, não tem efeito retroativo e nem tampouco incidiria no comércio das commodities.

O resultado é que o Brasil, a despeito de ter um das maiores biodiversidades do planeta, não pode sentar-se à mesa e ajudar a definir como se darão as regras de acesso e repartição de benefícios provenientes da biodiversidade. Vamos somente ficar assistindo aos outros países, até menos importantes do ponto de vista da biodiversidade, tomando decisões, dando o formato final ao acordo.

Já países que partilham com o Brasil o título de megadiversos, como Índia, Indonésia, África do Sul e Peru estão dentro. Assim como a União Europeia, Noruega, Suíça e Espanha. E se algum desses países quiser negociar conosco, estaremos sob a égide do protocolo.

É lamentável. É o Brasil mais uma vez perdendo a chance de andar na vanguarda planetária. Sobretudo em um momento que a indústria está disposta a se abastecer cada vez mais na biodiversidade para criar medicamentos, alimentos, cosméticos.

E que as comunidades estão se preparando para negociar com a indústria em outros patamares comerciais, com base em novos posicionamentos que levam em conta seus saberes tradicionais e a biodiversidade que ajudam a conservar. Aqui mesmo na brasileira essas experiências envolvendo acordos inovadores entre empresas e comunidades estão em pleno desenvolvimento.

Também ocorrem nos Andes, na África. O mundo todo busca se alinhar a uma nova forma de pensar e se relacionar com a biodiversidade. O Brasil prefere ficar olhando da janela.

* Publicado originalmente no site WWF Brasil.

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Anversos da crença (João Marino)

Não vislumbro um futuro humano plástico,
Mas muito plástico no futuro desumano.
E não falo de monturos,
Falo de montanhas de plástico impuro.
Falo de futuro suástico, inseguro, iconoclástico. Plásticos grandes e pequenos, moles e duros,
Que se amontoam.
Nanoplástico que se respira,
Que se bebe e se come,
Se adoece, se morre e se consome.
Presente fantástico de futuro hiperplástico,
Plástico para sempre,
Para sempre espúrio, infértil e inseguro.
Acuro todos os sentidos
E arrepio em presságios.
Agouros de agora,
Tempos adentro,
Mundo afora.
Improvável um futuro fúlguro!
Provavelmente escuro e obscuro.
Assim, esconjuro e abjuro!