Nanotecnologia: o uso de partículas miniaturizadas no cotidiano.

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Nota do site: Três textos que falam da nanotecnologia sobre a qual recomendamos a leitura deste texto (http://www.centroecologico.org.br/novastecnologias/novastecnologias_1.pdf).

Cientistas norte-americanos embarcam em um submarino miniaturizado e injetado no corpo de Jan Benes, um colega de trabalho em coma. A equipe médica tem apenas uma hora para chegar ao cérebro e drenar o coágulo. Após isso, o submarino minúsculo vai começar a voltar ao tamanho normal, podendo ser detectado pelo sistema imunológico de Benes e possivelmente destruído. A delicada operação pode salvar a vida do cientista, que descobriu uma tecnologia de última geração antes do seu problema de saúde.

 

http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2013/07/23/96435-nanotecnologia-o-uso-de-particulas-miniaturizadas-no-cotidiano.html

 

O roteiro descreve um filme de ficção cientifica de 1966, Viagem Fantástica, que já anunciava princípios atuais da nanotecnologia. Ainda não é possível miniaturizar uma pessoa, como aconteceu no filme, mas a tecnologia de percorrer o corpo humano por meio de uma cápsula é possível quase 50 anos após estreia do filme. Atualmente, uma microcâmera filmadora com luz e bateria de dez horas de duração pode percorrer todo o sistema digestivo – esôfago, estômago e intestino – e identificar problemas não reconhecidos por meio dos exames convencionais, como a endoscopia.

A nanotecnologia refere-se ao bilionésimo do metro e costuma ser comparada com o tamanho de um átomo ou de uma bola de gude diante do planeta Terra. Com seu conhecimento em várias áreas da ciência, é possível produzir medicamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais, materiais mais resistentes, computadores com maior capacidade de armazenamento.

“A gente pode dizer que está rodeado de nanotecnologia sem se dar conta disso. De fato, o revolucionário não surge na redução de tamanho (dos equipamentos) ou no aumento da velocidade. Mas a miniaturização possibilita aplicações que a gente nem imagina”, explica o professor de física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Peter Schulz.

Segundo o coordenador de micro e nanotecnologias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Flávio Plentz, a nanotecnologia envolve todos os setores econômicos e é capaz de manipular, sintetizar ou modificar a matéria. No entanto, destaca que, para carregar o nome nano, o conhecimento precisa gerar uma inovação.

“Tudo que se faz em termos de modificação, manipulação ou síntese de materiais nessa escala, a gente considera nanotecnologia. Para ser nanotecnologia aquilo que foi feito ou produzido nessa escala de tamanho tem que gerar, necessariamente, uma nova propriedade ou função para aquele material”, diz o coordenador do ministério.

O físico Peter Schulz ressalta a necessidade de inovação e critica o uso da nanotecnologia apenas para atrair a atenção. “Nos últimos anos houve um movimento de patentear produtos com o nome nano. Quando iam investigar (esses produtos), não tinham nada de nanotecnologia. Estavam só surfando na onda do nome. É uma situação ainda de ajustes e vai ser assim por um bom tempo”, destacou o físico.

A indústria cinematográfica também aproveitou o conceito de nanotecnologia em 2013. O filme Homem de Ferro 3, com ator Robert Downey Jr. trouxe às telas de cinema a história do cientista e industrial que desenvolve uma armadura de ferro com capacidade de voar.

No filme, é aplicada uma substância no herói que desenvolve habilidades super-humanas. O produto copia o sistema operacional do organismo, com o uso da nanotecnologia, para curar ferimentos e até regenerar partes do corpo. A ficção ainda está distante da realidade, mas suscita o debate dos efeitos colaterais. Como o corpo humano reage a tais inovações? A área ainda não é regulamentada.

Durante a semana, a Agência publicará uma série de reportagens sobre a nanotecnologia e sua aplicação no dia a dia do cidadão, em diversas áreas. Sem saber, as pessoas convivem praticamente durante todo o tempo com inovações que utilizam essa tecnologia. Entre elas, cosméticos, medicamentos em forma de adesivos aplicados diretamente na corrente sanguínea, pasta de dente e pneus.

(Fonte: Agência Brasil)

 

Plásticos biodegradáveis têm contribuição da nanotecnologia.

http://www.ecodebate.com.br/2013/07/25/plasticos-biodegradaveis-tem-contribuicao-da-nanotecnologia/

Plásticos biodegradáveis para uso em sacolinhas, copos descartáveis, embalagens e materiais para a agropecuária. Essas são algumas das funcionalidades da nanotecnologia já identificadas por pesquisadores brasileiros. A tecnologia dispensa o uso do na produção do plástico e o material degrada-se mais depressa. Enquanto o produto tradicional demora até 400 anos para ser absorvido no meio ambiente, o plástico biodegradável leva 18 semanas, em média.

Práticas ambientalmente corretas têm contribuição da nanotecnologia

Estudo liderado pela Embrapa Instrumentação aponta que o bioplástico pode ser misturado ao solo, a restos de alimentos e folhas, tornando-se adubo, princípio utilizado na compostagem. A utilização da nanociência permite que o material seja degradado por bactérias e fungos na água, gás carbônico e materiais biológicos.

O pesquisador da Embrapa, José Manoel Morconcini, explica que o plástico biodegradável pode ser produzido a partir do amido de alimentos como milho, mandioca, trigo e arroz, ou mesmo de materiais convencionais. O que vai definir o produto como biodegradável é a sua capacidade de se decompor no contato com a natureza.

Práticas ambientalmente corretas têm contribuição da nanotecnologia

“Os pré-requisitos fundamentais para um plástico biodegradar-se é ter a presença de micro-organismos vivos no ambiente em que ele será descartado, além da temperatura e da umidade adequadas. Nesse processo, fungos e bactérias vão se alimentar do plástico que for biodegradável”, diz Morconcini.

Segundo o pesquisador, o alto valor do plástico biodegradável em relação ao material tradicional é um dos fatores que dificultam a produção. “Ainda é muito caro o plástico biodegradável, comparando com plásticos comerciais que a gente conhece no cotidiano. É um gargalo a gente não ter grandes produções de peças com material biodegradável”, assinala.

Outro fator que distancia o bioplástico do consumidor é a ausência de um órgão que certifique a origem do material. “[É necessário criar] uma rede de institutos que certifique que o plástico é realmente biodegradável e compostável, para que o consumidor tenha segurança no uso desses novos materiais”.

O estudo de plásticos biodegradáveis é feito no Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o , criado com investimentos de mais de R$ 10 milhões e mantido com recursos da Agência Brasileira de Inovação – antiga Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) -, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). As linhas de pesquisa englobam desde nanobiossensores e sensores eletroquímicos para monitorar processos e produtos agropecuários, até nanofilmes comestíveis, produção de fertilizantes, pesticidas e remédios para animais.

Desde 2006, a Embrapa coordena a Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio, que tem sede na unidade de São Carlos e conta com a participação de 150 pesquisadores, sendo 70 do quadro da Embrapa e 80 de instituições parceiras.

Edição: Marcos Chagas

Reportagem de Heloisa Cristaldo, da Agência Brasil.

 

Tratada como revolução tecnológica, nanociência requer regulamentação.

http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2013/07/27/96589-tratada-como-revolucao-tecnologica-nanociencia-requer-regulamentacao.html

 Apontada como solução para muitos dos problemas da humanidade, a nanotecnologia ou nanociência enfrenta, ainda, dilemas como a regulação da área e o escasso conhecimento a respeito dos efeitos colaterais de novos materiais produzidos.

O diretor do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), Fernando Rizzo, aponta que elementos em nanoescala se comportam de maneira diferente do que fariam em sua forma principal. “Há uma preocupação que algumas dessas nanopartículas possam ser tóxicas”, alerta o diretor.

O tamanho nanométrico das partículas também causa temor em médicos. As nanopartículas podem atravessar a membrana que protege o cérebro de componentes nocivos lançados na corrente sanguínea.

“Uma questão básica da regulamentação é saber quais são os efeitos de nanopartículas em seres humanos. Para isso, tem que fazer pesquisa e saber como elas funcionam”, diz o coordenador-geral de Micro e Nanotecnologias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Flávio Plentz.

A regulação da área está entre as prioridades das discussões do Conselho Interministerial de Nanotecnologia, composto por nove ministérios além da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (). O MCTI financia seis redes de pesquisa em nanotoxicologia para estudar e orientar a legislação sobre o tema.

“A regulação é a segurança que um produto que envolve nanotecnologia vai ser seguro para o uso como qualquer outro produto. Depois, tem os aspectos de dar segurança jurídica, para que empresas desenvolvam produtos em nanotecnologia e saibam o que precisam ter para estar no mercado”, disse Plentz.

A falta de regulação da nanotecnologia é um problema comercial e em escala mundial. Muitos países não têm regras para produtos desenvolvidos pela área. “O mundo inteiro tem esse problema de regulação. Uma questão importante em nanotoxicologia é que não existe sequer os protocolos mais adequados para testar as nanopartículas, como pesquisar estruturas, que tipo de técnica ou instrumento se usa para medir as propriedades”, destaca o professor de física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Peter Schulz.

O acadêmico cita como exemplo o uso de nanopartículas de prata que atuavam como germicidas em aparelhos como ar-condicionado, geladeiras e máquinas de lavar roupas.

“Embora as nanopartículas de prata tivessem uma ação higienizadora fantástica, elas também eram eliminadas pelo esgoto e matavam micro-organismos, no meio ambiente, benéficos para o ciclo da vida. Houve uma reação da sociedade civil contra isso e levantou o debate sobre a regulamentação”, explica Peter Schulz.

Ele é autor do livro A Encruzilhada da Nanotecnologia, que chama a atenção para os aspectos revolucionários da área e também às preocupações referentes aos impactos dessas inovações. Além das questões de saúde, tecnologias avançadas podem criar armas mais poderosas, tanto as letais quanto as que não causam morte.

“Quando a tecnologia é inserida em um contexto social também pode trazer preocupações, que não devem impedir a pesquisa, as tentativas de inovações. Mas, de fato, exigem um diálogo melhor e mais intenso com a sociedade”, conclui o professor.

(Fonte: Agência Brasil)

 

 

 

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