Mapa das eleições-1º turno-2022

Imagem da coletânea de vídeos da rede de comunicações – RBS, do RS.

Convidamos a todos os leitores que percebam o que esse mapa nos mostra quanto aos estados onde cada um dos candidatos a presidência da república, teve maior número de votantes. Em azul estão os estados onde Bolsonaro venceu e em vermelho, os que Lula ganhou. Será que não está bem visível que fora o Amazonas, há um arco que vai do sul passando pelo oeste até Roraima? Será que isso não poderia ser uma amostra de que, nos últimos quase 60 anos, a partir do início da jornada militar do golpe de 64, um rastro do que foi a chamada ‘conquista do oeste‘, tão incrivelmente retratado pela série em 13 partes, de, mais ou menos, 17 minutos cada uma, da rede midiática do RS, Grupo RBS, denominou exatamente de ‘Conquista do Oeste‘?

Mas por que levantamos essa questão?

Porque foi o movimento gerado pelos militares, curiosamente a maioria gaúchos, que levou à ocupação do oeste e norte do país com sua pretensão de salvaguardar esses territórios que, para sua doutrina e ideologia, eram espaços vulneráveis à ocupação estrangeira, e provocado um imenso êxodo de pequenos agricultores, principalmente do sul, a partir do início dos anos 70, para esta região brasileira. Parece que o que se plasmou nos tempos atuais quanto à produção agrícola como agronegócio está impregnada e contaminada por uma ideologia que agora conhecemos como ‘colonialidade’.

E como sentimos isso? Ao fazermos uma breve comparação com as atitudes que moveram, nos primórdios da chegada dos ibéricos -português e espanhóis- no século XVI, os homens de então com as que mobilizam os homens desses nossos tempos.

Pelas práticas dos ‘descobridores’ daquele século, tudo lhes parecia ‘errado’, ‘equivocado’, do solo à floresta, dos animais às plantas, dos ‘inquilinos originários’ dos Reis ibéricos às suas interações sociais, bem como das paisagens às culturas humanas.

As semelhanças são fragrantes. É só substituir no parágrafo anterior os aspectos do século quinze com os dias atuais e muito, mas muito pouca ‘coisa’ é diferente.

Como naquele tempo, o que interessa aos participantes dos dois movimentos, mesmo com 500 anos de diferença é que o de então que nasceram noutro continente, com os de agora que nasceram aqui, a emoção primordial é de desajustados culturais e de exilados emocionais. Será que não é por isso que tem, como se natural fosse, em Santa Catarina, uma região que se chama ‘vale europeu’? Como também ocorrem festas anuais como as ‘tradicionais’ ‘oktoberfests’, e mesmo cidades-cenário como Campos de Jordão, Blumenau, Gramado, Ivoti e tantas outras?

E que nas duas épocas, a relação ecológica, agrícola e extrativa é sobre aquilo que lhes trará ‘dinheiro’, imediato e inquestionável. Só que diferente daquele século, agora sim, essa devastação importa e muito.

Todos sabem o que se conclui, cientificamente. Há, sem dúvidas e sem a ingenuidade dos ibéricos de então de que há um risco iminente, por essas práticas exterminadoras, da quebra, inclusive, do equilíbrio climático e pluviométrico do sul e sudeste brasileiro. E mais trágico que irá além. Há um poder devastador que irá repercutir sobre todo o Planeta. A geração dos rios voadores, em sua geração de umidade amazônica interferirá nas chuvas que agora caem no centro, no leste e no oeste da América do Sul.

Como ficarmos negligentes e displicentes quanto a esses efeitos que ignoramos?

Sem questionar o que será de nosso futuro político-administrativo, devemos defender nosso país de todas as ilegalidades que hoje grassam acima de tudo e de todos.

Para entender porque trouxemos essa ideia aqui, todos nós deveríamos ver como, quando e o que se pretendia na época dos militares. E para isso, vale a pena conhecer toda a coleção do jornalista Adrian Cowell, falecido em 2011, e que fez pela rede midática inglesa ITV, uma coletânea de vídeos que denominou ‘A Década da Destruição‘. Se tiverem amor ao nosso povo e ao nosso país, acessem a série pela qualidade da informação. Ela interessa, sempre, a todos nós, não só os habitantes do Brasil como de todo o mundo para que vejamos o que o supremacismo branco vem impingindo a todos os seres, inclusive humanos, e aos ambientes planetários.

Terminamos como uma pergunta reflexiva sobre nossas ações e atitudes em relação a todo o espaço geográfico que se chama Brasil: quando chegaremos aqui e teremos a humildade de reconhecer por abrirmos nossos corações e mentes, à sacralidade da vida e da terra, como os nossos ‘parentes’, os povos originários, vêm nos demonstrando há mais de 500 anos!?