Milhares de cientistas e a ONU estão preocupados com o uso do milho transgênico.

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O milho crioulo, originário do México, já que ali se encontram 59 de suas variedades, não apenas é o cultivo mais importante no mundo e faz parte do patrimônio cultural e alimentar da humanidade, mas também servirá para fazer frente à mudança climática e à fome, garantiu Antonio Turrent, vice-presidente da União de Cientistas Comprometidos com a Sociedade (UCCS).

 

http://www.ecodebate.com.br/2011/10/27/milhares-de-cientistas-e-a-onu-estao-preocupados-com-o-uso-do-milho-transgenico/
Publicado em outubro 27, 2011

 

A reportagem é de Angélica Enciso e está publicada no jornal mexicano La Jornada, 25-10-2011. A tradução é do Cepat.

Turrent asseverou que grande parte da plantação feita no país é das variedades nativas, razão pela qual acabar com elas e semear milho transgênico significaria uma produção próxima a zero do grão crioulo nessas áreas.

Não haverá maneira de deter o fluxo genético dos milhos , razão pela qual se estenderá a todo o país em um caminho sem retorno. Os grãos geneticamente modificados também não representam produtividade maior, além de colocarem em risco os milhos nativos, assinalou.

O Greenspeace, Sementes da Vida e Raúl Hernández – ganhador do Iniciativa México 2010 – assinalaram que já se detectou milho contaminado com transgênicos. Por essa maneira, coloca-se em risco a condição privilegiada do México como reservatório genético.

Entidades internacionais privilegiadas, como a , demonstraram sua preocupação com a contaminação genética no caso de se introduzirem cultivos transgênicos nos centros de origem, por exemplo, a batatinha transgênica na Bolívia ou o milho transgênico no México. Fizeram um apelo à organização Iniciativa México para não permitir que se contamine com a premiação o projeto Milhos Mexicanos, que, garantiram, foi financiado pela , empresa transnacional que busca comercializar sementes transgênicas no país, as quais representam um sério risco de contaminação por fluxo genético os milhos mexicanos.

Aproximadamente mil cientistas nacionais e internacionais manifestaram sua preocupação com os riscos do uso de milho transgênico no México, e inclusive o relator especial da Organização das Nações Unidas para o Direito à Alimentação, Olivier De Schutter, propôs, em sua recomendação oficial, a volta da moratória sobre as provas de campo e no cultivo comercial de milho transgênico, com a finalidade de proteger a das gramíneas.

Os consumidores serão afetados, pois o principal – que provê 55% de ingestão calórica diária e 22% das proteínas aos mexicanos – será colocado em perigo. Também coloca em perigo a produção e variabilidade que possibilita a riqueza de pratos mexicanos, para cada um dos quais se requer uma variedade específica, disse Adelita San Vicente Tello, da Sementes da Vida.

Além disso, está demonstrado que a coexistência de milhos transgênicos e não transgênicos não é possível. É muito grave que indústria e governo façam falsas promessas para os problemas do campo, como os milhos transgênicos tolerantes a secas. É do conhecimento da Monsanto e dos funcionários da Secretaria de , , Desenvolvimento Rural, Pesca e Alimentação que estes milhos acabarão na lista de promessas falidas da tecnologia dos transgênicos: maior rendimento e menor uso de agroquímicos, disse, por sua vez, Alejandro Espinosa, das UCCS.

publicado pela IHU On-line

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