O plástico invadiu as residências por sua praticidade, mas não se sabe o que espreita tanto vindo da resina como dos plastificantes que lixiviam das embalagens para os alimentos.
Há evidências crescentes de que ele é um perigo para a saúde.
Deves considerar o que estás comendo hoje. Talvez tenhas bebido um suco em uma garrafa plástica e um cafezinho de uma máquina com suas cápsulas plásticas. Para o desejum, podes ter tido frutas com iogurte. No almoço a salada pode ter sido embalada em bandeja plástica e coberta com filme plástico, ou até mesmo ter sido guardada em vasilhames plásticos.
Há uma boa chance de que, grande parte do que ingeriste, tenha sido embalado, armazenado, aquecido, forrado ou servido em plástico. E, infelizmente, há evidências científicas crescentes de que estes plásticos estão prejudicando a nossa saúde, desde tempo em que estivemos no útero de nossa mãe.
A maioria de nossos recipientes para alimentos – de garrafas à lâmina interna das latas de alumínio, de envoltórios plásticos a caixas para saladas – é feita usando resinas plásticas como o policarbonato, sendo que alguns deles possuem produtos químicos bioativos, como Bisfenol A (BPA) e Ftalatos.
Esses produtos químicos sintetizados artificialmente podem lixiviar dos recipientes ou embalagens para os alimentos e bebidas que contêm – especialmente quando estão aquecidos. Uma pesquisa divulgada no início deste ano (earlier this year) descobriu que mais de 90% da água engarrafada das principais marcas do mundo estava contaminada com microplásticos, provocando uma revisão da questão dos plásticos na água potável pela Organização Mundial de Saúde/OMS (review of plastics in drinking water by the World Health Organization).
A principal causa de preocupação é que estes produtos químicos podem mexer com nossos hormônios. Especificamente, eles podem imitar hormônios como o estrogênio, interferir nas vias hormonais importantes da glândula tireoide e inibir os efeitos da testosterona.
Os hormônios são essenciais para a capacidade do corpo de se auto-regular; eles funcionam como pequenos mensageiros, flutuando na corrente sanguínea e acionando diferentes órgãos e sistemas para trabalharem juntos.
Agora imagina comer algo que tenha uma estrutura semelhante a teus hormônios e possa agir como tal em teu corpo. Pode interferir no delicado equilíbrio que o corpo precisa manter. E é isso que pode fazer, quando ingeridos os produtos químicos presentes no plástico, ao longo dos anos, mesmo em baixas doses.
Mas como estamos expostos a estes produtos químicos, simultaneamente de várias fontes, é difícil avaliar o impacto deles sobre a saúde. Mesmo assim, há provas contundentes de que suas capacidades de serem “disruptores endócrinos” com uma série de efeitos preocupantes à saúde. E vai desde um aumento do risco de obesidade e diabetes, a problemas como o desenvolvimento do sistema reprodutivo.
“Qualquer órgão ou sistema em desenvolvimento no feto ou na criança, ocorrendo uma exposição a estes químicos, pode ser alterado, de várias maneiras sutis porém significativas, mesmo que em baixas doses”, disse à Vox, Tom Neltner, diretor de política de produtos químicos do Environmental Defense Fund.
É por isso que um grande grupo de pediatras, da Academia Americana de Pediatria (American Academy of Pediatrics), pediu em julho às famílias que limitassem o uso de embalagens plásticas de alimentos, e exigiu uma supervisão e reformas “urgentemente necessárias” pelo modo como estas substâncias estão hoje regulamentadas nos EUA.
Mas neste exato momento, isso não está acontecendo. Então, como os pediatras sugeriram, nós, pessoalmente, podemos repensar nosso uso dos plásticos nos quais armazenamos nossos alimentos. Aqui, abaixo, podemos ver o que precisamos saber.
A complicada — e perturbadora — ciência dos plásticos e a saúde animal
O impacto das substâncias químicas presentes nos produtos plásticos que comumente usamos para armazenamento de alimentos, foi estudado em animais e humanos. E dependendo do tipo de polímero plástico (nt.: sempre lembrar que um produto destes é um polímero – poli=muitos e mero=parte – que só existe porque há a ‘junção’ de milhões de monômeros – mono=um e mero=parte), os efeitos sobre a saúde variam de inconclusivos a perturbadores.
Primeiro, vamos percorrer algumas das pesquisas com animais, já que é importante neste momento. (Pesquisadores que realizam experimentos com animais podem zerar e quais doses podem causar determinados efeitos à saúde, algo que eles não podem fazer em pesquisas com humanos – ver-se mais sobre isso depois.) E vamos começar com o polímero plástico mais temido: o BPA.
Em animais aquáticos, que são modelos importantes para doenças humanas (important models for human disease), o Bisfenol A/BPA perturba os hormônios de várias maneiras (variety of ways): como um mimetizador estrogênico, bloqueia outros hormônios sexuais e interrompe o sistema hormonal da tireoide. Pesquisadores notaram que o Bisfenol S/BPS, um composto estruturalmente muito semelhante ao BPA, tem efeitos semelhantes em animais aquáticos, mas o uso de BPS significa (nt.: observar o cinismo dos fabricantes ao ignorarem os efeitos nefastos de toda a família destas moléculas, principalmente para fetos e crianças pequenas, criando esta desinformação de que os produtos agora são inócuos por serem BPA-free!!) que os fabricantes podem alegar que seus produtos são livres de BPA.
Em 2012, pesquisadores de Harvard publicaram um estudo mostrando o efeito do BPA no desenvolvimento de oócitos (oócitos são os precursores de óvulos femininos)(BPA on oocyte development) em macacos rhesus. Tanto alimentando diretamente os macacos com BPA como dando-lhes um implante que liberaria quantidades específicas desta substância, os cientistas asseguraram que as exposições nos macacos à ela, seriam comparáveis às exposições em humanos. Eles encontraram perturbações em dois estágios críticos do desenvolvimento dos óvulos, o que poderia levar a uma menor qualidade deles e menor fertilidade.
.Uma meta-análise de 2008 (2008 meta-analysis), da literatura então disponível, avaliou especificamente o efeito dos ftalatos e de polivinil cloreto (ou PVC) na asma e nas alergias. Eles reuniram estudos com camundongos, estudos de caso e dados epidemiológicos. Embora os dados humanos tenham sido inconclusivos, a revisão constituiu que certos ftalatos podem causar uma resposta inflamatória em camundongos.
Uma revisão publicada em 2009 (a review published in 2009) analisou a literatura existente sobre como ingerir fragmentos plásticos afetam pessoas e animais. Relatou uma ampla gama de efeitos que foram observados ao longo dos anos: por exemplo, ratos machos adultos alimentados oralmente com ftalatos em óleo tiveram desenvolvimento disfuncional de espermatozoides. Camundongos e cobaias alimentados com ftalatos também tiveram danos testiculares.
Um dos maiores problemas em tirar conclusões de estudos com animais é que muitos deles envolvem doses muito altas – várias ordens de grandeza maior do que qualquer coisa a que os humanos são expostos, explicou o dr. Frederick Vom Saal (Dr. Frederick Vom Saal), endocrinologista e professor emérito da Universidade de Missouri e um dos autores da revisão de 2009. E isso porque muitas das pesquisas iniciais sobre consumo de fragmentos plásticos foram conduzidas por toxicologistas, em vez de endocrinologistas.
“Para as toxinas, quanto mais se está exposto, maior o efeito. [Mas] isso não é verdade para os hormônios”, disse ele. “Hormônios não são toxinas; são moléculas reguladoras que operam em um trilionésimo de um nível de uma grama.”
De fato, hormônios – e plásticos que mimetizam hormônios – fazem parte de complexos sistemas de feedback em nossos corpos e não têm um efeito linear diretamente relacionado à dose. Vom Saal e seus colegas publicaram um estudo em 2012 (study in 2012) que descobriu que o DEHP, um ftalato encontrado em embalagens de alimentos, teve efeitos reprodutivos adversos em doses até 25.000 vezes mais baixas do que se imaginava anteriormente. Eles também notaram malformações do trato reprodutivo nos filhotes machos de camundongos alimentados com DEHP em óleo.
Ao todo, a pesquisa com animais sugere que os plásticos podem ser prejudiciais, especialmente aos sistemas reprodutivos dos animais, podendo causar desenvolvimento anormal de espermatozoides, óvulos e dos fetos.
Os dados humanos não são muito tranquilizadores
Mas, novamente, nem todos os problemas de saúde que surgem nos animais aparecerão nos seres humanos – já que humanos e animais são diferentes. E estudos humanos definitivos sobre os efeitos na saúde resultantes da exposição ao plástico são difíceis de obter. Isso porque os estudos são em grande parte epidemiológicos – com estudos epidemiológicos, os pesquisadores só podem falar sobre associações entre exposições e certos resultados sobre a saúde. Em outras palavras, eles não podem encontrar relações objetivas de causa e efeito.
Outra questão (another issue): nem sempre é claro que compostos fazem parte no produto final de consumo de uma embalagem ou de um vasilhame, pois na fabricação dos polímeros plásticos também são gerados muitos subprodutos que não são especificamente avaliados quanto à sua segurança. O que significa que é difícil projetar pesquisas para que se possa compreender os efeitos de um único produto químico.
Mesmo assim, Carl-Gustaf Bornehag, pesquisador e professor da Escola de Medicina Icahn, em Mount Sinai, resumiu: “Produtos químicos relacionados a plásticos – BPA em policarbonatos e ftalatos em filme de PVC/polivinil cloreto – têm mostrado efeitos associados à saúde humana em numerosos estudos e demonstrados em estudos experimentais em células e animais, apoiando a descoberta em humanos.”
Revisões da literatura (reviews of the literature) sobre os efeitos de produtos químicos em plásticos (health effects of chemicals in plastics) na saúde humana demonstraram ligações entre exposições ao BPA, ftalatos e outros aditivos plásticos com a redução da fertilidade, redução da função sexual masculina e qualidade dos espermatozoides, a função imunológica diminuída, diabetes tipo 2, doença cardiovascular e obesidade. Nos fetos, a exposição ao BPA foi correlacionada com um risco aumentado de aborto espontâneo, baixo peso ao nascer e obesidade infantil.
Existem também efeitos cognitivos potenciais. “Particularmente fortes são as associações entre a exposição precoce ao BPA e comportamento alterado e neurodesenvolvimento interrompido em crianças, bem como o aumento da probabilidade de chiado na infância e asma”, escreveu o autor de uma das resenhas (author of one of the reviews wrote). De fato, as crianças correm um risco particular sobre efeitos para sua saúde por estas substâncias químicas, disse à AAP/American Academy of Pediatrics (AAP said): “Os hormônios agem em todas as partes do corpo e até mesmo pequenas perturbações nos momentos-chave do desenvolvimento podem ter consequências permanentes e duradouras”.
Uma revisão sistemática de 2015 (2015 systematic review) sobre o neurodesenvolvimento infantil e a exposição ao ftalato, concluiu que a exposição pré-natal a estes plastificantes estava associada a “resultados cognitivos e comportamentais em crianças, incluindo menor QI e problemas de atenção, hiperatividade e comunicação social mais pobre”.
Embora seja verdade que muitas empresas estão agora fabricando produtos livres de ftalatos ou de BPA, os cientistas também estão preocupados com as substâncias químicas substitutas. Mais uma vez, muitos deles são funcionalmente semelhantes aos químicos anteriores, como o caso do BPA substituído pelo BPS (are functionally similar to the chemicals of concern, like BPA and BPS).
“O peso das evidências sobre o ser humano [com o BPA] continua aumentando,” resumiu Sheela Sathyanarayana, professora associada de pediatria no departamento de saúde ambiental e ocupacional da Universidade de Washington e do Seattle Children’s Research Institute. “Para os ftalatos, não vejo nenhuma controvérsia relacionada à toxicidade reprodutiva masculina e o peso das evidências é extremamente forte. Eu agora digo consistentemente que os ftalatos ‘causam’ anormalidades reprodutivas masculinas porque as evidências sustentam isso ai.”
A regulamentação destes químicos em embalagens/vasilhames para alimentos é fraca
Exatamente agora, cabe aos consumidores gerenciar suas contaminações aos produtos químicos que fazem parte dos plásticos por causa de uma falta surpreendente de supervisão regulatória sobre a indústria de embalagens plásticas.
Em 1997, a FDA/Food and Drugs Administration estabeleceu o programa ‘Embalagens e Substâncias de Contato com Alimentos‘ – um sistema regulatório para determinar quais produtos de embalagem seriam seguros. Portanto, qualquer pessoa que fabrica uma “substância de contato com alimentos”, que inclui aditivos químicos, revestimentos, papel ou polímeros, deve primeiro ter seu produto aprovado pela FDA antes de colocá-lo no mercado.
A exceção a essa regra são substâncias consideradas “Geralmente reconhecidas como seguras (GRAS)” (Generally Recognized as Safe (GRAS) — uma categoria que foi criada para itens alimentares com uma longa história de uso, como cafeína ou açúcar, e nenhuma evidência de efeitos colaterais prejudiciais.
Mas a lista de polímeros aceitos pela GRAS (list of GRAS-accepted polymers) em embalagens é longa – alguns dizem que é muito longa. E tem sido criticada, mais recentemente pela American Academy of Pediatrics/AAP (AAP). Em agosto, os membros do Conselho de Saúde Ambiental da AAP observaram como é fácil entrar na categoria GRAS devido a uma supervisão muito precária e a um conflito de interesses significativo. É um dos “problemas críticos dentro do sistema de regulamentação dos alimentos,” disseram eles. E isso significa que esses produtos químicos, potencialmente prejudiciais, podem ser usados em embalagens de alimentos.
Isso é porque o FDA não testa as coisas que são colocadas nessa lista. Deixa a decisão até para as próprias fabricantes. A Consumer Reports (Consumer Reports) observou que essas empresas não precisam mostrar nenhuma evidência revisada por pares antes de colocar seus produtos na lista GRAS.
O Escritório de Responsabilidade do Governo dos EUA (US Government Accountability Office) informou que os regulamentos para produtos GRAS precisam ser mais rigorosos. Um artigo publicado no PLOS Biology (article published in PLOS Biology) no ano passado também criticou o GRAS como parte da maior questão da política regulatória federal “lenta” e que falhou quando “avaliou o que se conhecia cientificamente sobre o impacto das exposições – particularmente em baixos níveis e durante estágios de desenvolvimento suscetíveis”.
E no ano passado, um grupo formado pelo ‘Center for Food Safety’ (nt.: Centro de Segurança Alimentar), pelo ‘Breast Cancer Prevention Partners‘ (nt.: Parceiros de Prevenção ao Câncer de Mama), pelo ‘Center for Science in the Public Interest‘ (nt.: Centro de Ciência no Interesse Público), pelo ‘Environmental Defense Fund‘ (nt.: Fundo de Defesa Ambiental) e pelo ‘Environmental Working Group/EWG‘ (nt.: Grupo de Trabalho Ambiental), processou a FDA (sued the FDA) por causa do “sistema secreto GRAS”, chamando-o de “um esquema regulador no qual substâncias químicas potencialmente inseguras podem ser adicionadas a alimentos com base em conclusões dos fabricantes de produtos alimentícios e dos produtos químicos com óbvio interesse próprio”.
Além da lista GRAS, a AAP alertou para a falta de avaliação adequada dos controvertidos produtos (nt.: são conhecidos como plastificantes e que dão certos atributos de interesse de mercado, às resinas plásticas) agregados às embalagens plásticas como o BPA e os ftalatos. “Dos cerca de 4.000 aditivos alimentares listados no website Substances Added to Food (nt.: substâncias adicionadas aos alimentos) da FDA, os dados sobre os efeitos nos órgãos reprodutivos estão disponíveis para menos de 300 e apenas dois têm informações sobre os efeitos no desenvolvimento,” disse o grupo em um comunicado.
Uma razão para essa incerteza é que nossas habilidades de fabricação passaram zunindo por cima da lenta natureza da pesquisa baseada em evidências. De novo, é extremamente difícil, se não impossível, obter o tipo de evidência que garantiria a segurança completa destas substâncias, de modo que o ônus da prova recai sobre os reguladores (burden of proof is on regulators) em vez de ser dos fabricantes.
Outra razão mais insidiosa de que os reguladores poderiam estar desdenhado as preocupações dos cientistas, pode ser originária do lobbying praticado pela indústria química. De acordo com o Center for Responsive Politics, uma organização sem fins lucrativos que monitora os esforços do lobbying, a Dow Chemical (Dow Chemical), uma fabricante de plásticos, despendeu quase US $ 14 milhões em 2016 em lobbying no Congresso e em agências reguladoras federais. E o American Chemistry Council (American Chemistry Council) — uma grande organização guarda-chuva que faz lobbying em nome das fabricantes de plásticos, entre outros grupos – também despende entre US $ 5 milhões e US $ 13 milhões, anualmente, em lobbying, desde 2009.
Os reguladores também foram criticados por suas pesquisas sobre os riscos à saúde provocados pelo BPA. O estudo CLARITY-BPA (CLARITY-BPA) liderado pela FDA, que começou em 2012 e lançado na forma de um relatório preliminar (draft report) em fevereiro deste ano de 2018, deu ao BPA luz verde, com um comunicado (press announcement) dizendo que “é seguro para os usos atualmente autorizados em embalagens e vasilhames de alimentos.”
O estudo final está programado para sair neste mês de setembro e será considerado com resultados de outros estudos de BPA patrocinados pelo governo nas universidades. As primeiras conclusões positivas do relatório inicial foram alarmantes para os cientistas que vêm estudando este produto químico, há anos. Em abril passado, a Endocrine Society divulgou uma declaração (released a statement) dizendo que tinha “preocupações significativas com as conclusões do [relatório]” e criticou os métodos e o design do estudo CLARITY.
O que se pode fazer para limitar a exposição a estes produtos
Na ausência de regulamentações potentes, têm ações que se pode tomar para limitar a contaminação por estas substâncias nos alimentos (limit your exposure to chemicals in food):
- Comer frutas e vegetais frescos quando possível, assim se evita vasilhames plásticos com estes químicos que podem lixiviar para os alimentos.
- Não utilizar microondas tanto com alimentos como bebidas (incluindo alimentos infantis e leite humano estocado) em vasilhames plásticos já que aquecendo aumenta a liberação destes químicos para os alimentos. Em vez disso, usar vasilhames de vidro.
- Optar por vasilhames de vidro ou de aço inox para estocar alimentos.
- Evitar plásticos com o código de reciclagem números 3 (filme de PVC , significando que tem ftalatos), 6 (PS/estireno ou EPS) e 7 (PC/policarbonato – porque tem bisfenol).
Mas mesmo que se tenha feito todas estas coisas, é impossível evitar completamente estes químicos comuns. O BPA pode ser encontrado em recibos de cartões de crédito (sales receipts) e em utensílios plásticos (plastic utensils). Como uma recente reportagem da publicação GQ (recent story in GQ), sobre o declínio da contagem de espermatozoides em homens, apontando que os ftalatos são ainda mais ubíquos:
Eles estão nos revestimentos dos comprimidos dos medicamentos e suplementos nutricionais; são usados em agentes gelificantes, lubrificantes, aglutinantes, agentes emulsificantes e agentes de suspensão. Para não mencionar os utensílios médicos, detergentes e embalagens, tintas e modelagem de argila, produtos farmacêuticos e têxteis além de utensílios eróticos, esmalte de unhas, sabão líquido e spray para o cabelo.
E os plásticos que podemos não estar consumindo diretamente acabam em aterros sanitários, onde se fragmentam até se tornarem microplásticos. Eles têm a habilidade de adsorver poluentes nocivos – e todos podem entrar nos oceanos, na água potável e nos alimentos. Portanto, não é nenhuma surpresa que praticamente todos os norte americanos tenham quantidades mensuráveis de ftalatos e BPA (BPA in their bodies) em seus corpos. Ainda assim, qualquer esforço para reduzir esta contaminação sempre vale a pena.
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, setembro de 2018.