Os Remédios Não Funcionam: O Moderno Escândalo Médico.

Print Friendly, PDF & Email
O escândalo da postura irresponsável das companhias farmacêuticas que levam de enxurrada médicos e serviços e saúde planetários, soterrando a tranquilidade, a saúde e a segurança dos pacientes globais.
Prescription Drugs

Resumo da história.

  • Os remédios muitas vezes entram no mercado e são promovidos como eficazes pelas companhias farmacêuticas e pelos médicos, mesmo quando os experimentos clínicos mostram então, serem ineficientes e, muitas vezes, inseguros;
  • Uma prática comum é que, se as conclusões de algum estudo forem negativas, os resultados serão simplesmente varridos para baixo do tapete e não publicados;
  • Experimentos de fármacos são muitas vezes ‘maquiados' para obterem resultados positivos, usando projetos tendenciosos, seleção meticulosa dos integrantes dos experimentos e outros truques de manipulação para “assegurarem” resultados favoráveis;    e
  • Assim, quando seu clínico lhe prescrever uma receita, mesmo que ele ou ela tiverem revisado os dados relevantes publicados, não há na prática nenhuma maneira para se saber se o medicamento é verdadeiramente seguro e efetivo.

 

articles.mercola.com/sites/articles/archive/2012/10/22/modern-medical-scandal.aspx?e_cid=201ef21022_DNL_art_2

 

 

By Dr. Mercola

Quando nosso clínico nos prescrever um medicamento, provavelmente assumiremos de que ele está cientificamente comprovado de ser tanto eficiente como seguro.

Esta é a base do paradigma sobre o qual a moderna medicina gira … quebrando este dogma idolatrado e todo o sistema simplesmente desaba.

Bem, deixe eu dizer: os muros já começam a tremer. O sistema está prestes a entrar em colapso, assim como tudo não parece o que é na vanguarda médica como também o que se refere à ciência.

Quando se vê aquelas pílulas azuis, vermelhas, brancas ou de qualquer outra cor ou formato que possam ter, podem muito bem ter sido o objeto de um estudo de milhões e milhões de dólares, de avaliação duplo cego e de grupos de controle com placebo. Ou talvez mesmo de múltiplos estudos.

Mas parece muito pouco quando tudo isso vem para proteger nossa saúde, assim como o sistema ser montado de forma que cada droga não possa nunca efetivamente falhar.

 

A Ciência É Regularmente “Ajustada” em Favor das Drogas – NÃO À Nossa Saúde.

Em uma parte de seu livro Bad Pharma, Ben Goldacre destaca como as drogas entram no mercado e são promovidas como eficazes pelas companhias farmacêuticas e os médicos, mesmo quando os experimentos mostram na verdade serem ineficientes e, muitas vezes, inseguras.

Primeiro usou o exemplo da reboxetina, um antidepressivo. Leu os dados do experimento que sugeriam que a droga era melhor do que o placebo e melhor do que outros antidepressivos presentes no mercado. Mas isso era porque ele revisou o único estudo publicado em um ensaio acadêmico.

Haviam seis outros também, mas nenhum de seus dados foi publicado. Por que? Em razão de que todos eles mostravam que a reboxetina não era melhor do que o placebo. Outros dados não publicados sobre o fármaco mostravam que ele era menos efetivo do que outros do mercado enquanto colocava maiores riscos de efeitos colaterais. Nenhum médico sensato prescreveria esta droga para um paciente se ele ou ela conhecesse todo o quadro. Mas este quadro completo raramente é permitido de ser visto.

Goldacre escreve:

“Ninguém quebrou nenhuma lei nesta situação, a reboxetina está ainda no mercado e o sistema que permite que tudo isso aconteça está ainda ativo, para todos os remédios em todos os países no mundo. Dados negativos ficam faltando, para todos os tratamentos, em todas as áreas da ciência. Os regulamentadores e os organismos profissionais que nós esperávamos com razão que desmontassem tais práticas, têm nos falhado. 

… Fármacos são testados pelas próprias pessoas que os manipulam, os experimentos são mal projetados, com grupos extremamente pequenos de pacientes estranhos e não representativos além de analisados com o uso de técnicas que são falhas pelo projeto em si mesmo, e de tal forma que exageram os benefícios dos tratamentos. Sem surpresas, estes experimentos tendem a produzir resultados que favorecem os fabricantes. Quando nos ensaios são jogados fora os resultados que as companhias não querem, são perfeitamente autorizados a se manterem escondidos tanto dos médicos como dos pacientes, acabando de que conhecemos uma imagem distorcida de quaisquer efeitos verdadeiros dos medicamentos”.

 

Os Regulamentadores Verificam a Maioria dos Dados dos Ensaios – Mas Mesmo Assim Isso Não Representa Segurança No Mercado de Fármacos.

Aos regulamentadores é dado acesso, pelas companhias farmacêuticas, à maioria dos dados dos experimentos, desde o princípio no desenvolvimento dos medicamentos. Os dados experimentais são muitas vezes compartilhados somente a portas fechadas com os regulamentadores quando então tomam uma decisão sobre o futuro da droga. Conflito de interesses, intimidação e fraude têm exercido um papel no resultado do porquê várias drogas têm passado pela regulamentação, mesmo quando os dados mostram claras evidências de dano.

Um dos casos mais óbvios foi com a Avandia que ficou no mercado por anos mesmo depois de um estudo feito pelo professor e cardiologista Steve Nissen vir à tona em 2007. Mostrava um aumento de 43% no risco de problemas de coração, entre os pacientes que ingeriam esta droga. Este estudo foi baseado nos dados que os regulamentadores tiveram acesso por anos e sua fabricante, a transnacional GlaxoSmithKline (GSK), também tinha conduzido estudos usando estes dados em 2005 e 2006 – mas convenientemente não os publicou até 2008.

“Nissen utilizou os dados da rosiglitazona (Avandia) quando ficaram disponíveis. Detectando sinais preocupantes de danos, torna-os públicos aos médicos. Isso era uma coisa que os regulamentadores nunca fizeram, apesar de terem esta informação anos antes. Se a informação toda ela tivesse sido livremente disponível desde o início, os regulamentadores poderiam ter sentido um pouquinho mais ansiedade a respeito de suas decisões, mas teria sido decisivo tanto para os médicos como para os pacientes que poderiam ter rejeitado e feito escolhas mais conscientes. É por isso que precisamos ter acesso irrestrito aos relatórios completos das avaliações de todos os medicamentos”, escreveu Goldacre.

 

Pesquisas Financiadas pelas Indústrias Muito Mais Propensas a Terem Resultados Positivos.

De maneira geral, meta-análises pesquisando se os financiamentos das indústrias estão associados com resultados positivos, mostram que, quando financiadas pela indústria apresentam em torno de cinco vezes mais possibilidades de chegarem a resultados favoráveis do que não.  Um estudo detectou que, realmente, cada pesquisa que eles revisavam, o medicamento do patrocinador da pesquisa sempre era favorecido .*1

Isso significa que mesmo se investigarmos a literatura médica para determinarmos qual o consenso sobre qualquer tema médico dado, o que encontraremos é uma esmagadora preponderância de dados a favor da droga em tela, não havendo maneira, condição ou forma que reflita a realidade da investigação científica que detalhe esta droga específica.

O fato é que exitem várias formas de se tornar uma pesquisa negativa em positiva:

  • Experimentos tendenciosos ou ajustar a pesquisa para que tenha mais resultados favoráveis desde seu início tal como comparar a droga a algo conhecido que não funciona corretamente, como placebo ou outra substância em dose errada;
  • Escolher participantes da pesquisa que sejam mais propensos a se beneficiarem com o tratamento;
  • Interromper o experimento precocemente se os resultados forem bons (mesmo se eles vierem a tomar um rumo de serem piores em poucos meses ou anos);  e
  • Ocultar ou simplesmente não publicar resultados negativos; na verdade, pesquisadores de estudos financiados pelas indústrias frequentemente assinam ordens de mordaça que os proíbem de publicar, discutir ou analisar dados sem a permissão dos financiadores.

“Em razão dos pesquisadores serem livres para enterrarem quaisquer resultados que lhes agrade, os pacientes acabam ficando expostos  a danos em uma escala surpreendente em todo o processo terapêutico. Os médicos não têm ideia dos reais efeitos dos tratamentos que eles indicam. Esta droga realmente age melhor ou simplesmente me foi sonegada a metade dos dados? Ninguém pode dizer nada.  Valeu para esta cara droga todo o dinheiro investido ou os dados foram simplesmente maquiados? Ninguém pode dizer nada.  

Pacientes serão mortos por esta droga? Tem alguma evidência que ela é perigosa? Ninguém pode dizer nada. Esta é uma situação bizarra que emerge na medicina, uma disciplina na qual tudo está supostamente baseado sobre as evidências”, continua Goldacre.

 

As Companhias Farmacêuticas Não são Sempre Obrigadas a Divulgar Sérios Efeitos Colaterais.

As drogas são muitas vezes prescritas para os assim chamados “usos fora da bula”, empregos para os quais a droga não foi especificamente aprovada, mas que os médicos podem, no entanto, (legalmente) prescrevê-los. Para que a droga se torne “oficial” para certo uso fora da bula, seus donos devem conduzir estudos de segurança adicionais para serem submetidos à aprovação.

Mas se sérios efeitos colaterais surgirem durante estes estudos, a companhia não é obrigada, legalmente, a notificar a ninguém – mesmo se a droga esteja sendo utilizada extensivamente para tal propósito.

Por exemplo, a transnacional GSK conduziu experimentos deste seu antidepressivo, a droga paroxetina (Paxil), em crianças entre 1994 e 2002. Os estudos não somente não mostraram benefícios como também sugeriram que ele podia aumentar o risco de tendências ao suicídio. Mas a GSK não fez nenhuma menção de suas descobertas, embora centenas de milhares de crianças receberam este medicamento no formato ‘fora da bula' até 2003 (e mesmo assim eles mencionaram isso de passagem num encontro que estava tratando de outro tema, Goldacre relata).

E mais uma vez, vemos que a indústria farmacêutica não está preocupada em proteger e melhorar a saúde humana, como eles querem nos fazer crer, mas sim estão devotadas a proteger os seus lucros. Ela como um todo se tornou o protótipo para  a fraude, o engano e a manipulação da ciência voltada para o lucro. Quase 20% d e todos os maiores crimes empresariais dos anos 90 foram, de fato, praticados pelas companhias farmacêuticas! (nt.: link em inglês do Mercola com estes dados – http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2010/11/18/drug-companies-are-ranked-in-the-top-100-corporate-criminals-of-the-1990s.aspx).

 

A “Fonte” Científica Vem Sendo Envenenada …

Voltando ao meu ponto original… quando nosso médico nos prescreve um medicamento, mesmo se ele ou ela reviu os dados relevantes publicados, não há praticamente nenhuma maneira de saber se essa droga é realmente segura ou eficaz. A fonte da qual esses dados foram extraídos tem sido “envenenada”. Tem sido quase impossível decifrar o que é real e o que é fabricado. E Goldacre continua:

“A ausência de dados envenena a fonte para todo mundo. Se experimentos apropriados nunca são feitos, se os experimentos com resultados negativos são retidos, simplesmente não podemos conhecer os verdadeiros efeitos dos tratamentos que usamos. Evidências em medicina não são uma preocupação acadêmica abstrata. Quando nós somos alimentados com péssimos dados, acabamos tomando as decisões erradas, infringindo dores desnecessárias, sofrimentos e mortes sobre uma população que é exatamente igual a cada um de nós”.

Uma vez que está bem estabelecido de que a maioria das drogas prescritas não fazem absolutamente nada para resolver a causa das doenças, seria prudente exercer o princípio de precaução ao avaliar a reivindicação de QUALQUER droga, face de que será muito provável que haja sérias falhas, preconceitos ou mesmo algo pior  … E claro, eu sempre aconselho a termos todo controle sobre nossa saúde. Começo facilmente pela revisão de um amplo plano nutricional que sumariza os meus trinta anos de experiência clínica e tratamento de 25 mil pacientes. Tudo está abrangido então de forma que fique bem, evitando assim cair em armadilhas perigosas e enganosas, discutidas neste artigo.

 

Fontes e Referências.

 

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, outubro de 2012.

Gosta do nosso conteúdo?
Receba atualizações do site.
Também detestamos SPAM. Nunca compartilharemos ou venderemos seu email. É nosso acordo.