Indústria têxtil é grande poluidora, alerta Pnud

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Edelberto Behs, jornalista

31.10.2022

A produção de roupas é responsável por 2% a 8% do volume global de emissões de carbono. O tingimento têxtil é o maior poluidor de fontes de águas do mundo. A indústria da moda será responsável por um quarto do orçamento global de carbono até 2050. A estimativa é do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

Aquisições desnecessárias de vestimentas estão na raiz do problema, apontou Garrette Clark, especialista do Pnuma em sustentabilidade. Para confeccionar uma calça de brim a indústria utiliza uma enormidade de água.

Daí a importância de reciclar roupas e tentar conservá-las para enfrentar a mudança climática. Atualmente, a média de consumo de roupa por pessoa é 60% maior comparado a 15 anos atrás, e cada peça dura a metade do tempo que costumava durar no passado.

Segundo o Pnuma, a cada segundo o equivalente a um caminhão de roupas é jogado no lixo ou queimado. Muitas aquisições são fruto de um impulso de compra. Muitas peças sequer foram usadas. O Programa da ONU apela à indústria da moda e consumidores/as a adotarem formas sustentáveis de produção.

Um outro ponto levantado pelo Pnuma é a aquisição de roupas baratas. Elas podem aparentar um bom negócio e para muitas pessoas é a única opção. Mas roupas baratas contribuem para a chamada economia descartável, que danifica o meio ambiente.

Garreta Clark sugere que consumidores também precisam contribuir para a diminuição das emissões dióxido de carbono passando a consertar as roupas quando elas começam a ficar velhas. E quando for dispensar peças de roupas, que elas sejam doadas a pessoas que mais precisam.