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Índios saterés são responsáveis pela domesticação do guaraná no AM.

11 de outubro de 2013 by Luiz Jacques

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Os povos indígenas começaram a domesticação do guaraná na Amazônia há mais de 500 anos. Da cultura e da sabedoria nativa surgiu a inspiração para as pesquisas genéticas, que estão em estágio avançado da agricultura moderna.

 

 

http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2013/10/11/98967-indios-sateres-sao-responsaveis-pela-domesticacao-do-guarana-no-am.html

 

 

Os índios saterés, no Amazonas, domesticaram o guaraná em meio a algumas lendas. A lenda conta que o indiozinho teria sido morto pelos tios porque pegou um fruto proibido. Do corpo, a mãe enterrou um olho. O guaraná maduro é vermelho por fora e branco e preto por dentro. Ele parece mesmo um olho humano em cachos. Como diz a lenda, levou mais vida para quem vive da planta.

Os índios da etnia sateré maué ocupam boa parte do baixo Amazonas, nos municípios Maués, Barreirinha e Parintins. Esses indígenas têm tradição no cultivo do guaraná. O índio Joel Batista, que planta a cultura há mais de 50 anos, começou a criar abelhas para melhorar a frutificação. “Sem abelha não floresce. Com a abelha está mais positivo”, diz.

O guaraná misturado somente à água vira bebida energética que renova as forças e mantém a vitalidade. A pessoa que consome o líquido acredita na longevidade. O índio Joel Batista, com 72 anos, não tem um dia que não beba o guaraná. Todos bebem na única cuia e sempre da esquerda para a direita, duas vezes.

Os índios retiram parte da plantação para vender. O Consórcio Sateré Maué, que funciona como cooperativa, é formado por 300 produtores. A sede fica em Parintins, a 369 quilômetros de Manaus. No local, as sementes passam por um processo de limpeza. Elas são trituradas e viram pó, produto pronto para ir de barco até Manaus para ser comercializado.

O guaraná coletado dos produtores indígenas do baixo Amazonas leva uma média de três meses para ser beneficiado. Depois de todo o processo, o produto vai direto para a Itália e França, além do mercado nacional. A exportação começou há 20 anos com 20 quilos. Hoje, chega a sete toneladas por ano.

“O guaraná é especial pra gente do povo sateré mawé porque somos reconhecidos mitologicamente como filhos do guaraná. Depois, trabalhamos com os produtores da forma bem tradicional, da forma cultural e chega até esse processo de exportação, aonde somos reconhecidos hoje mundialmente”, diz Eudes Batista, administrador do consórcio.

O dinheiro conseguido com a venda do guaraná é muito importante no sustento das famílias. A ciência ajuda a melhorar a produção. Os povos indígenas começaram a domesticação do guaraná na Amazônia há mais de 500 anos. Da cultura e da sabedoria nativa surgiu a inspiração para as pesquisas genéticas, que estão em estágio avançado da agricultura moderna.

“As indústrias requerem grande quantidade de guaraná. Nós sabemos que o guaraná, embora tenha sido originário da floresta, quando você quer produção na floresta, a produtividade é muito baixa porque ele gasta toda a sua energia pra alcançar o dorceu superior das plantas, pra produzir muito pouco”, diz Fermino Nascimento Filho, agrônomo da Embrapa.

Na década de 1960 a produtividade nativa era considerada alta. Mas as doenças mudaram a qualidade e derrubaram o rendimento. No laboratório de biologia molecular da Embrapa Amazônia Ocidental, é possível descobrir toda a genética do pé de guaraná e como evitar problemas no campo.

“A gente utiliza técnicas que elas estão focadas na variabilidade do DNA, do genoma de cada uma dessas plantas. Assim identificando aquelas plantas que são resistentes, tem caracteres agronômicos de interesse tanto resistência quanto produtividade”, diz Gilvan Ferreira, biólogo da Embrapa.

Com essa contribuição nascem as plantas mais resistentes e produtivas. A Embrapa melhorou as cultivares para garantir um guaraná de mais qualidade. Há 16 tipos no mercado. Cada planta ganha uma plaquinha com números e nome indígena. Uma das plantas lançada em 2011 pode produzir até três quilos por ano, contra 1,5 quilo de uma planta comum. Com a planta completamente domesticada, o guaraná indígena é transformado em produtos como refrigerante e cerveja. O produto faz sucesso fora e dentro do Brasil.

O agricultor Antônio Gonçalves planta guaraná no sítio. Ele tem o costume de consumir o guaraná, mas fez a plantação crescer só para o comércio. A primeira muda foi plantada há cerca de 50 anos. Hoje, são mais de três mil pés espalhados em nove hectares. Só desta plantação são colhidas por ano quase três toneladas de guaraná.

(Fonte: Globo Natureza)

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Arquivado em: Notícias Marcados com as tags: Comunidades indígenas, Embrapa

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