Resumo da história.
- O glifosato, ingrediente ativo do herbicida da Monsanto, Roundup, é possivelmente “o fato mais importante no desenvolvimento de múltiplas condições e doenças crônicas que se tornaram prevalentes nas sociedades ocidentais”;
- Os resíduos de glifosato foram detectados nos alimentos mais comumente consumidos na dieta ocidental por meio do uso de açúcar, milho, soja e trigo transgênicos;
- As pesquisas sugerem que o glifosato poderia “aumentar os efeitos danosos de outros resíduos químicos e tóxicos de origem alimentar presentes no ambiente, interrompendo funções normais do organismo [incluindo bactérias intestinais], induzindo a doenças”;
- O glifosato poderia estimular cânceres dependente de hormônios mesmo em quantidades extremamente baixas “ambientalmente relevantes”;
- Se comprarmos alimento processado, optemos por produtos de procedência com selo 100% orgânico do Ministério da Agricultura, já que os orgânicos não permitem OGMs ou transgênicos.
http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2014/04/15/glyphosate-health-effects.aspx
By Dr. Mercola
O aumento da exposição ao glifosato, o ingrediente ativo do herbicida Roundup da Monsanto, pode estar sendo, pelo menos parcialmente, responsável pela elevação dos níveis de numerosas doenças crônicas nas sociedades ocidentais, de acordo com pesquisa recente.
A descoberta, publicada no periódico Entropy,1 tem ramificações para virtualmente cada homem, mulher e criança dos países desenvolvidos, já que este agrotóxico é usado tanto em cultivos convencionais como e especialmente, nas culturas transgênicas (numa quantia de mais do que quinhentas mil toneladas aspergidas somente nos EUA).
Se comermos alimentos processados, a maioria dos quais são feitos com milho transgênico e ingredientes com soja, estaremos consumindo resíduos de glifosato, provavelmente em cada e toda mordida. Sabendo disso, e do fato de que análises feitas com a população, mostram que em 18 países em toda a Europa já tem glifosato em seus organismos,2 as notícias que seguem, vão deixar-nos muito, mais muito, preocupados… se não ficar convencido de fazer alguma coisa contra esta substância química que coloca em perigo nossa saúde.
O Glifosato Pode Ser O Fator Chave no Desenvolvimento de Doenças Crônicas.
Enquanto a Monsanto insiste de que o herbicida Roundup é seguro, um relatório revisto aos pares feito por autoria de Anthony Samsel, um consultor científico aposentado, e por longo tempo colaborador do nosso website Mercola.com em seus fóruns, e a Dra. Stephanie Seneff, cientista pesquisadora do Massachusetts Institute of Technology (MIT), revela como o glifosato destrói a saúde humana.
Eles argumentam que os resíduos de glifosato, detectados nos alimentos mais comumente consumidos na dieta ocidental por via do açúcar, do milho, da soja e do trigo transgênicos, “aumentam os efeitos danosos de outros resíduos químicos e tóxicos de origem alimentar no ambiente, interrompendo funções normais do organismo, induzindo doenças”. Interessantemente, nossas bactérias intestinais são componentes chave do mecanismo de dano primário do glifosato.
A Monsanto tem afirmado firmemente de que o Roundup é inofensivo para animais e humanos em razão de seu mecanismo de ação que ele emprega (que lhe permite matar as ervas), chamado de via metabólica do chiquimato, ser ausente em todos os animais. No entanto, esta via metabólica do chiquimato, ESTÁ PRESENTE nas bactérias e esta é a chave para entender como ela causa amplos danos sistêmicos tanto em humanos como em animais.
As bactérias em nosso organismo excede em números às nossas, na relação de 10 para uma. Para cada uma célula de nosso corpo, temos 10 de microrganismos de vários tipos e todas elas têm o mesmo processo metabólico chiquimato. Assim TODAS irão responder à presença do glifosato!
Este herbicida causa extrema desfunção tanto ao ciclo de vida como às funções dos microrganismos. E o que é pior, o glifosato preferencialmente afeta as bactérias benéficas, permitindo que as patógenas se proliferem e tomem conta, incluindo a altamente tóxica Clostridium botulinum (nt.: produz o botulismo e a toxina produzida em sua esporulação é a usada na técnica do ‘botox’ porque bloqueia a comunicação entre os nervos).
Foi estimado de que somente 1 quilo (2.2 lbs) poderia ser suficiente para matar toda a população humana.3 Neste ponto, nosso corpo também deve competir com as toxinas produzidas pelos patógenos. Uma vez que a inflamação crônica se instala nele, está alinhado em direção a uma doença crônica e potencialmente debilitante.
Numa entrevista dada acima pela pesquisadora Dra.Stephanie Seneff, ao revisou uma variedade de doenças crônicas, explica como o glifosato contribui para cada uma das condições. Para sabermos mais, estimulo que cada um de nós ouçamos esta entrevista em sua totalidade (nt.: infelizmente não dispomos de seu texto completo em inglês para podermos também traduzi-la). Mas de acordo com esta cientista, o glifosato é provavelmente “o fator mais importante no desenvolvimento da multiplicidade de condições e doenças crônicas que têm se tornado prevalentes nas sociedades ocidentais”, incluindo, mas não sendo limitada, à situação que segue:
1. Autismo;
2. Doenças gastrointestinais tais como doenças inflamatórias intestinais, diarreia crônica e doença de Chron;
3. Obesidade;
4. Alergias;
5. Doenças cardiovasculares;
6. Depressão;
7. Câncer;
8. Infertilidade;
9. Doença de Alzheimer;
10. Doença de Parkinson;
11. Esclerose múltipla;
12. ALS (amyothophic lateral sclerosis) = esclerose lateral amiotrófica e outras.
O Glifosato Pode Causar Câncer em Doses Extremamente Baixas.
Para obter um pouco mais em profundidade em apenas uma das doenças destacada pela Dra. Seneff, consideremos os relatos mostrando que o glifosato pode estimular cânceres dependente de hormônios mesmo em baixas quantidades “ambientalmente relevantes”.
Num estudo publicado no ano passado, os pesquisadores concluíram que o glifosato é um xenoestrogênio (nt.: ou disruptor endócrino, foco central deste nosso site) que é funcionalmente similar ao estradiol, o mais potente estrogênio humano e concentrações e em variações de partes-por-trilhão (nt.: ppt) tinham efeitos carcinogênicos.4
Adicionado insulto à injúria—à luz do fato de que mais do que 90% da soja (soybeans) cultivada nos EUA, é geneticamente modificada—também foi detectado de que o fitormônio genisteína, naturalmente encontrado em soja, intensificou os efeitos estrogênicos quando combinado com o glifosato. De acordo com os autores:
“Este estudo implicou de que o efeito adicional do glifosato e da genisteína em mulheres na fase post-menopausa pode induzir o crescimento de células cancerígenas. Neste estudo atual, in vitro, demonstramos a estrogenicidade do glifosato puro…
Além disso, este estudo demonstrou os efeitos adicionais estrogênicos do glifosato e da genisteína que insinuam de que o uso de produtos de soja contaminados com glifosato como suplemento alimentar pode colocar riscos de câncer de mama, face seu potencial adicional de estrogenicidade“.
Estudo Surpreendente Retratou Alimentação com Transgênicos — em Amostras de Pequeno Tamanho!
Esta não foi a primeira vez que este agrotóxico esteve sendo conectado ao câncer. Em 2012, foi publicado o primeiro estudo que, realmente, avaliou os riscos sobre a saúde, por um período de vida, da ingestão de alimentos geneticamente modificados. Ele detectou que ratos alimentados, por dois anos, com um tipo de milho transgênico que é prevalente no suprimento de alimentos nos EUA, desenvolveu massivos tumores mamários, de rins e danos ao fígado e outros problemas sérios de saúde.5
De acordo com os autores:
“Os efeitos de saúde do milho geneticamente modificado tolerante ao Roundup (de 11% na dieta), cultivado com e sem Roundup e Roundup isolado (de 0.1 ppb na água), foram estudados por 2 anos em ratos. [Nota dos Editores: este nível de Roundup é permitido em água potável e nos cultivos transgênicos nos EUA]
Nas fêmeas, todos os grupos tratados morrem em números de 2 a 3 vezes maior do que o controle e mais rapidamente. Esta diferença foi visível em 3 grupos de machos alimentados com transgênicos. Todos os resultados foram dependentes tanto de hormônios como de gênero e os perfis patológicos foram comparáveis. As fêmeas desenvolveram grandes tumores mamários quase sempre mais frequentemente e antes do que os controles, a glândula pituitária era o segundo órgão mais desabitado; o equilíbrio do hormônio sexual foi modificado pelos tratamentos de transgênicos e Roundup.
Em machos tratados, as congestões do fígado e a necrose foram de 2,5 a 5,5 vezes maiores… Nefropatias marcadas e severas dos rins foram também geralmente de 1,3 a 2,3 superiores. Machos apresentaram 4 vezes mais tumores palpáveis maiores do que os controles que ocorreram 600 dias antes.
Dados bioquímicos confirmaram deficiências crônicas nos rins muito significativas; para todos os tratamentos e ambos sexos, 76% dos parâmetros alterados foram relacionados aos rins. Estes resultados podem ser explicados pelos efeitos de disfunção endócrina não linear do Roundup, mas também pela superexposição do transgene no OGM e suas consequências metabólicas”.
Realmente eles não estavam exagerando quando diziam que estavam causando tumores massivos… alguns deles pesavam em torno de 25% do peso corpóreo total do rato. De fato, os pesquisadores tiveram que praticar a eutanásia em alguns deles devido às profundas dores e ao sofrimento que foram observados que estes animais cancerosos estavam experimentando. Pode-se observar as fotos por si mesmo neste link (see the pictures for yourself here – http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2012/09/22/superbugs-destruct-food-supply.aspx).
A pesquisa foi considerada por isso como “turbinada” e o trabalho foi considerado como devendo ser feita sobre rigoroso sigilo. De acordo com o artigo no periódico francês Le Nouvel Observateur,6 os pesquisadores usaram emails criptografado, conversas telefônicas foram banidas e eles mesmos lançaram estudo chamariz para prevenir sabotagem. As descobertas foram o prego no caixão para a indústria dos agrotóxicos/transgênicos, mas dai então o periódico francês começou a receber Cartas ao Editor alegando fraude e solicitavam que os editores retratassem a publicação.
Depois do periódico descrever como uma “análise meticulosa e delongada” deste estudo, dizer não ter encontrado “nenhuma evidência de fraude ou deturpação intencional dos dados”.7 Tudo o que poderia ser detectado como “errado” com a pesquisa foi ter utilizado pequeno número de animais para o estudo, muito embora este é o mesmo número de animais pesquisados que a Monsanto emprega em seus estudos… quando eles, bastante escandalosamente, retrataram este importante estudo. E até mesmo a declaração desta retratação admite que os resultados apresentados “não são incorretas”, mas talvez ainda possam ser “inconclusivos”! Se cada trabalho que pudesse ser considerado inconclusivo fosse retratado, dificilmente restaria uma publicação!
Como reportado pelo Institute of Science in Society (ISIS): “…os resultados inquietantes do estudo de Séralini… estão, quase que certo, por trás desta notória retração pelo editor do jornal um ano depois de ele já ter sido publicado”. A revelação mais dramática desta debaque foi de que o antigo empregado da Monsanto, Richard E. Goodman, já em 2013, foi indicado como um “editor associado para biotecnologia” para este periódico que retratou este estudo.8 A questão óbvia é: estaria a Monsanto por trás desta retração?
Cuidado: Consumir Alimentos Transgênicos com Glifosato por Sua Conta e Risco.
Talvez muitos estejam se perguntando por que, sendo os alimentos transgênicos potencialmente tão tóxicos, não estão os norte americanos morrendo como moscas. Bem, esta é uma questão discutível, mas os níveis das doenças crônicas expandiram-se exponencialmente e muitos norte americanos estão morrendo antes do tempo. Além disso, os ratos de laboratório vivem poucos anos sendo por que se torna possível ver os tumores se desenvolverem rapidamente em resposta às mudanças na dieta. Os humanos vivem ao redor de 80 anos, assim somente iremos observar estes efeitos dos animais muito tempo depois do que neles. O imenso laboratório experimental humano de ingestão de alimentos transgênicos está ai só há dez anos, assim nós talvez teremos décadas pela frente para começarmos a contar as perdas humanas.
Como foi discutido acima, a contaminação por glifosato é, na verdade, uma rota pela qual os alimentos transgênicos são venenosos. Existem numerosos efeitos biológicos devastadores. Tanto é assim que ela pode ser muito bem um ‘dos‘ mais importantes fatores no desenvolvimento da variada gama tanto de condições bem como das doenças modernas. Resumindo, estes efeitos prejudiciais, incluem:
Deficiências nutricionais (Nutritional deficiencies): como o glifosato imobiliza certos nutrientes e altera a composição nutricional da cultura tratada; Desfunção da biossíntese dos amino ácidos aromáticos (estes são amino ácidos essenciais que não são produzidos pelo organismo humano que precisam ser suplementados pela dieta); Exposição tóxica aumentada (isso inclui altos níveis de glifosato e formaldeído no próprio alimento); Enfraquecimento do transporte de sulfato e do metabolismo do enxofre; deficiência de sulfato; Toxicidade sistêmica—efeito colateral de extrema perturbação da função microbiana através de todo nosso corpo; micróbios benéficos em particular, permitindo super crescimento do patógenos; Disbiose intestinal (desequilíbrios na flora intestinal, inflamação, intestino permeável e alergias alimentares como a intolerância ao glúten); Intensificação dos efeitos danosos de outros resíduos químicos de outros alimentos, bem como dos tóxicos ambientais como resultado da capacidade do glifosato de desligar a função das enzimas desintoxicantes; Criação de amônia (um subproduto criado quando certos micróbios metabolizam o glifosato), que podem levar a inflamação cerebral associada com o autismo e a doença de Alzheimer.
Vote com Sua Carteira de Dinheiro, Todos os Dias.
As companhias de alimentos que estão à esquerda do quadro abaixo gastaram milhões de dólares nos dois estados que queriam alterar os rótulos quanto à informação dos transgênicos em campanhas publicitárias—na Califórnia e em Washington—para impedir que nós acessássemos ao conhecimento do que consta em nosso alimento. Podemos mudar este placar alterando o consumo para as marcas da direita, todas estavam por trás da campanha pelo direito de saber o que se come. Votar com nosso dinheiro na compra de cada alimento, importa muito. Faz uma enorme diferença.
Como sempre encorajo que cada um se torne um aprendiz sobre os alimento modificados geneticamente e que compartilhe tudo o que aprender com a família e amigos. Lembrar que a menos que o alimento tenha um certificação orgânica, temos que assumir que estaremos provavelmente nos alimentando com transgênicos quando consumimos algo que contenha açúcar de beterraba açucareira, soja ou milho bem como seus derivados.
Se estivermos comprando alimentos processados, optarmos por produtos cultivados no país onde estivermos morando e que sejam 100% orgânicos, já que neste sistema não são permitidos os OGMs. Podemos imprimir e usar o guia em inglês: Non-GMO Shopping Guide, criado pelo Institute for Responsible Technology dos EUA. Compartilhe seu conteúdo com seus amigos e familiares e leve para seus acessos sociais. Alternativamente, busque aplicativos que tenham esta função. Para aprofundar estes conhecimentos, recomento fortemente que leiam os dois livros de Jeffrey Smith, o diretor executivo do Institute for Responsible Technology:
- Seeds of Deception: Exposing Industry and Government Lies about the Safety of the Genetically Engineered Foods You’re Eating
- Genetic Roulette: The Documented Health Risks of Genetically Engineered Foods.
Fontes e Referências
- Entropy 2013, 15(4), 1416-1463
- Organic Consumers Association March 26, 2014
- Institute of Science in Society March 14, 2011
- 1 Entropy 2013, 15(4), 1416-1463
- 2 Globalresearch.org June 13, 2013
- 3 GreenMedInfo.com, Dec 15, 2012
- 4 Food Chem Toxicol. 2013 Sep;59:129-36.
- 5 Food and Chemical Toxicology September 19, 2012 [Epub ahead of print]
- 6 Le Nouvel Observateur September 19, 2012
- 7 Elsevier November 28, 2013
- 8 GreenMedInfo.com, Nov 29th, 2013
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, agosto de 2014.