MPF do PA propõe acordo sobre Soja.

Com o fim anunciado da Moratória da , o MPF do Pará tenta medida para evitar o crescimento desenfreado da cultura no Estado. Enquanto isso, soluções concretas ainda estão longe da realidadeCompradores de soja que atuam no Pará assinaram, na noite de sexta-feira (15), o “Acordo Verde dos Grãos”, onde assumem junto ao Ministério Público Federal (MPF) do Estado o compromisso de não adquirir soja cultivada em áreas que sofreram desmatamento ilegal.

MPF do PA propõe acordo sobre Soja

por Redação do Greenpeace

soja MPF do PA propõe acordo sobre Soja

Mas apesar de extremamente louvável, a iniciativa traz uma alternativa mais flexível à Moratória da Soja, em funcionamento desde 2006, ao permitir a compra de fazendas com desmatamentos realizados até 2008, além de condicionar a aquisição regular ao uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) estadual do Pará, que apresenta problemas como sobreposições entre propriedades e até mesmo a existência de CAR dentro de Unidades de Conservação e Terras Indígenas.

De acordo com o procurador Daniel Avelino, do MPF/PA, o texto foi baseado no documento assinado entre a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e o MPF no final do mês passado, o Acordo de Cooperação Técnica pela Pecuária Sustentável.

“Este é mais um importante passo para a indústria, apesar da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) e seus associados já estarem comprometidos com a não comercialização de grãos vindos de área desmatadas desde de 2006, devido a Moratória da soja”, observa Rômulo Batista, da Campanha do Greenpeace.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico o procurador Avelino afirma que o acordo chega para sanar “furos” contidos na moratória da Soja, assinada por tradings, produtores e organizações civis, com a defesa do Desmatamento Zero na Amazônia brasileira. “A gente via produtor signatário da Moratória ‘esquentando’ soja de origem ilegal…Alguns sojicultores de áreas embargadas vendiam para quem estava apto a comercializar”, disse o procurador a reportagem do Valor.

“Infelizmente qualquer mecanismo está sujeito a ser burlado, ainda mais quando estamos falando de uma atividade tão lucrativa quanto a sojicultora”, ressalta Rômulo Batista.

Em janeiro deste ano o Grupo de Trabalho da Soja (GTS), formado por organizações da sociedade civil, o governo, as comercializadoras de soja, a Abiove e a Anec (Associação Nacional de Exportadores de Cereais), decidiu renovar o acordo da Moratória até 31 de dezembro de 2014.

As associações e empressas unilateralmente definiram que esta seria a última renovação. Até o momento, porém, nenhum mecanismo confiável que evite que o desmatamento contamine a cadeia produtiva da soja foi acertado. Assim como o Brasil também não mostrou avanços na implantação do Sicar (Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural), ferramenta de regularização ambiental prevista no novo Código Florestal, aprovado em 2012.

“Para o Greenpeace é fundamental que a moratória continue ou que o novo sistema que venha a substituí-la tenha nos seus critérios um compromisso com o Desmatamento Zero, a continuidade do monitoramento da safra e um sistema de verificação que garanta que estes critérios estão sendo seguidos pela empresas”, conclui Batista.

* Publicado originalmente no site Greenpeace.

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Anversos da crença

Não vislumbro um futuro humano plástico, mas muito plástico no futuro desumano. E não falo de monturos, falo de montanhas de plástico impuro. Falo de futuro suástico, inseguro, iconoclástico. Plásticos grandes e pequenos, moles e duros, que se amontoam. Nanoplástico que se respira, que se bebe e se come, se adoece, se morre e se consome. Presente fantástico de futuro hiperplástico, plástico para sempre, para sempre espúrio, infértil e inseguro. Acuro todos os sentidos e arrepio em presságios. Agouros de agora, tempos adentro, mundo afora. Improvável um futuro fúlguro! Provavelmente escuro e obscuro. Assim, esconjuro e abjuro!

João Marino