Lei inglesa estimula consumidores processarem varejistas por excesso de embalagens.

O Conselho da cidade de Lincolnshire, Inglaterra, processou a cadeia de supermercados Sainsbury por embalagem excessiva de uma carne de alto valor, custa em torno de R$ 30,00 o quilo. O produto vem em uma bandeja de isopor, envolta em plástico filme, acondicionada novamente em plástico e por último em uma caixa de papelão. De acordo com o Conselho, esse excesso plástico, isopor e papelão, viola as leis inglesas de embalagem.

 

http://www.nytimes.com/2010/12/26/science/earth/26package.html?_r=1&scp=1&sq=england,%20Lincolnshire,%20%20dec,%2025th%202010&st=cse
By ELISABETH ROSENTHAL
Publicado: Dezembro 25, 2010

 

Os cidadãos deste comunidade inglesa estão fartos com as camadas de plástico, papelão e isopor que as lojas envolvem suas compras por isso levam à Justiça um pedaço de carne, de grande valor, altamente  emrulhado.

Especificamente, o Centro Comunitário de Lincolnshire acionou a rede de supermercado Sainsbury pelo “empacotamento excessivo” de sua iguaria que custa em torno de 30 reais o quilo, depois de receber reclamações de consumidores. Mesmo sendo este pedaço de carne um item de “luxo”, o Centro disse: a forma como este produto foi embrulhado – envolto em filme plástico em torno de uma badejinha de PET embaixo de uma cobertura de plástico transparente e finalmente colocado numa atraente caixinha de papelão – viola as leis da Inglaterra.

As regulamentações britânicas sobre excesso de embalagem começaram a fazer efeito realmente em 2003 num esforço de reduz o e o desperdício, particularmente sobre itens que não podem ser reclicados e que vão direto para os lixões. Estas regras, fortalecidas há dois anos atrás em resposta às preocupações ambientais e a consciência que os lixões do país estão próximos de seus limites, agora exigem que os comerciantes utilizem para embalar o mínimo necessário para a “segurança e higiene dos produtos e aceitação do consumidor”.

Isso abriu uma grande experimento nacional no sentido de repesnsar sobre o como os produtos familiares são vendidos, de ovos de Páscoa a tubos de pasta de tomate a frascos plásticos de amaciantes de roupas.

“Acho que isso está começando a afetar as decisões de compras, mas não muitoem certas épocas do ano”, diz Andy Dawe, chefe da divisão de varejo do Waste Resources Action Program/WRAP, um projeto financiado pelo governo para redução de lixo. “Agora quando as pessoas vão às compras, a embalagem muitas vezes é a última coisa que elas vão pensar. Mas isso muda quando elas precisam alcançar um brinquedo depois de camadas e mais camadas de plásticos”.

O British Charity Waste Watch que alerta os consumidores, em épocas de final de ano, para “evitarem produtos que tenham embalagens desnecessárias”, estima que 01 bilhão de cartões de Natal e 75 mil km2 de papel de embrulho são jogados fora na Inglaterra

Existem muitas razões para que alimentos e produtos de consumo venham pesadamente embrulhados, desde o apelo comercial a necessidade de proteger itens valiosos como novos celulares até questões de segurança. ‘Pendrives’ e dvds, por exemplo, são vendidos em caixas maiores para impedir roubos.

Mesmo os envolvidos nos desperdícios admitem que as aparências podem ser importante. “Existe um monte de energia que se gasta para produzir alimentos e se eles não são bem embalados suficiente para protegê-los ou para ser apresentado para o consumidor, podem se deteriorar nas prateleiras”, diz Liz Foster, a lider do grupo especial indicado pelo Centro Comunitário de Lincolmshire, na costa leste da Inglaterra, para avaliar a questão das embalagens.

Mas os incentivos econômicos e ambientais para aprimorar e eliminar alguns tipos de embalagens tem crescido. Os governos locais tem pago pesadas taxas pelo lixo enviado para os aterros sanitários – em torno de 100 dólares por tonelada, quase 50% acima nos últimos dois anos – e as normas da União Européia exigem que os países cheguem na metade do lixo enviado aos aterros em 2013 nos níveis de 1995.

Os aterros são uma preocupação ambiental particularmente porque a decomposição do lixo libera o gás metano, potente gás de efeito estufa que contribui para o aquecimento global.

As taxas para os aterros sobre embalagens desnecessárias e excessivas custarão aos governos locais em torno de 4 bilhões de dólares por ano, de acordo com o estudo feito pela Local Government Association. Estudos sugerem que as famílias poderiam evitar a geração de mais da metade dos lixos que elas produzem.

Nos EUA, a EPA também encoraja esforços para redução de embalagens e de lixo doméstico, mas somente através de discreta exertação mais do que por fiscalizações e regulamentações.

Nos EUA, diferente da Inglaterra, não há imposição de taxas federais especiais sobre os aterros e a fraca regulamentação torna fácil haver sua expansão.

Ainda assim, algumas companhias como Wal-Mart e Amazon.com estão dando passos no sentido de cortar suas embalagens para itens vendidos nos EUA.

Na Inglaterra, as regras de excesso de embalgem são controladas e monitoradas pela Trade Standards Agency, que investiga com policiais locais as reclamações dos consumidores como estes que colocaram este produto de carne em questão, como também fatos como falsificações.

O governo relata algum sucesso. A WRAP, por exemplo, que tem tido a colaboração de companhias como a Mars, Cadbury e  Nestlé no sentido de aprimorar o embalamento de caixas de bombons, diz que o uso de caixas, alumínio e potes para ovos de chocolate para a Páscoa cairam em todos os locais de 25 a 55% neste ano passado na Grã-Bretanha.

E um número crescente  de companhias têm assinado um programa voluntário iniciado em 2005 chamado de Courtauld Commitment sob o qual elas se comprometem a reduzir o embalamento. Funcionários públicos dizem que mais do que 1,3 milhões de toneladas de alimentos e lixo embalado além de 3,6 milhões de toneladas de emissão de dióxido de carbono – desde a fabricação, transporte e destino final de materiais – foram evitados como resultado.

Desde que Lincolnshire criou o grupo que se dedica a questão das embalagens, as reclamações de excesso de embalgem tiverem um aumento, anulamente, de quase 100 de 3 que eram, diz a sra. Foster. Queixas comuns, diz ela, incluindo chocolate, cosméticos e cremes além de compras online enviadas em imensas caixas na qual um pequenino item ‘quase se perdia’ naquele emaranhado de papel, plástico e papelão.

Para solicitar a opinião do consumidor, a rede de supermercados ASDA, propriedade da Wal-Mart, pediu aos compradores, no último ano, para que colocassem em caixas especiais nas entradas dos supermercados, um cupom indicando quais os itens que eles consideravam que estavam super embalados para que a empresa pudesse redesenhá-los.

A mesma rede recentemente completou um programa experimental para produtos de limpeza no qual os consumidores recebiam uma embalagem reutilizável em que poderiam enchê-la com amaciante de roupas com bombas nos próprios supermercados.

Tubos de pasta de tomate e de dente estão tradicionalmente em caixas porque eles estão prontos para serem amassados e caixas são mais fáceis de serem emplilhadas nas estantes. Mas agora, os tubos de tomate, em muitas lojas, estão arrajados como soldados, com as tampas como capacetes para baixo, perfilados m caixas de papelão perfuradas que os protege.

Algumas mudanças adotadas pelos fabricantes e pelos vareistas são menos visíveis, como o uso de vidros mais finos para as cervejas e sacolas plásticas mais finas para verduras.

Quanto a ação legal do Centro Comunitário de Lincolnshire sobre a carne de bovino, pedi a retriada da ação dois dias antes que fosse a julgamento. Com muitas outras operações em cadeia na Grã-Bretanha, a rede de supermercados elimiou as bandejas e reduziu outros apetrechos, cortando as embalagens em mais de 50%.

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, novembro de 2011.
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