Melhoria contínua das condições de segurança das usinas nucleares tem dado certo, segundo a Aben.

A melhoria nos procedimentos de segurança das usinas nucleares em todo o mundo é contínua e tem dado certo, disse à Agência Brasil o diretor da Associação Brasileira de (Aben), Edson Kuramoto. Isso, segundo ele, pode ser constatado pelo fato de nos últimos 50 anos terem ocorridos apenas três acidentes graves. “Fora esses três grandes eventos, não ocorreu nenhum acidente dessa magnitude. Isso prova que esse procedimento que vem melhorando a segurança das usinas continuamente tem dado certo”, disse.

 

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O mais recente foi em Fukushima, no Japão, em março de 2011, provocado por um terremoto seguido de tsunami. O de Chernobyl, em abril de 1986, na Ucrânia, resultou de um erro operacional, disse Kuramoto. O de Three Mile Island, em março de 1979, nos Estados Unidos, decorreu de uma combinação de procedimento operacional e falha do projeto, observou.

Segundo o diretor da Aben, as usinas passam por auditorias e inspeções de órgãos internacionais, entre os quais a Associação Mundial de Operadores Nucleares (Wano, do nome em inglês), que verificam procedimentos operacionais e de aquisição de material, além das condições de segurança dos operadores, entre outros elementos. Ao final, são feitos relatórios que apontam recomendações de melhorias até para a administração das usinas, disse.

No Brasil, a Eletronuclear, estatal que administra a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro, formada pelas Usinas Angra 1 e 2, planeja investir R$ 300 milhões até 2016 para aumentar a segurança das unidades nucleares diante de eventuais catástrofes naturais.

O acidente da central nuclear de Fukushima Daiichi foi a base das modificações relativas à segurança, que vêm sendo implementadas pela indústria nuclear em todo o mundo, com o objetivo de aumentar a segurança. “As usinas do mundo vão ter um up-grade [melhoria] em termos de segurança em relação ao impacto de eventos externos”.

Na região de Angra dos Reis, Kuramoto destacou que as fortes chuvas que costumam provocar inundações e o deslizamento de encostas são as maiores preocupações no que diz respeito ao enfrentamento de catástrofes naturais. O estudo feito pela Eletronuclear, disse, “está dentro desse padrão adotado internacionalmente”.

Edson Kuramoto acredita que além da Usina Angra 3, que se encontra em construção na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, deverão ser construídas mais usinas nucleares no Brasil.

O Plano Nacional de Energia (PNE) até 2030 prevê a construção de mais 4 mil megawats (MW), o que corresponde a quatro usinas de mil MW cada. A expectativa é que a revisão do PNE, esperada para meados deste ano, mantenha esse planejamento de construção de mais usinas nucleares no país. Dependendo do crescimento da demanda de energia no país, o PNE 2030 considerava um máximo de 8 mil MW a serem incorporados ao sistema elétrico nacional por fonte nuclear. (Fonte: Agência Brasil)