Novo Código Florestal e falta de água: tudo a ver.

“Veta, Dilma!”. Era o que diziam ambientalistas, músicos, cientistas, estudantes e donas de casa em todos os cantos do país, enquanto o projeto do novo brasileiro seguia adiante no Congresso. O grito das ruas foi ignorado – ou como disse o governo “parcialmente atendido”, e em 2012 veio a promulgação.

 

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Greenpeace realiza apresentação gratuita do filme “A Lei da Água” com debate após sessão. O intuito é relacionar o desmatamento à crise hídrica

“Veta, Dilma!”. Era o que diziam ambientalistas, músicos, cientistas, estudantes e donas de casa em todos os cantos do país, enquanto o projeto do novo Código Florestal brasileiro seguia adiante no Congresso. O grito das ruas foi ignorado – ou como disse o governo “parcialmente atendido”, e em 2012 veio a promulgação.

Apenas um ano após sua aprovação, o Sistema de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal, o Prodes, registraria um aumento de quase 30% no desmatamento (após quatro anos de queda). Era de se esperar. Ignorando todos os estudos científicos que apontavam o erro, desmatadores foram anistiados, Áreas de Proteção Permanente reduzidas, áreas que antes deveriam ser recompostas com floresta nativa foram disponibilizadas para outros usos (como agricultura e pecuária), abrindo possibilidade para mais desmatamento.

No filme “A Lei da Água – O Novo Código Florestal”, o diretor cinematográfico André D’Elia conta como as florestas brasileiras foram prejudicadas por interesses econômicos e os efeitos desta péssima escolha política. Na próxima quarta-feira (20), o Greenpeace realizará um Cine Debate, com exibição gratuita do documentário, seguida de um bate-papo com o tema: “Sem floresta, não tem água”, com as presenças de Paulo Adário, estrategista da campanha de florestas do Greenpeace, de André D’Elia, diretor do filme, e Carlos Rittl, do Observatório do Clima.

No encontro, serão debatidos os  fatores que levam ao desmatamento, a influência no novo Código nesse processo e as consequências desta combinação. Para participar, basta retirar o convite uma hora antes da exibição, que começará as 20h, na CineSala, localizada à rua Fradique Coutinho, 361, em Pinheiros –próximo da estação Fradique Coutinho do Metrô.

Evento tem entrada gratuita, sujeita a lotação

A lei que o Brasil rejeitou

Com opinião de diversos especialistas e de políticos que apoiaram o Código, e continuam apoiando outras causas que ferem gravemente diversos direitos socioambientais, o filme mostra a relação delicada entre a preservação das florestas, a produção de alimentos e a saúde dos nossos recursos hídricos.

“Enquanto conversava com os cientistas para a produção do filme vi que todos os assuntos tinham alguma conexão com a água. Tanto a questão das reservas legais, como da produção agrícola, tinha tudo a ver com água. É um filme sobre o Código Florestal, mas no final, é também sobre a água, pois esta é uma lei que deveria proteger a água”, conta o diretor do filme, André D’Elia.

O  novo Código Florestal era rejeitado por 80% da população brasileira, segundo o documentário, além de ter sido rechaçado pela comunidade científica. Mesmo assim, o projeto foi aprovado no Congresso e sancionado pela presidente Dilma Rousseff em seu primeiro mandato. Apesar de vetar alguns paragráfos, a presidente manteve pontos críticos que afetam a saúde hídrica, climática e econômica do País.

Entre os pontos mantidos pela presidente estão a anistia a desmatadores ilegais, a redução da obrigatoriedade de recomposição de áreas desmatadas, inclusive com a possibilidade de utilizar até 50% de espécies exóticas, como o eucalipto, a redução dramática das Áreas de Preservação Permanente (APP) e a retirada dos manguezais desta categoria de reservas. Todas estas questões estão retratadas no documentário.

“A anistia a desmatadores é um dos pontos mais graves do novo Código, pois trouxe um precedente perigoso para o Brasil, com uma sinalização clara de que o crime de desmatar compensa”, diz  Cristiane Mazzetti, da campanha Amazônia do Greenpeace.

“O que me deixou mais chocado foi ver que parlamentares colocam interesses de corporações, e deles próprios, na frente do interesse da sociedade”, afirma D’Elia. “No caso do Código, o estrago já foi feito. Mas acredito que hoje existe uma pressão maior da população, mais informação, e espero que isso faça a diferença na hora de discutir outros projetos danosos, como a PEC 215”, completa.

A crise hídrica anuncia o futuro

Infelizmente o novo Código Florestal ainda permite o desmatamento. Por isso é importante que iniciativas que levem ao fim do problema sejam fortalecidas, como é o caso do projeto de lei pelo Desmatamento Zero, que proíbe o desmatamento de florestas nativas e já conta com o apoio de mais de 1,1 milhão de brasileiros.

Não podemos permitir que interesses econômicos e políticos continuem pautando o futuro do meio ambiente e das populações que vivem na floresta. Retrocessos como o do Código Florestal não podem se repetir, por isso a sociedade precisa gritar ainda mais alto agora pela proteção das florestas. Pois sem floresta não tem água, não tem vida. Que brasileiros seríamos sem nossas florestas?

Apoie a lei pelo Desmatamento ZERO. Faça parte deste movimento e ajude a salvar as florestas.

Veja o trailer do filme: 

Serviço:

A Lei da Água

Debate “Sem floresta, não tem água”

Local: CineSala – rua Fradique Coutinho, 361. Pinheiros.

Horário: 20h

Lugares: 200

Entrada Gratuita

*Os ingressos deverão ser retirados uma hora antes do início do filme, na bilheteria do local. Disponibilidade de ingressos sujeita a lotação.